[Review] X-Men #9 !

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Nome Original:Uncanny X-Men #394; X-Men #114; Wolverine #162; Cable #84
Editora/Ano:Panini, 2002 (Marvel, 2001)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 100 páginas
Gênero:Ação/ Super-Herói
Roteiro: Joe Casey; Grant Morrison; Frank Tiery; Robert Weinberg
Arte:Ian Churchil; Frank Quitely; Sean Chen; Michael Ryan
Sinopse: Daqui a quatro gerações, o Homo sapiens estará extinto e o mundo pertencerá ao Homo superior. A menos que a humanidade extermine os mutantes primeiro. Assim começa E de Extinção, indicada ao prêmio Eisner de melhor série de 2001. É a sensacional estreia de Grant Morrison à frente dos Filhos do Átomo. E ainda: Wolverine, mais feroz do que nunca! Cable e o fim da saga dos imortais!
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Finalmente é chegada a hora de conhecer a nova fase dos X-Men! Ansiei por esse momento há meses, com a esperança de uma total mudança na série. Não posso dizer que não me surpreendi, mas não sei se rio ou choro com o resultado final: uma edição que traz as novas Uncanny X-Men (do Joe Casey) e New X-Men (do Grant Morrison) ao lado da série do Wolverine e do Cable.
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Para o bem ou para o mal, tanto roteiro quanto arte tomou um rumo bastante diferente das últimas histórias, com mudanças drásticas, mas com alguns fatos meio que esquecidos. Outro agravante é a conexão com X-Men Extra e a defasada história do Cable. Parece que a Panini quis adiantar a nova fase dos mutantes, esquecendo que há outras séries bastante atrasadas.
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A primeira história é Uncanny X-Men #394, após a tumultuada fase do Scott Lobdell que culminou na morte (?) do Magneto, na edição anterior. Pelo que parece, esse último acontecimento foi esquecido, pois sequer é comentado. Uma possível 3ª Guerra Mundial deve ter sido algo simples e rotineiro mesmo… Mas enfim, vamos dar um crédito, pois é tempo de mudanças!
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A primeira diferença notável é a arte. Agora com os desenhos de Ian Churchill (Cable, Supergirl), os personagens ganharam novos uniformes e características, ficando mais próximos do primeiro filme. Ainda não sei se gostei ou não, pois é um baque e tanto. A arte de Churchil é meio “suja”, repleta de traços e detalhes, o que não é necessariamente ruim. Por hora, é bem competente.
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O roteirista regular será Joe Casey, conhecido por dar novos rumos à séries como WildCats 3.0 e Cable. Na história, um mutante chamado Warp comemora seu aniversário de 18 anos no Cabo Cidadela, destruindo tudo. Para quem não sabe/ lembra, é o mesmo local onde Magneto efetuou sua primeira missão contra a humanidade (tentando lançar os mísseis, em Uncanny X-Men #1, de 1963). A equipe dos X-Men foi reduzida para os membros: Jean Grey, Ciclope, Wolverine e o Anjo. Tanto nessa história quanto na do Morrison, o estranho comportamento do Ciclope (devido aos eventos pós Saga dos Doze) e o relacionamento entre Jean e Logan estão sendo explorados. Ao final, nada de muito surpreendente, além da mudança na arte e do beijo que estrela a capa de X-Men #9 que, diga-se de passagem, foi bem gratuito.
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A segunda história é X-Men #114 que, a partir de agora, se passa a chamar New X-Men #114. É a estréia de Grant Morrison nos roteiros, um dos mais renomados do ramo, responsável por séries como Os Invisíveis e Homem-Animal. Na época, ele havia feito um grande trabalho com a Liga da Justiça, colocando-a de volta ao topo e pretendia fazer a mesma revolução com os mutantes. Já começou mudando título, condensando a equipe e tratando de novos assuntos. Assim como a história anterior, a mudança artística é gritante. Os desenhos são do Frank Quitely, ágeis e dinâmicos, chegam a lembrar uma animação, porém a caracterização dos personagens são bem estranhas. Mesmo mais estilosos e “contemporâneos”, com as belas cores de Brian Haberlin (Spawn), eles aparentam serem mais velhos e totalmente distintos da última versão. Novamente, é um baque e tanto. Quitely possui um traço todo característico e é um parceiro de longa data de Morrison, já tendo trabalhado juntos na Liga da Justiça, Batman & Robin , WE3.
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Na Mansão X estão o Professor Xavier, Jean, Ciclope, Wolverine e o Fera, agora em processo de transformação (que será explicado em X-Men Extra #9) trabalhando na “Cérebra”, uma versão aprimorada do Cérebro. Ao mesmo tempo, temos a estréia de Cassandra Nova, uma senhora que está em viagem pela América do Sul com Donald Trask, primo de Bolívar Trask. Ela expica à ele sobre a descoberta de um antigo Molde Mestre e de um genocídio que está por vir. É o início da saga “E de Extinção”.
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Enquanto a narrativa ficou rápida e interessante, até mais adulta e sem medo de percorrer novos caminhos e ações (como a cena do Professor com a arma), diversas dúvidas pairam na mente do leitor. De imediato, o que aconteceu com o Fera? Ele adotou uma forma mais felina e a Panini sequer comenta, apenas diz que será explicada na edição extra. Emma Frost consta na capa original e também no resumo final, porém fico curioso da forma que Morrison irá incluí-la na equipe, tanto por ser ex-vilã quanto por não aparecer no Brasil à muito tempo (o que já causou diversas dúvidas na sessão de cartas). Jean Grey até agora estava sem seus poderes telecinéticos, mas nessa história demonstra poder mover os objetos. Mas hein? E no que deu a morte de Magneto?
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São muitas dúvidas, mas finalmente houve uma mudança de verdade nas histórias e não o lenga-lenga que vinha se arrastando até agora. Resta esperar pra ver se, de fato, essa fase do Morrison é tão badalada como dizem e como serão tratados os últimos acontecimentos/ mortes.
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Wolverine continua nas mãos de Frank Tieri, o roteirista responsável por Hulk: Contra o Mundo e Batman: O Submundo de Gotham. Longe de ser uma história inovadora, pelo menos fica na média, focando na ação e violência rara de se encontrar nas histórias dos X-Men. Seria interessante vê-lo em X-Treme… Nessa edição se inicia um novo arco, denominado “Caçado”: a famosa repórter Trish Tilby está cobrindo estranhos assassinatos que, de alguma forma, possuem relação entre si e Logan sonha que mata um Senador, também envolvido num desses assassinatos. Fera tenta conversar com o amigo, mas tudo muda quando o sonho se torna realidade.
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A ação é o ponto alto da trama, assim como foi no último arco, com destaque para as cenas de dilaceração (ótimas!) e para a presença surpresa do Dentes-de-Sabre, recuperando seu adamantium ao estilo “Arma X” do Barry Windsor-Smith, com direito à vários recordatórios de cores diferentes, simulando várias pessoas conversando. O final fica em aberto, mas é de se imaginar o desfecho. Vamos ver até onde Tieri irá segurar o título desta maneira. Os desenhos permanecem com Sean Chen (Planeta dos Condenados), que faz um ótimo trabalho, principalmente nas cenas de luta.
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E finalizando: a história do Cable, que fecha o arco envolvendo os imortais, salvação de planos paralelos etc. Tudo acontece rápido demais, com resumos do que ocorreu e um desfecho simpático, mas que poderia ter ocorrido à muito tempo. Foram seis histórias que caberiam, no máximo, num arco em 4 partes. Devido aos pulos da Panini, ela vinha se arrastando desde X-Men #2. Sem contar na total falta de conexão com a série principal, pois esta história é de outubro/ 2000, enquanto Novos X-Men é de junho/ 2001. Robert Weinberg pensou que criava uma baita história do Cable, mas não foi bem assim. Coincidência ou não, o autor trabalhou em outra HQ e debandou para suas origens, a literatura.
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Os desenhos de Michael Ryan, apesar de dar o mesmo rosto para as mulheres, são bons e se destacam pelas cenas amplas e o uso de páginas duplas, mas estão longes de outros trabalhos do artista, como Fugitivos e Academia X, sendo salvo pelas cores do estúdio Liquid!. Mas precisavam transformar os imortais/ aliens em cópias do Predador e Alien? Realmente dá-se a impressão que foi tudo feito às pressas, pra terminar logo esse arco e iniciar outro. Ao final da história, alguns epílogos fechando antigas pontas, como a visita de Cable ao túmulo da primeira vítima de Aentaros, no início do arco.
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Graficamente, a Panini mantém a capa cartonada, preço e número de páginas das edições anteriores. Nessa parte, não há do que reclamar, porém essa estratégia de lançamento e organização das histórias é um tanto quanto duvidosa. A nova versão do Fera (antes mesmo de vermos sua transformação) e a versão antiga na mesma revista fica complicado. Pode ser culpa da Marvel, claro, mas a Panini poderia adiantar as histórias do Cable e Wolverine nesta edição (assim veríamos a mutação secundária em X-Men Extra #9) para, finalmente, iniciar E de Extinção na edição seguinte. Enfim, de um jeito ou de outro foi dada a largada para esta nova fase, que promete!

nota 7,0 w
*Por que reviews de estreias ficam tão grandes? Tá, eu sou um X-Verme…

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