Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Review] X-Men Extra #6
Editora/Ano: Panini, 2002 (Marvel, 2000)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 100 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Joseph Harris
Arte: Tom Raney
Sinopse: Ele foi o primeiro pupilo de Charles Xavier, o pioneiro do sonho de uma convivência pacífica entre humanidade e mutantes. Em nome desse sonho, Scott Summers sacrificou a própria vida para impedir que Apocalipse reformulasse a realidade. Mas aqueles que choraram por ele descobrirão que nem a morte pode conter a força de um sonho.
X-Men Extra #6 traz a minissérie A Busca Por Ciclope, que possui apenas uma finalidade: trazer de volta um dos mutantes mais famosos da série. Se já não bastasse a volta da Lince Negra e a morte do Colossus, como visto em X-Men #6. Pelo menos o roteiro foi bem conduzido e a arte é muito boa.
Para quem não se recorda/ conhece, Ciclope “morreu” na sem graça Saga dos Doze. Apocalipse pretendia unir o poder de 12 mutantes super poderosos e, no final, possuir o corpo de Nate Gray, o X-Man. Nos últimos instantes, Scott salva Nate e acaba se fundindo com Apocalipse para, logo em seguida, desaparecerem. Desde então, Ciclope está dado como morto e foi até interessante ver como Jean reagiu. Mas como já falei, os heróis são imortais. Aposto que Colossus também não permanece muito tempo no mundo dos mortos.
Mas voltando à história principal, A Busca Por Ciclope foi escrita por Joseph Harris, que possui um estilo bastante cinematográfico, lotado de flashbacks e abusando de ótimos recordatórios. O autor também foi o responsável pela série Bishop: o Último X-Man e, recentemente, escreveu a minissérie Vampirella and The Scarlet Legion (2011) e Vampirella Vs Dracula (2012). O grande destaque no roteiro de Harris são os flashbacks. No início da história vemos um Scott Summers sem memória e tendo diversos sonhos estranhos que, na realidade, são memórias de En Sabah Nur, o Apocalipse, durante a juventude. Pelo que parece, a essência do vilão permaneceu no corpo de Scott e está fazendo de tudo pra se soltar. Na sequência temos uma estranha moça querendo ajudar Ciclope, um assassino encapuzado e Ozymandias, que localiza Jean e Nathan Summers, informando que Scott está vivo e precisam encontra-lo. Claro que todos tem um motivo especial para correrem atrás do protagonista. Resta saber o quanto há de Apocalipse no corpo de Ciclope.
Nada de especial na história, mas ela é bem conduzida, ficando bem melhor que a (também) não-morte da Lince Negra. Mesmo assim, essas ressurreições deixam as mortes de heróis, como a recente do Colossus, meio sem mérito. E, quase sempre, eles acabam voltando. Então porque diabos os roteiristas os matam??
Os momentos finais até que conseguem surpreender um pouco e fogem do habitual, apesar de acontecer o que já era esperado, agora é esperar pra ver até quando… Os desenhos são de Tom Raney (Aniquilação 2: A Conquista, Black Widow: Deadly Origin) e são ótimos. Os destaques ficam para as cenas de flashback (novamente!), com uma coloração especial, e para a caracterização dos personagens, sem apelar para os uniformes e brigas sem necessidade, além das imagens em primeira pessoa e a composição dos cenarios. A arte final é do Scott Hanna (Nova, Ultimate X-Men) e as cores de Jung Choi (Exilados).
A edição da Panini mantêm a qualidade gráfica e na sessão de cartas tem alguns comentários das séries que viriam a seguir, bastante esperadas pelo público: a nova X-Force, X-Treme X-Men e Exilados. Felizmente, as três estreiam na próxima edição, mantendo uma melhor coesão em X-Men Extra. Claro que também falam da fase do Grant Morrison 🙂