Arcos Principais: Sem título.
Publicação Original: Mighty Morphin Power Rangers #13-16 (BOOM! Studios, 2017).
Roteiro/ Arte: Kyle Higgins/ Hendry Prasetya e Daniel Bayliss.
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No arco anterior, Billy e Tommy acabaram teleportados para o futuro de uma realidade alternativa, onde a Rita Repulsa e o Lord Drakkon (uma versão mais velha do próprio Tommy) haviam dominado a Terra. Nesse volume 4 (compilando as edições #13-16), os dois rangers deslocados do tempo unem força à resistência e confrontam o exército de Drakkon! Review especial sem muitos spoilers!
BATALHA CONTRA LORD DRAKKON
Interessante começar dizendo que esse arco se movimenta com duas histórias paralelas: a primeira, envolvendo Billy e Tommy no futuro alternativo, se unindo à resistência contra o Lord Drakkon; a segunda, com os demais rangers, enfrentando um esquadrão de Goldars da Rita Repulsa no presente. O Finster moldou diversos bonecos do Goldar, versões melhores e “sem falhas” (nas palavras dele) do vilão, formando um exército de clones. O próprio Finster, se passando pelo Alpha, consegue atrair os rangers para essa armadilha.
Um ponto legal é que deixa claro que o Goldar (o original) não é apenas um boneco de massa como os outros, ele desenvolveu vontades próprias (e até deu uma leve traída à Rita no arco anterior, quando ajudou o Billy a sair da prisão). A batalha entre os Goldars e os rangers também envolve muitos Zords e uma super formação do Megazord. Pena que não teve tanto destaque, sendo uma sequência bem rápida. Uma outra característica interessante dessa parte da história é a armadura do Dragão Negro, que é replicada por um dos rangers.
Já no futuro, Billy e Tommy se unem à rebelião dos “sem-moeda“, que ganharam esse nome por terem perdido as moedas de morfagem para o Lord Drakkon, ficando apenas com uma: a azul, guardada a sete chaves. Caso Drakkon tenha essa última moeda em mãos, ele seria praticamente invencível. E esse é um ponto que movimenta a história, já que o vilão reúne seu exército com armaduras pretas, vermelhas e rosas, até o campo onde os rebeldes estão. O roteirista Kyle Higgins, que vem comandando a série, soube costurar muito bem toda a trama paralela, até o momento em que elas convergem, desenvolvendo também outro personagem importante: Zordon.
Assim como o Billy teve uma edição no arco anterior focando em sua história, nesse arco a edição #15 foca no Zordon! Com os desenhos de Daniel Bayliss (Translucid), entramos numa viagem psicodélica através do tempo e espaço, acompanhando o que aconteceu ao “corpo” do Zordon quando a Sala de Comando foi destruída pela Rita. Seu espírito, digamos assim, passou a vagar pela linha do tempo, conseguindo ver eventos passados e futuros, de sua realidade e da outra, até o momento que se encontra com o Zordon morto da realidade do Lord Drakkon. Uma ótima história, com traços bem legais, recheada de páginas duplas e grandes painéis, muito bonito. Sem contar que no final do arco também compreendemos um pouco mais sobre a forma e estrutura do Zordon e seu “tubo”. Mais um arco bastante consistente de Mighty Morphin Power Rangers, desenvolvendo e ampliando sua mitologia, finalizando a saga entre o Ranger Verde e o Lord Drakkon.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.