[Especial] Wolverine e os X-Men: A Saga do Clube do Inferno!

Arcos Principais: A Saga do Clube do Inferno (The Hellfire Saga).
Publicação Original/ Brasil: Wolverine and The X-Men #30-35 (Marvel, 2013)/ Wolverine #7-9 (Panini, 2014).
Roteiro/ Arte: Jason Aaron/ Nick Bradshaw e Pasqual Ferry.

Já tinha achado os arcos anteriores, O Último dos Frankenstein e Aprendizado Selvagem, bem medianos. Mas estava com alguma expectativa para este, A Saga do Clube do Inferno, tanto por fazer referência às outras grandes Sagas dos X-Men, mas também por explorar as crianças sádicas do Clube e os alunos que foram pra lá. Mas o resultado foi bem decepcionante pra mim, com uma cena mais absurda que a outra. Review especial com spoilers!

A SAGA DO CLUBE DO INFERNO

Tudo começa com Wolverine e Rachel sondando todos os lugares possíveis, procurando pela Escola do Clube do Inferno, para onde a Idie e o Glob fugiram. Enquanto isso, o próprio Quentin também faz a sua busca, mas é mais esperto, sondando a mente de um Bamf e meio que descobrindo o paradeiro da Idie (o Bamf viu tudo na hora). Já o Fera tenta sua cartada final para restaurar a mente do Nim: pedir a ajuda do Dr. Xanto Starblood, especialista em Ninhada e também louco, sádico e prisioneiro da ESPADA. Cê acha que isso daria certo? Só na mente do Fera, que só faz cagada. Claro que dá um problema e o Dr. Starblood foge com o Nim, sendo resgatado pelo Filisteu, o guarda-costas do Kade Kilgore. No fim das contas, o próprio Filisteu pousa na Escola Jean Grey e pega o Quentin, mostrando que Escalpo e Groxo também estão no time. E aí que começa a desandar as coisas.

Começando pela Escola do Clube do Inferno. A série do Wolverine e os X-Men é mais voltada pros jovens, em comparação às outras mais “adultas”, porém o Jason Aaron utilizou de todos os clichês de “escolas macabras e engraçadas” que tem. Uma mescla de Harry Potter com a Família Addams. Então, sim: teremos aulas de como torturar, dissecar monstros, fugir de heróis, várias masmorras, esqueletos e cia. A Mística é uma das professoras, num momento bem constrangedor de sua carreira, eu diria. Os demais professores são do terceiro escalão da Marvel, incluindo o próprio Dr. Starblood, Sauron, Wendigo e até o Cão Logan, que ninguém se importa. Dentre os alunos, há um Menino-Lagosta e um com catarro tóxico, que vai pra detenção e nunca mais volta.

E as cenas bizarras continuam: enquanto Wolverine e quase todos os outros professores estão fora, procurando pelo Clube, temos o dragão Lockheed como inspetor de alunos, com direito a um transmissor tradutor e tudo mais. Wolverine tenta seguir a ideia do Quentin e reúne vários Bamfs, amarra-os numa corda e finge que são huskys siberianos e começa a correr com eles, quer dizer, teleportando com eles numa das cenas mais trashs que já vi. Uma cena boa, nessa parte, é quando o Quentin vai pra detenção, apanhando até dizer chega do Filisteu, e é salvo pelo Groxo, que decide tomar alguma atitude, se arrependendo do rumo que as coisas tomaram.

Com Quentin solto, a confusão e porradaria comem solta na Escola. Mas Kade Kilgore, o Rei Negro, não está muito preocupado, chegando a convidar a Idie para ser sua Rainha Negra, com direito a entregar um uniforme mega sensual pra ela num momento bem WTF?. Mas Idie não volta atrás, provando ser uma das personagens com o desenvolvimento mais interessante que surgiu nessa série. Ela veio pra Escola pra matar quem atirou no Nim e, ao descobrir que foi o próprio Kade, começa a espancá-lo. É disso que precisamos! Algo mais realista e com motivos. Um outro núcleo que também vinha se desenvolvendo bem era a Escalpo e o Groxo, mas que acabam se perdendo nesse final. Ele arranca a pele dela, uma atrás da outra, pra ver se a Paige deixa sua insanidade de lado, o que acaba funcionando. A sua “última camada” é a Paige normal que conhecemos, porém esqueceu quase tudo que estava fazendo. Ou seja, o velho truque da amnésia… A Escalpo tinha se transformado em alguém interessantíssimo, utilizando da troca de pele pra não lidar com as emoções, e acaba num clichê desses. Não gosto dessa ideia de apagar a memória de heróis, meio que uma desculpa pra eles não lidarem com o peso moral e com suas próprias atitudes. Foi assim com o Wolverine e seus inúmeros chips, com a Feiticeira Escarlate pós-Dia M (ela estava fora de si…), ou até mesmo com o Anjo (que renasceu depois de ser dominado pelo Apocalipse).

O auge dos momentos absurdos está quando o Wolverine e cia. chegam na Ilha onde está a Escola do Clube do Inferno. E eles chegam em bom estilo: com a Krakoa fantasiada de Monstro do Pântano e o Homem de Gelo numa cópia de Transformers feat. Power Rangers, muito bizarro. E o pior: todos eles Vs. várias outras Krakoas de lava que cercam a Ilha. Uma cena que é legal, nesse meio tempo, é o Doop enfrentando a Madame Mondo, uma personagem criada pra série e integrante do Mojoverso. O design dela é muito bom, mas é estranho ser uma sem-espinha com pernas e não obesa, como todos do Mojoverso. Nessa cena, o Doop mostra um filme pornô pra ela: hilário!

Mais uma vez, temos um arco onde termina com os vilões fugindo e os heróis voltando pra casa. Ninguém morre, nada muda. Um arco que não curti, com exceção de algumas cenas e desenvolvimentos, como o relacionando que se cria entre a Idie e o Quentin. Mas que se perde em meio a tanta confusão e cenas absurdas. O próprio Kade vira um maníaco que não sabe mais o que está fazendo. Sem contar que, apesar do título, mal vemos os demais membros do Clube. A Krakoa e o Homem de Gelo gigante chegando na Ilha não saem da minha cabeça. E ainda há o Nim, que volta a falar e ter noção das coisas, depois de umas pancadas e contato com um Bamf. A arte do Bradshaw continua na pegada mais jovem, com ótimos design de personagens, como a Madame Mondo e o Filisteu. Mas pesou a mão em alguns outros, como a Krakoa. Nesse ponto, talvez a arte exagerada do Chris Bachalo teria vendido melhor a ideia.

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