Nome Original: Suicide Squad #1; Birds of Prey #1
Editora/Ano: Panini, 2012 (DC, 2011)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 52 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Adam Glass; Duane Swierczynski
Arte: Scott Hanna, Federico Dallocchio & Ransom Getty; Jesus Saiz
Sinopse: Quando o governo necessita do tipo de habilidade especial que apenas um vilão poderia oferecer, o Esquadrão Suicida é acionado. Formado por alguns dos piores criminosos que a humanidade já conheceu, seus integrantes foram agraciados com a chance de obter a liberdade se cumprirem uma certa quantidade de missões para o governo. E, combatendo ameaças que outros super-heróis talvez não dessem cabo sozinhos, as Aves de Rapina atacam onde forem necessárias. Porém, elas consideradas criminosas e procuradas pela polícia.
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Assim como Novos Titãs & Superboy, essa edição também é exclusiva para Comic Shops e grandes livrarias. Com menor tiragem, distribuição restrita e preço mais elevado, foi uma alternativa da Panini para publicar séries de menor apelo comercial. Mas ao contrário da revista já citada dos Titãs, Esquadrão Suicida & Aves de Rapina realmente não possuem apelo com os leitores e a proposta foi válida.
Esquadrão Suicida tenta revitalizar o grupo de “anti-heróis” que fizeram sucesso na década de 1980 na revista Suicide Squad e reúne alguns vilões obrigados à prestar serviços ao Governo em troca de diminuir suas sentenças. É um título que vem reunindo boas críticas nos EUA e tem potencial. Aves de Rapina foi o grupo criado pela Batgirl ao se tornar Oráculo e reunia algumas heroínas combatendo o crime. Como mostrado em A Sombra do Batman, Barbara Gordon não é mais a Oraculo e voltou a ser Batgirl, ficando a dúvida se o super-grupo existiu nessa fase pós-reboot.
Esquadrão Suicida: Amanda Waller é uma agente do governo responsável por recrutar e comandar uma equipe formada por super-vilões. Em troca de redução de pena ou apagar seus crimes, eles realizam missões secretas de alto riso. Para garantir a fidelidade, cada um possui uma bomba implantada no pescoço capaz de explodir no menor sinal de traição. Antes do reboot Amanda era uma velha ranzinza e acima do peso e, agora, ficou mais jovem e magra. A edição já começa com alguns vilões sendo torturados, pois falharam em sua primeira missão e foram pegos pelo inimigo, que quer saber a qualquer custo quem os enviaram.
Será um teste de resistência e fidelidade para esses anti-heróis. Dentre os membros desta nova encarnação do Esquadrão Suicida temos Arlequina (com seu visual novo), Pistoleiro, Tubarão-Rei e outros. O roteiro é de Adam Glass (Luke Cage: Noir) que fez um bom trabalho nesta primeira história, mostrando de imediato os rumos que a série irá tomar. Há bastante violência “real”, ao contrário do que ocorre em outras séries. É mostrado o passado de alguns personagens, explicando seus motivos de estarem lá e a personalidade que possuem (participação especial do Coringa). Os desenhos são de Scott Hanna (Thunderbolts), Federico Dallocchio (Starcraft) e Ransom Getty (Guardian The Globe), ótimos e acompanham o roteiro, principalmente nas cenas de ação. A nova caracterização dos personagens causa diferença num primeiro momento, mas se acostuma. Arlequina deixou seu lado mais caricato de lado e agora está mais real. Uma série com potencial, vale ser acompanhada.
Aves de Rapina: esquecemos as outras encarnações do super-grupo feminino. Canário Negro visita Barbara Gordon, antiga Oráculo (não fica claro se ela havia fundado as Aves de Rapina, como antes do reboot) e fica espantada em vê-la andando e de volta ao manto da Batgirl. Ela avisa que quer formar um grupo de heroínas e que precisa de ajuda, pois até o momento só recrutou a violenta Sturnia. Gordon, então, diz conhecer alguém que se interessaria: Katana. Porém, elas estão sendo investigadas por um jornalista e vistas como criminosas pelo governo. Dinah descobre que estão sendo vigiadas e, junto de Sturnia, perseguem o “detetive” até uma Igreja para descobrirem quem está por detrás da investigação. No final tudo acaba em porrada.
O roteiro é de Duane Swierczynski (O Imortal Punho de Ferro) e não inova, pelo contrário, mostra uma trama padrão protagonizada por super-mulheres. Se Capuz Vermelho e Os Foragidos parecem um S.O.S. Malibu/ Sex and the City com explosivos, aqui parece uma versão das Panteras/ Danger Girl com poderes. Não chega a ser tão problemático quanto a série citada, mas não traz nenhuma novidade. Os desenhos de Jesus Saiz (Manhunter) também não ajudam, seguindo o padrão de HQs do gênero, mas com bons momentos (como na sequencia do carro). As personagens são carismáticas e, mais pra frente, Hera Venenosa se une à elas, então fica a esperança de melhora no roteiro, ainda mais acompanhando Esquadrão Suicida.
O acabamento segue o padrão Panini para mensais: capa couché e miolo pisa brite. Há uma matéria sobre a origem e trajetória do Esquadrão Suicida, que enriquece a edição. Infelizmente, não fizeram o mesmo para Aves de Rapina. O tema das duas séries são diferentes e ficaria melhor se Aves entrasse no mix de A Sombra do Batman e Capuz Vermelho entrasse nesse, por se tratar de anti-heróis destrutivos.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.