[Review] X-Men #10 !

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Nome Original: X-Men #115 e #116; Wolverine #163; Cable #85

Editora/Ano: Panini, 2002 (Marvel, 2001)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 100 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Grant Morrison; Frank Tiery; Robert Weinberg
Arte: Frank Quitely; Mark Texeira; Michael Ryan
Sinopse: A Humanidade está condenada. Agora, Cassandra Nova quer erradicar os mutantes da face da Terra. Para isso, ela conta com a ajuda de poderosos Sentinelas Selvagens, mas os misteriosos motivos por trás de seus atos podem ser ainda mais aterradores que o massacre de toda a população de Genosha. E mais: Wolverine e Cable!

X-Men #10 sofre do mesmo problema da edição anterior: o ótimo Novos X-Men, de Grant Morrison, dividindo espaço com a mediocridade da série do Cable. Nessa edição temos a conclusão do arco E de Extinção, a primeira história com Morrison à frente da série principal dos mutantes. Foram tantas mudanças em tão pouco tempo, que acaba deixando os leitores boquiabertos, felizmente. Na sequência, uma história mediana do Wolverine, segunda parte do arco Caçado e, finalizando com “chave de ouro”, a série do Cable.


Para os desavisados, os X-Men sofreram uma reformulação total em 2001 pelas mãos do roteirista Grant Morrison, o mesmo criador da psicodélica série Os Invisíveis (que adoro) e de Como Matar Seu Namorado, dois títulos que representam muito bem o estilo do autor. Para conhecer um pouco mais sobre os Novos X-Men, confira o review da edição #9.x-men-2310-e-de-extin-C3-A7-C3-A3o-1
A primeira e segunda história é o término do arco E de Extinção. É incrível como Morrison expôs tantas ideias, revirou personagens, incluiu novos conceitos e destruiu tantos outros em apenas três edições originais. Um dos temas principais é a evolução, tratando os mutantes como o verdadeiro substituto do homo sapiens, causando medo na humanidade. Cassandra Nova não é humana e nem mutante, um raça totalmente nova e letal; surgiu na edição anterior junto de Donald Trask, investigando uma base secreta de Sentinelas modificados. O plano de Nova: enviar esse exército de robôs à Genosha, nação-mutante comandada por Magneto. O resultado: o maior genocídio de mutantes de todos os tempos, com milhões de mortes!


Tudo muito rápido e dinâmico. As consequências do ataque são inúmeras, mostradas na terceira parte, cheia de surpresas. É aqui que aparece Emma Frost, ex-Clube do Inferno e vilã dos X-Men, como professora em Genosha, bem na hora do ataque. Como tudo é destruído, até Magneto pode ter morrido (de novo?). Surgem explicações da “mutação secundária”, responsável por dar ao Fera essa nova aparência felina (ótima, por sinal), o corpo de diamante da Rainha Branca e, possivelmente, a volta dos poderes telecinéticos da Jean. Suspeitas da relação entre Cassandra Nova e o Professor X também são comentadas.

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Dando uma resumida: Scott, Logan e John Feioso viajam até à América do Sul para averiguar um sinal estranho que Cérebra detectou. Por azar, é o mesmo lugar onde Nova e os novos Sentinelas se encontram. Mesmo conseguindo aprisiona-la, o ataque à Genosha é realizado. Fera e Jean vão até a nação-mutante em busca de sobreviventes e encontram a cínica Emma Frost, levando-a ao Instituto. Lembrando que Emma era diretora, junto com Banshee, da Academia X e não é a primeira vez que seus alunos são assassinados, o que causou um grande trauma no passado. Todos reunidos na mansão, Nova se livra da prisão e se inicia uma das melhores sequências de ação que já vi com os X-Men, principalmente se lembrarmos das últimas histórias (reparem na imagem abaixo).

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A personalidade dos personagens também foi bastante transformada, como Scott estar mais sério e frio como de costume, Wolverine de volta as origens e Professor X perdendo um pouco da sua ética e moral. A revelação de Charles ao final também é impressionante. Volto a dizer que o trabalho de Morrison foi incrível. Como tratar de tantos temas ao mesmo tempo e não perder o sentido, como ocorre em Cable? Lembrando que E de Extinção não é uma obra prima dos quadrinhos, longe disso, mas para quem vem acompanhando as últimas histórias da equipe, a melhora foi impressionante. A arte de Frank Quitely (Authority) é, a principio, muito estranha (apesar deu continuar achando estranha), mas se adaptou muito bem ao roteiro e ele possui um dinamismo pouco visto nos demais artistas que passaram na revista, principalmente por seus enquadramentos e diminuição do tamanho dos personagens, permitindo focar em mais coisas. A mudança nos uniformes também foram bem vindas, a única coisa que ainda incomoda um pouco é a feição dos personagens. 


Mas como nem tudo são flores, após o final do arco ainda tem as séries do Wolverine e do Cable.

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OK, a série do Wolverine é legal e traz a violência que sempre esperamos do personagem, agora com o roteiro de Frank Tiery (Arma X). Segunda parte do arco Caçado, um possível clone de Logan é visto entrando na casa de um político e chacinando todo mundo na residência. O video é mostrado em todo o país e agora o baixinho (nem tão baixinho nessa história) é caçado por todos, inclusive pela SHIELD. Infelizmente, Nick Fury não consegue encabeçar a missão (e tentar livrar a barra do amigo), mas acaba contratando um tal de Calafrio, um caçador de recompensas misterioso que ninguém sabe ao certo o que ele é, para encontrar Wolvi. O porém é que esse caçador costuma punir os culpados por crimes e Logan teve vários sonhos em que matava o político. O encontro entre os dois (mais o Fera, que embarcou na aventura por engano) é boa. O artista convidado para essa edição é Mark Texeira, responsável por mini-séries como a do Cavaleiro da Lua e do Dentes-de-Sabre na década de 1990. Os enquadramentos são inesperados e mantêm a arte estilizada que o Sean Chen vinha realizando.


Alguns dos destaques é o visual do protagonista, que está mais alto (uma das principais características do Wolverine é ser baixinho); no novo corte de cabelo do Logan, para se livrar das suspeitas; do estressado Nick Fury, lembrando o J. Jonah Jameson do Homem-Aranha; e o próprio Calafrio, que rouba as cenas, principalmente no final, quando ele pega o “braço”. Apesar dos clichês usados, consegue manter a atenção do leitor, ao contrário da história a seguir.

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Como de praxe, Cable finaliza a edição. Eu critico tanto essa série que as vezes penso se não é implicância minha com o personagem. O último arco, envolvendo as três bruxas, realidades paralelas, salvação do mundo, espíritos imortais e tumbas alienígenas finalmente acabou, depois de se arrastar por uma eternidade e, quando penso que o pesadelo Cable havia acabado, heis que surge um novo arco tão confuso quanto o último!


Além da história ser bastante defasada da “atual” cronologia, onde Scott ainda está “morto”, o roteirista Robert Weinberg tenta incluir informação demais, com várias linhas paralelas, mas mal desenvolvidas, ao contrário do que ocorre em Novos X-Men. Só para exemplificar: Cable encontra uma academia secreta, luta contra uma professora-ninja, que dá alguns conselhos estranhos à ele; em seguida, a repórter Irene recebe a visita de uma espécie de bruxa que diz alguns segredos em relação à vida de Nathan; em seguida, ele resolve procurar a irmã desaparecida, a mutante Rachel Summers, para isso usa um traje especial e viaja BILHÕES de anos no futuro, encontrando a ruiva presa por um vilão. E os acontecimentos paralelos e/ou sem sentidos continuam. Foi assim no último arco, com a aparição das três bruxas profetizando situações que, infelizmente, se arrastaram demais. A arte continua com Michael Ryan, mas bem longe de sua boa fase em títulos como Fugitivos.


X-Men #10 é isso, um misto entre a ótima nova série dos X-Men é a péssima série do Cable. Felizmente, os novos rumos criados por Grant Morrison se sobressai às demais histórias, com a finalização de um ótimo arco que possuiu apenas três histórias, mas conseguiu revirar o universo mutante de cabeça pra baixo. Só resta saber até quando esse “hype” em torno das mudanças continuará. A Panini também incluiu as capas das edições originais, entre elas a que estrela a Rainha Branca e sua nova caracterização, além do uniforme mega ousado.

nota 8*Agora que New X-Men finalmente estreou, serei mais crítico com essas duvidosas escolhas que a Panini realizou nos mixes dos mutantes, prometo!

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