Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Review] X-Men #6
Nome Original: Uncanny X-Men #390; X-Men #110; Wolverine #160; Cable #82
Editora/Ano: Panini, 2002 (Marvel, 2001)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 100 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Scott Lobdell; Frank Tieri; Robert Weinberg
Arte: Salvador Larroca; Leinil Francis Yu; Sean Chen; Michael Ryan e Andrew Pepoy
Sinopse: Para que a cura do vírus Legado se torne realidade, um membro dos X-Men terá de sacrificar a própria vida. Uma aventura que marcará os pupilos de Charles Xavier para sempre. Wolverine: Logan se gaba de ser o melhor naquilo que faz, mas vai descobrir que este é um título muito difícil de manter. Cable: Irene foi possuída pelo demônio Aentaros, e não há nada que Nathan possa fazer pra ajudar, exceto… matá-la!
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Com a saída de Claremont das principais séries mutantes, o roteirista substituto é Scott Lobdell (WildCats) que, como virou costume, já começa matando e tirando alguns personagens da reta. Na capa é possível perceber quem vai pra vala. A arte continua com Salvador Larroca (Invencível Homem de Ferro) nos desenhos de Uncanny X-Men e temos de volta Francis Yu (Ultimate Marvel) em X-Men. Ambos mantêm a qualidade de sempre.
Na primeira história, Fera descobriu a cura para o vírus Legado, graças às anotações da falecida Moira MacTaggert. Mas há um porém: para liberar a cura, um mutante teria que se sacrificar, pois na utilização de seus dons, a cura se espalharia na atmosfera. Ou algo assim. Colossus fica bem aflito e, enquanto seus outros colegas jogam basquete pra se distrair, ele decide servir de mártir para a cura. Cecília foi a única que permaneceu ao lado dele, tentando impedi-lo, mas foi inútil. A médica parece ser a única personagem “natural” da equipe. Lembrando que a irmã de Peter, Illyana Rasputin, foi a primeira vítima do vírus.
Os desenhos de Larroca são bem bonitos e preenchem bem as páginas, abusando de grandes quadros. Os recordatórios no final também ficaram bons, utilizar de algumas passagens da famosa X-Men Giant Size foi uma boa sacada, deixando o clima mais triste. Colossus é um personagem bem carismático, possui um grande coração, além de sensível, indo contra ao estereotipo dos bombados. Vou sentir falta dele, mas sei que heróis são imortais 🙂
Lince Negra aparece, finalmente, na segunda história. Ela está escrevendo uma carta, contando sobre seu relacionamento com Colossus e porque decidiu sair da equipe. Só relembrando, Kitty estava dada como morta depois de um acidente no espaço, mas na verdade ela conseguiu sobreviver e agora só quer ter uma vida normal. Os desenhos de Fancis Yu estão bem interessantes, cheio de quadros soltos pelas páginas, como se fossem fotos. Finalmente essa história de “mutante que jurou proteger o mundo que o teme e odeia” está sendo deixado pra trás.
Dá pra perceber que os X-Men estão passando por uma repaginação, com novo escritor, dois importantes personagens fora da equipe e uma aparição surpresa no final dessa edição. Espero que consigam melhorar de vez, antes da aguardada fase do Morrison!
A seguir temos Wolverine. Em X-Men #5 começou um novo arco com os roteiros de Frank Tieri (Arma X, Gotham Underground) e comentei de suas qualidades, apesar do clichê “o melhor naquilo que faz”. Na história, um homem misterioso decide mandar alguns capangas atrás do Logan, para testa-lo, e acabam todos derrotados. Não satisfeito, o homem envia duas moças barra pesada (e bem carismáticas, por sinal) tentar impedi-lo. Agora na continuação, as meninas e Wolvie cai na porrada. É a história genérica de sempre do personagem, mas até que está indo bem, principalmente pela arte.
Os desenhos são de Sean Chen, o mesmo de Nova e X-Men: o Fim. O grande diferencial está na violência, algo que Wolverine sempre prega, mas nunca é mostrada, de fato, em suas revistas até agora. Finalmente temos sangue e destruição. Destaque na participação especial do Dentes-de-Sabre, que já chega arrancando tudo, conforme a imagem acima.
E finalizando, a interminável aventura de Cable envolvendo duas realidades paralelas. Irene foi possúida pelo demônio Aentaros e Cable precisa pensar rápido numa forma de salva-la. O desfecho da sequencia é bem interessante, mas toda essa fase do personagem tá enchendo linguiça demais. Para completar, temos a inclusão de vários personagens e situações, tudo fica muito confuso, apesar de algumas coisas serem esclarecidas nessa edição.
A arte de Cable é salva pelas cores da Gloria Vazques (Lobo, Aves de Rapina), principalmente nas sequencias de luta. Mas os desenhos de Andrew Pepoy (Fábulas) e Michael Ryan (Novo Excalibur) não ajudam, mesmo tendo boas sequencias. Definitivamente, eles não estão em seus melhores momentos. É usado a desculpa que as duas mulheres das realidades paralelas são versões diferentes da mesma pessoa, explicando o porque delas terem o mesmo rosto. Mas praticamente TODAS as mulheres que aparecem tem o mesmo rosto! Particularmente, está sendo a pior história do mix.