Arco principal: Cidade Eterna (When in Rome) Publicação Original: Catwoman: When in Rome #1 a #6 (DC, 2005) Roteiro/ Arte: Jeph Loeb/ Tim Sale
Sinopse: A Mulher-Gato está muito perto de desvendar a verdade sobre o seu passado, mas alguns segredos são perigosos demais para serem revelados… e isso pode lhe custar muitas de suas vidas de felina. Será que Selina está preparada para lidar com as conseqüências do que vai encontrar?
Mulher-Gato: Cidade Eterna é uma mini-série em 6 edições (3 nacionais) criada pela famosa dupla Jeph Loeb e Tim Sale, uma das melhores no repertório da gata. Loeb e Sale são os responsáveis pela “trilogia das cores” da Marvel (Hulk – Cinza, Homem-Aranha – Azul e Demolidor – Amarelo), além de títulos como Batman – O Longo dia das Bruxas e Superman – As Quatros Estações para a DC. Desta vez a premiada dupla teve a ajuda do colorista Dave Stewart, o mesmo de Daytripper e Joe, o Bárbaro.
Nesta mini, Selina Kyle vai à Roma para investigar os Verrini, famosa família mafiosa das redondezas de Gotham e que Kyle suspeita ser parente. Mais precisamente, filha do casal Romano. O vilão Edward Nigma, o Charada, também vai junto para ajuda-la na investigação (ou atrapalha-la). Porém coisas estranhas acontecem a todo momento, como a sabotagem em seu apartamento, os estranhos sonhos com Batman e a misteriosa morte de Don Verrini, ocasionada pelo suco de riso do Coringa. A aparição de outros vilões de Gotham também surpreende a Mulher-Gato.
Jeph Loeb criou uma trama interessante que consegue unir alguns fatos mostrados em Batman – O Longo Dia das Bruxas e Vitória Sombria, e expandir a mitologia da Mulher-Gato. Apesar de manter uma boa narração por todas as edições, é na última que ocorre a cartada final, numa sacada muito interessante unindo todos os protagonistas e fechando várias pontas. Fui surpreendido, já que não havia matado a charada desde o início 🙂
Logo na primeira edição temos a aparição de boa parte dos vilões do Batman, como o Duas-Caras, Coringa e Senhor Frio. Todos suspeitos do crime contra Verrini, à qual Selina levou a culpa e que agora corre atrás de pistas para inocentá-la, além de descobrir a verdade sobre seus pais. A galeria de vilões do morcego é uma das melhores nos quadrinhos, sem dúvida, com personagens bastante distintos e insanos. Selina não é, necessariamente, uma vilã do Batman, sendo vista mais como antagonista, pois os dois possuem uma relação bastante complicada.
É nesta “afinidade” entre os dois que se concentra uma subtrama em Cidade Eterna. Selina possui pesadelos todos os dias desde que chegou em Roma e, em todos eles, o Batman aparece para perturba-la, numa mistura de ódio e amor. O curioso é que sempre quando acorda, de susto, Edward Nigma está próximo, numa cena constrangedora, pois no sonho ela está beijando Bruce e, quando acordar, acaba beijando o Charada. A HQ possui este lado cômico bem forte, pois não é totalmente séria, a caracterização cartunesca de Tim Sale também ajuda.
Falando em Sale, a arte da mini é o ponto alto. À começar pelas capas: simples, diretas e estilosas. Os personagens também ganharam uma roupagem diferente da comum e estão mais cartunescos, mas de um modo positivo. As sequencias são bastante dinâmicas e bem planejadas, como quando Kyle invade a Basílica ou quando é pega pela arma de gelo do Senhor Frio. Toda a sensualidade da gata também está presente, principalmente em suas cenas com o “Loirinho”, o guarda-costas de Verrini que agora fica na cola de Selina, e os momentos de camisola e poses de matar. Também é legal vê-la vestindo um de seus uniformes clássicos, o roxo. O sonho da edição #2 é uma das melhores partes, com uma arte altamente estilizada.
Apesar dos desenhos de Tim Sale serem excelentes, o mesmo pode ser dito das cores de Dave Stewart. Sua paleta é incrível, com ótimas combinações e os fundos mais pastéis. Interessante notar como as cores se alternam nas cenas mais claras e nas mais escuras. A aparência “aquarelável” também deixa a arte mais peculiar.
Outros destaques ficam para as citações durante a história, como sobre Mussolini; da luta entre Mulher-Gato e Mulher-Leopardo, da cena na Basílica de São Pedro e dos cartões postais ao final de cada edição. A Panini publicou Cidade Eterna em três partes, mantendo as capas originais no interior, sem extras, capa em couché e miolo LWC. Não é uma HQ perfeita, mas muito interessante, ainda mais para os fans da personagem, com um desfecho inusitado e uma excelente arte para ser admirada, além de sua semelhança com animações da DC.
Confira outros reviews de Mulher-Gato que fiz aqui no site:
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[…] é luxuosa, com capa dura e papel couché, além de diversos extras. A introdução é de Tim Sale (Mulher-Gato: Cidade Eterna), exaltando a obra, com posfacio do próprio Bolland, explicando como chegou à trabalhar com Moore […]
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