Arcos Principais: Sem título.
Publicação Original: Mighty Morphin Power Rangers #21-24 (BOOM! Studios, 2018).
Roteiro/ Arte: Kyle Higgins/ Jonas Scharf.
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Depois de um volume mais ou menos, onde o Finster protagonizou uma nova onda de ataque dos bonecos de massa, dessa vez parecidos com humanos, a série volta aos trilhos e prepara terreno para o evento “Rede Despedaçada“, trazendo Rita Repulsa de volta! Review especial sem muitos spoilers:
O RETORNO DE RITA REPULSA
Grace, a Ranger Vermelha da equipe do Zordon formada em 1969, agora dirige a organização Promethea, dedicada a estudar fenômenos estranhos e possíveis ataques à Terra. Ela mostra todo o espaço da organização aos rangers atuais, mostrando também que estão com um boneco de massa ainda em forma humana, podendo prever quando que irá se transformar em monstro. Um ponto interessante nesse início é saber que todos os rangers estão nada contentes com o Zordon (que está de volta ao tubo), após descobrirem sobre a equipe de 1969. E quem estaria, né não? Aquele fiasco suicida mostrado no volume anterior foi horrível.
A trama segue de forma mais lenta, mostrando alguns eventos paralelos interessantes. Enquanto os rangers enfrentam o boneco de massa na sede da Promethea, Saba tenta convencer o Finster (que está numa prisão especial) de largar mão dessa carreira ao lado da Rita, oferecendo um espaço de criação quase infinito em sua cela. O que se segue é uma discussão bem interessante em torno da “arte“, quase um monólogo do Finster explicando como a criação dos bonecos é uma arte para ele, precisando que seja vista pelo pública para fazer algum sentido. Muito bom.
Tanto a Grace quanto o Finster parecem esconder algo desde o início. Desde o último volume, aliás, já fica meio evidente que ela não está sendo totalmente transparente. Agora vamos falar sobre dois rangers em particular? Jason e Billy. Já não é de hoje que o Billy é o cabeça da equipe e dessa vez não é diferente, é ele que praticamente consegue trazer à tona os segredos desse arco, salvando o dia mais uma vez. Já o Jason, por outro lado, é aquele líder que quer tudo do seu jeito. Um monstro ameaça uma cidade e a Grace já coloca toda a região em quarentena, pra evitar acidentes com os civis. E o que o Jason acha? Que está tudo errado, que não pode tirar as pessoas dali sem o consentimento delas. Oi? É um monstro atacando!!
Um volume que retomou o fôlego da série, que continua com o roteiro do Kyle Higgins e que agora ganha os desenhos de Jonas Scharf (Guerra Pelo Planeta dos Macacos), que apesar de mais estilizados que o Prazetya (o desenhista regular), mantém a qualidade com cenas de ação ágeis, ótimo movimento e diagramação. Ah, temos o retorno de Rita Repulsa! Após meses longe da Terra, ela planeja seu retorno com caos e ao mesmo tempo cautela, negociando com outros vilões do espaço. Uma cena muito engraçada é quando ela dá uma patada no Finster e, logo em seguida, recebe outra boa resposta dele! Hilário. Vale comentar que esse é o volume que funciona como prelúdio para a “Rede Despedaçada“, crossover entre as revistas Mighty Morphin Power Rangers (esta) e Go Go Power Rangers (que retrata os primeiros meses da equipe), além de primeira grande saga da série. Rede Despedaçada compreende os volumes 7 e 8 e em breve estará comentada aqui no site.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.