Editora/Ano: Panini, 2002 (Marvel, 2001)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 100 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Joe Casey; Frank Tiery; Robert Weinberg
Arte: Ian Churchill; Sean Chen; Esad Ribic
Sinopse: Wolverine, Anjo, Noturno e Homem de Gelo vão atrás de Câmara em Londres e aproveitam para investigar rumores sobre uma comunidade secreta de mutantes. Cable: Nathan enfrenta Sombrio num combate mortal pela liberdade de sua irmã, Rachel. Wolverine: capturados, Logan e Fera vão parar num presídio cheio de super-humanos. Um lugar onde você provavelmente não gostaria de passar a noite.
Depois do BOOM que ocorreu na edição anterior, na conclusão de E de Extinção, os leitores estão ansiosos por mais histórias com a mesma qualidade e, infelizmente, tais expectativas não são correspondidas nesta edição. Enquanto Grant Morrison e Frank Quitely dirigem os Novos X-Men, a série Os Fabulosos X-Men ficaram nas mãos de Joe Casey. Em X-Men #11 temos duas histórias de Fabulosos mais as tradicionais Wolverine e Cable. Nada de Novos X-Men.
Apesar de “Novos” e “Fabulosos” seguirem o mesmo estilo, Joe Casey preferiu não arriscar tanto quanto Morrison e inicia o arco Poptopia que, apesar de não ser ruim, chega a perder credibilidade por conta de alguns x-clichês. Depois da reformulação, é a primeira vez que Noturno e Homem de Gelo aparecem com seus novos uniformes.
O arco Poptopia começa com a cantora pop Melanie Kane sendo acuada pelos tietes do seu show. Os seguranças não dão conta de todos e eis que surge o mutante Câmara, sumido há um bom tempo. Ele consegue acalmar a multidão com seu poder e tudo é resolvido. Por algum motivo, Mel se apaixona por Starsmore e os dois começam a sair e aparecer na mídia juntos. Para quem não conhece, Câmara já foi aluno de Xavier e seu poder é, basicamente, gerar energia. Porém ele não possui boca nem órgãos vitais, como se seu corpo fosse uma casca. É, ele é bem esquisitão.
Paralelamente, a equipe formada por Homem de Gelo, Noturno e Arcajo vão até Londres com dois objetivos: investigar uma colônia secreta de mutantes e tentar trazer Câmara de volta à equipe. Pelo que parece, o roteirista pretende focar a atenção nesta equipe, com a adição de Starsmore e Wolverine. Porém Logan também está em Novos X-Men, vamos ver como vai ficar…
Como é de se esperar, o jovem Câmara prefere desfrutar da fama e dinheiro ao lado da cantora Mel à ter que combater o crime e tentar salvar o mundo. A personalidade de Noturno e Arcanjo estão bastante diferentes do habitual; Warren quase não fala e Kurt parece que acordou de mau humor e dá esporrão em todo mundo. Por ironia do destino, a colônia secreta de mutantes se localiza no subsolo de Londres, numa espécie de Caverna, e são todos bizarros. A equipe X é recebida com hostilidade e, quando partem, outro visitante chega ao local para chacinar à todos. Alguém se lembra dos Morlocks e o Massacre de Mutantes?
Apesar da história ser competente, eu esperava mais. A equipe é formada por membros antigos e experientes, mas na luta principal eles parecem amadores. A arte de Ian Churchill (Cable, Supergirl) é bastante interessante e a caracterização dos personagens também ficou legal, principalmente Arcanjo e Noturno. Ele praticamente não utiliza fundos ou cenas que ocupam a página inteira; todas as cenas são feitas em “quadrados”. Mesmo estranhando no início, acaba se acostumando, além de seu traço ser bastante “pop”, combinando com o tema do arco (Poptopia), abusando de luzes, tatuagens e pessoas descoladas em cenas de balada. No mais, Joe Casey (Wildcats 3.0, Youngblood) preferiu não arriscar tanto em seu primeiro arco com os X-Men, ao contrário de Morrison, porém mantêm uma certa qualidade.
Frank Tiery (Batman: O Submundo de Gothan) continua fazendo um trabalho interessante na série do Wolverine, sem medo de arriscar. Wolverine e Fera acabam sendo pegos pela Shield por conta do suposto assassinato de um político e enviados à Jaula, uma prisão secreta para super-humanos. Seguindo o estilo de filmes que passam em prisões barra-pesada, a dupla enfrenta diversas gangues e a porradaria segue solta. O destaque fica para a cena onde Logan descreve os grupinhos que existem na prisão, sem rodeios: a facção negra, os skinheads que veneram o Caveira Vermelha, os “bonitinhos” e por aí vai. Este arco, “Caçado”, ainda vai levar algumas edições pra acabar. Sean Chen (Homem de Ferro, Nova) volta aos desenhos e sua arte é bastante dinâmica e se destaca nas cenas de ação e violência. De importante, à nivel de cronologia, é Dentes de Sabre recuperar o adamantium. Apocalipse havia retirado o metal de seu corpo e implantado em Wolverine, que estava sem na época, por conta de Magneto.
Como de praxe, a série Cable finaliza a edição e continua sendo a mais chata do mix. Toda a ladainha de Cable viajar trocentos anos no futuro para encontrar sua irmã, Rachel Summers, e lutar com Sombrio num “vale tudo” ficou patética. O vilão é o típico egocêntrico e toda a situação é bastante forçada. Afinal de contas, Nathan chega num mundo onde só restou Sombrio e Rachel, decidem lutarem até morrerem e o vencedor pode voltar pra casa. Sem dizer que a luta é bem “estranha”, com os dois tirando as camisas e lutando só de calças coladas em poses nada sugestivas. Os desenhos desta edição ficou por conta do Esad Ribic (Namor: As Profundezas) que, infelizmente, não usou sua arte pintada, como é conhecido, mas ainda assim é melhor que Michael Ryan e o trabalho que vem fazendo na série. No mais, outra história desnecessária de Cable que, de importante mesmo, só foi a volta de Rachel.
Nesta edição, em particular, há duas páginas dedicadas à sessão de cartas, onde o assunt omais discutido é o polêmico arco E de Extinção. Há também as capas originais, o que é sempre bom. Era esperado algo melhor depois das mudanças trazidas por Morrison em X-Men #10, em vez disso as histórias estão voltando à ficar na média.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.