Arcos Principais: Afundem Atlântida (Sink Atlantis).
Publicação Original: Aquaman #39-40 e Esquadrão Suicida #45-46 (DC, 2018).
Roteiro/ Arte: Dan Abnett e Robbie Williams/ Jose Luis e Joe Bennet.
No último arco de Aquaman, Matador de Reis, o ex-rei de Atlântida tirou o ditador Corum Rath do trono, mandando-o para as profundezas. Rath estava influenciado pelo poder da escuridão abissal e havia se transformado numa espécie de fera marinha. Com Corum longe, Mera se torna Rainha e ergue o reino de Atlântida para a superfície, gerando medo em alguns políticos. Nesse crossover com o Esquadrão Suicida, um senador contrata Amandar Waller e seu grupo de prisioneiros para a missão de derrubar Mera e seu reino. Review especial de Afundem Atlântida com alguns spoilers.
AFUNDEM ATLÂNTIDA
Atlântida emergiu e causa um pouco de alvoroço no povo da superfície, com alguns membros do governo receosos enquanto outros já elaboram estratégias de conciliação pacífica. Mera prepara sua coroação e aparição pública, enquanto o Almirante Meddinghouse faz uma ligação para Amanda Waller solicitando seus trabalhos para impedir a ação de Atlântida. Assim, ela monta a Força Tarefa X com Arlequina, Croc, Pistoleiro e outros dois vilões do terceiro escalão: Armadilha e Lord Satanis. A equipe chega aos fundos de Atlântida e são recebidas por Urcell, que não concorda com as ideias de Mera e decide ajudar os vilões a puxar Atlântida de volta, imaginando que não traria maiores problemas ao seu próprio povo.
Urcell só não imaginaria que o plano, na realidade, se trata em colocar uma ogiva mágica nuclear na base de Atlântida e explodir tudo. Até mesmo a Arlequina e o Pistoleiro desconheciam o real objetivo da missão e se recusam a continuar, porém Satanis quer levar tudo adiante. Com exceção de Mera e o Aquaman, as personagens não possuem uma boa interação e as coisas ficam meio sem graça. Imaginei que a Mera tomaria a frente da situação, mas ela acaba em segundo plano. O Aquaman sugere chamar o Tubarão Rei para enfrentar Satanis, ou seja, criminosos contra criminosos, e a Mera acaba concordando e ficando para trás. Seria um bom momento para mostrar seu diferencial, em como ela seria diferente do Arthur numa situação dessas (e sabemos como ela pode ser casca grossa).
Além da Mera, outros personagens que ficam em segundo plano são a Arlequina e o Pistoleiro. A Harley praticamente fez nada o crossover inteiro, sendo apenas o alívio cômico do rolê. As cenas de ação com o confronto das equipe são boas, com destaque para o Tubarão Rei enfrentando Satanis/ Croc e quando a Mera fica furiosa e decide abrir o jogo com os EUA, ameaçando acabar com o país se Atlântida cair. Era essa Mera que eu queria desde o início! Uma personagem que ganha um certo destaque perto do final é a Delfine, que demonstra seu lado heroico.
O desfecho desse crossover entre o Aquaman e o Esquadrão Suicida é meio insosso. A luta final envolvendo a tal ogiva mágica é anti-clímax, principalmente na parte em que envolve o vilão Armadilha, que possui o poder de destrancar qualquer tipo de porta ou cadeado, o modo como ele deixa a série e a reação dos outros personagens é bem “tá bom, próximo…“. Sem contar no Lord Satanis, um chato. Um ponto positivo nesse final está no encontro entre Mera e Amanda Waller, cara a cara. Enquanto o roteiro é dividido entre Dan Abnett e Robbie Williams, os desenhos ficam por conta de Jose Luis e Joe Bennet, que fazem um ótimo trabalho. Inclusive a arte da série do Aquaman vem sendo bem consistente nessas 40 edições.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.