Nome Original: Sub-Mariner: The Depths #1 a #5
Editora/Ano: Panini, 2010 (Marvel, 2008)
Preço/ Páginas: R$22,90/ 129 páginas
Gênero: Suspense
Roteiro: Peter Milligan
Arte: Esad Ribic
Sinopse: Randolph Stein, cientista e explorador, sempre procurou desmitificar as famosas lendas que a humanidade persiste em levar adiante, usando a luz da razão para quebrar tabus míticos mundo afora. Como sua fama o precede, ele é contatado pela marinha norte-americana para investigar o misterioso desaparecimento do Capitão Marlowe na Fossa das Marianas – o local mais profundo dos oceanos. Liderando um pequeno grupo de marinheiros supersticiosos, Stein é incumbido de encontrar e resgatar Marlowe, além de comprovar se realmente o capitão desaparecido alcançou êxito em sua expedição marítima: a descoberta de Atlântida.
Tá aí uma edição que tinha tudo pra ser ruim e que eu não botava fé, mas no fim me surpreendeu, e muito ! Primeiro, para quem não conhece, Namor é um dos personagens mais antigos da Marvel, criado em 1939, conhecido também como Príncipe Submarino. Suas origens estão ligadas à lendária Atlântida, assim como Aquaman, da DC. Mas Namor nunca teve uma grande história e acabou se tornando um personagem secundário, inclusive sua recente revista própria foi um fiasco. E segundo, a Marvel possui uma linha editorial chamada Marvel Knights, destinada a jovens adultos, com temática mais madura.
Só por se tratar do Namor as pessoas já ficam com um pé atrás. Mas quem der uma chance ao título vai se surpreender. Tudo começa com Cap. Marlowe num submarino, participando de uma expedição a procura da lendária Atlântida e de seu temido príncipe, Namor. Em meio à escuridão das profundezas, Marlowe tem a impressão de ver uma grande luz, que ele acredita ser a própria Atlântida para, logo em seguida, desaparecer misteriosamente junto com seu grupo. Preocupados, a Marinha norte-americana contrata o cientista Stein para se aventurar pela Fossa das Marianas, o ponto mais fundo da Terra, e tentar descobrir o que houve com Marlowe e seus marinheiros.Namor: As Produndezas é uma história fechada (originalmente em 5 edições), que não faz parte de nenhuma cronologia, podendo ser lida por qualquer um, usando um personagem secundário, com temática adulta e de suspense ainda por cima, é muito bom pra ser verdade. Pra completar, a Panini lança numa edição em capa dura, papel de qualidade, extras e à um preço bem em conta, fazendo parte de uma seleta coleção de encadernados, que incluem títulos como Magneto: Testamento.
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Stein é uma espécie de “caçador de mitos”, não acredita em nada que não pode ser provado cientificamente, tendo desvendado, inclusive, a lenda do Pé Grande. Ele acredita que Atlântida é uma bobagem, assim como seu príncipe, e quer provar isso a todo custo. Sua equipe é o oposto, super supersticiosa e temem que Namor se zangue com as ofensas de Stein e se vingue neles.
Já na Fossa das Marianas, o grupo passa por poucas e boas. A gente consegue sentir todo o clima sufocante de estar dentro de um submarino, cercado de águas escuras e misteriosas. Para completar, eles possuem a impressão que algo está vigiando-os. Stein anota tudo em seu diário e, muitas vezes, não sabe o que é mito ou o que é real, confrontando a si mesmo.
É interessante notar que, apesar de ser o personagem título, Namor quase não aparece em toda a HQ, apenas se manifestando em vultos, se tornando o mito temível que é considerado. A arte de Esad Ribic deu um tom todo cinematográfico à obra. Seu estilo realista se encaixou como uma luva ao roteiro. Atenção especial para as cenas em que Namor aparece por vultos. Por ser passar na década de 50, temos construções arcaicas e uma cidade “futurista-retrô”, com balões voando. A ambientação dentro do submarino é perfeita, as cabines, compartimentos, tudo é muito bem desenhado e não temos aquela impressão que está faltando (ou sobrando) coisa.
Quem gosta de filmes como 20.000 Léguas Submarinas e O Segredo do Abismo, vai adorar As Profundezas, é um excelente suspense do começo ao fim. Entre os extras temos todas as capas originais, biografia do desenhista e roteirista além de algumas notas sobre a edição. Também vem um poster.
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Não sabia se dava nota 9 ou 10. Sem dúvida, é um dos melhores quadrinhos que li, mas ao lado de outras obras “10”, As Profundezas meio que se ofusca. Mas por outro lado, não vejo nenhum ponto que poderia ser melhorado na HQ, tirando pequenos detalhes na arte, como alguns rostos, ela é perfeita do jeito que é. Unindo os ótimos roteiro e arte com o excelente acabamento da Panini, a nota não poderia ser outra.
* A edição é recente (2010) e fácil de achar. Capa dura custando R$22,90 !
Lamento que a Panini não lance outros encadernados com a mesma qualidade e preço.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.