Editora/Ano: Panini, 2002 (Marvel, 2000)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 100 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Joseph Harris
Arte: Tom Raney
Sinopse: Ele foi o primeiro pupilo de Charles Xavier, o pioneiro do sonho de uma convivência pacífica entre humanidade e mutantes. Em nome desse sonho, Scott Summers sacrificou a própria vida para impedir que Apocalipse reformulasse a realidade. Mas aqueles que choraram por ele descobrirão que nem a morte pode conter a força de um sonho.
X-Men Extra #6 traz a minissérie A Busca Por Ciclope, que possui apenas uma finalidade: trazer de volta um dos mutantes mais famosos da série. Se já não bastasse a volta da Lince Negra e a morte do Colossus, como visto em X-Men #6. Pelo menos o roteiro foi bem conduzido e a arte é muito boa.
Para quem não se recorda/ conhece, Ciclope “morreu” na sem graça Saga dos Doze. Apocalipse pretendia unir o poder de 12 mutantes super poderosos e, no final, possuir o corpo de Nate Gray, o X-Man. Nos últimos instantes, Scott salva Nate e acaba se fundindo com Apocalipse para, logo em seguida, desaparecerem. Desde então, Ciclope está dado como morto e foi até interessante ver como Jean reagiu. Mas como já falei, os heróis são imortais. Aposto que Colossus também não permanece muito tempo no mundo dos mortos.
Mas voltando à história principal, A Busca Por Ciclope foi escrita por Joseph Harris, que possui um estilo bastante cinematográfico, lotado de flashbacks e abusando de ótimos recordatórios. O autor também foi o responsável pela série Bishop: o Último X-Man e, recentemente, escreveu a minissérie Vampirella and The Scarlet Legion (2011) e Vampirella Vs Dracula (2012). O grande destaque no roteiro de Harris são os flashbacks. No início da história vemos um Scott Summers sem memória e tendo diversos sonhos estranhos que, na realidade, são memórias de En Sabah Nur, o Apocalipse, durante a juventude. Pelo que parece, a essência do vilão permaneceu no corpo de Scott e está fazendo de tudo pra se soltar. Na sequência temos uma estranha moça querendo ajudar Ciclope, um assassino encapuzado e Ozymandias, que localiza Jean e Nathan Summers, informando que Scott está vivo e precisam encontra-lo. Claro que todos tem um motivo especial para correrem atrás do protagonista. Resta saber o quanto há de Apocalipse no corpo de Ciclope.
Nada de especial na história, mas ela é bem conduzida, ficando bem melhor que a (também) não-morte da Lince Negra. Mesmo assim, essas ressurreições deixam as mortes de heróis, como a recente do Colossus, meio sem mérito. E, quase sempre, eles acabam voltando. Então porque diabos os roteiristas os matam??
Os momentos finais até que conseguem surpreender um pouco e fogem do habitual, apesar de acontecer o que já era esperado, agora é esperar pra ver até quando… Os desenhos são de Tom Raney (Aniquilação 2: A Conquista, Black Widow: Deadly Origin) e são ótimos. Os destaques ficam para as cenas de flashback (novamente!), com uma coloração especial, e para a caracterização dos personagens, sem apelar para os uniformes e brigas sem necessidade, além das imagens em primeira pessoa e a composição dos cenarios. A arte final é do Scott Hanna (Nova, Ultimate X-Men) e as cores de Jung Choi (Exilados).
A edição da Panini mantêm a qualidade gráfica e na sessão de cartas tem alguns comentários das séries que viriam a seguir, bastante esperadas pelo público: a nova X-Force, X-Treme X-Men e Exilados. Felizmente, as três estreiam na próxima edição, mantendo uma melhor coesão em X-Men Extra. Claro que também falam da fase do Grant Morrison 🙂
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.