[Review] X-Men Widescreen #1 !

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Nome Original: New X-Men Annual 2001; Uncanny X-Men Annual 2001
Editora/Ano: Panini, 2003 (Marvel, 2001)
Preço/ Páginas: R$7,50/ 100 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Grant Morrison; Joe Casey
Arte: Leinil Francis Yu; Ashley Wood
Sinopse: Investigando a morte de uma ex-colega, os X-Men descobrem uma conspiração que envolve desde altos oficiais do exército chinês à um inescrupuloso executivo numa rede de tráfico de órgãos mutantes. Veja também: uma nova droga está transformando jovens normais em mutantes e levando-os à morte. Na caça ao responsável, os pupilos de Charles Xavier se defrontam com um antigo inimigo.
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X-Men Widescreen reúne as edições anuais de Novos X-Men e Fabulosos X-Men, escritos por Grant Morrison e Joe Casey, respectivamente. Ambas tratam de transplantes de órgãos e drogas que alteram os genes humanos, além de nos apresentar um novo personagem e explorar a relação entre Emma e Scott e as consequências da revelação de Xavier que, em rede nacional, admitiu ser um mutante e expôs o Instituto. Cronologicamente, ocorre antes de X-Men #14. Ao final, uma matéria especial chamada “Manifesto Morrison” onde o autor conta os planos que tinha com a equipe.
 
O formato “widescreen”, onde todas as páginas são na horizontal, permite aos desenhistas e roteiristas uma nova forma de narrativa, páginas duplas e cenas mais amplas. Apesar de não ter sido novidade nos EUA quando foi lançada, no Brasil são raras as edições nesse formato, principalmente em quando foi publicado (2003). 
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Na primeira história, Ciclope, Rainha Branca, Fera e Wolverine viajam à Hong Kong para encontrar Dominó e investigarem alguns assassinatos. A organização O-Men se autodenomina a “terceira espécie” e, apesar de humanos, realizam transplantes de órgãos mutantes para lhe conferirem poderes. Como a questão mutante está em alta, devido a quebra de sigilo do Professor X, algumas pessoas acham interessante ter poderes e estão indo aos extremos para conseguirem.
 
Essa organização possui alguns mutantes presos e, entre outras coisas, realizam tortura, enganam clientes e matam. Dentre os presos está Xorn, um mutante com o rosto desfigurado, com um poder imenso e que está mantido isolado durante anos, servindo como cobaia para os O-Men e que, a qualquer momento, pode destruir todo o lugar caso libere seu poder. Os Novos X-Men decidem invadir o lugar, liberar o pessoal e descobrir um pouco mais sobre o tráfico de órgãos.
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É uma boa história dos X-Men, com vários acertos. O relacionamento entre Jean e Scott está fragilizado e ele se aproxima cada vez mais de Emma Frost, cuja presença no grupo causa discordâncias, pois no passado era uma perigosa inimiga da equipe, pertencendo ao Clube do Inferno. Jean, sondando a mente de Scott, se demonstra preocupada com esta amizade entre os dois. O interessante da narrativa de Morrison é que ele sai da zona de conforto, deixando os personagens mais humanos. Ao ser questionada sobre sua mudança de lado, Emma não hesita em dizer que foi tempos difíceis, onde provavelmente estava chapada de drogas e álcool.
 
A arte de Francis Yu é competente e, se não é tão estilosa quanto à de Ashley Wood, é bastante dinâmica. Ele aproveita o formato horizontal e cria algumas belas cenas, em destaque para as que aparecem Dominó, ao estilo Missão Impossível de ser. A mutante sortuda pula de janelas, desce por cordas, invade casas e, se não bastasse, possui lentes de contato multifuncionais. Fazia tempo que ela não aparecia e foi uma bela volta, resta saber por onde anda o resto da X-Force original. Também descobrimos que Emma não acessa seus poderes mentais quando está na forma de diamante, assim como também perde a compaixão e outros sentimentos ao se transformar.
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A segunda história é protagonizada pela equipe dos Fabulosos X-Men: Arcanjo, Noturno, Homem de Gelo, Câmara e a novata Stacy X. Fera e Wolverine (que consegue estar presente em todas as histórias) também foram chamados. Semelhante à proposta de Morrison, aqui Joe Casey explora uma nova droga que está se popularizando entre os jovens, pois ela concede ao usuário algum dom mutante passageiro, porém com diversos efeitos colaterais. Logan adota um novo visual e descobre o lugar onde ela está sendo fabricada e se surpreende ao saber que o inimigo que estão caçando é um velho “amigo” da formação original dos X-Men.
 
Apesar da premissa interessante, a história é muito confusa. A arte de Ashley Wood (Metal Gear Solid) é bastante estilizada, sem se preocupar com detalhes, usando bastante sombras e o mesmo tom nas páginas, muito bonita visualmente, mas não funciona sequencialmente. Há momentos em que você não sabe que personagem está fazendo o quê, em outros você não sabe o que de fato está acontecendo na cena. Algumas, como do monstro saindo do lago, ficaram excelentes, mas no geral deixou a narrativa bastante confusa.
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Algo curioso é uma luz no formato do capacete de Magneto presente na boate onde Câmara e Stacy estão. Magnus está, atualmente, dado como morto depois do ataque dos Sentinelas à Nação Genosha. Se foi coincidência ou não, ainda não se sabe. Conclui a edição o Manifesto Morrison, um extenso texto do autor explicando o que gostaria de fazer com a equipe, seus planos para o primeiro arco de histórias (E de Extinção), comentários sobre as melhores fases dos mutantes, de como perdeu suas características, da confusa cronologia e de como poderia trazer novos leitores ao título. Um ótimo material extra e um dos destaques da edição. Interessante notar como muitas das ideias de Morrison tiveram que ser alteradas, devido às mudanças que vinham acontecendo com o grupo (morte de Colossus e Moira, por exemplo).
 
O acabamento da Panini é o mesmo dado às edições mensais da época, com capa cartão e miolo LWC e o preço, inclusive, é o mesmo. Um boa leitura dos X-Men que dá o primeiro passo para o próximo arco de Grant Morrison: Geração Sem Germes, onde irá explorar a relação entre Cassandra Nova e Charles Xavier. O arco sairá em X-Men #14.
nota 7,5 q

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