[Especial] Trindade Rebirth: Destino Sombrio!

Arcos Principais: Destino Sombrio (Dark Destiny).
Publicação Original/ Brasil: Trinity #12-15 (DC, 2017)/ Inédito.
Roteiro/ Arte: Rob Williams/ V Ken Marion.

O arco anterior da Trindade Rebirth deixou um pouco a desejar, mas esse terceiro conseguiu superar minhas expectativas! Como tínhamos visto, a Circe se uniu ao Luthor e ao Ra’s para reativar os Poços de Pandora, mas só agora vemos o que, de fato, ela tem em planos. Um arco em 4 edições (#12-15) muito legal e que traz diversas “trindades“, evocando aquele clima heroico que as vezes sentimos falta nas histórias. Review especial com poucos spoilers!

DESTINO SOMBRIO

A Trindade da DC (Batman, Mulher-Maravilha e o Superman) estão tentando lidar com um Capuz Vermelho endemoniado, possuído pela força dos Poços de Pandora. Por se tratar de magia, eles decidem chamar três especialistas no assunto: Zatanna, Desafiador e Constantine; a Trindade Mística! Esse início é bem interessante porque se inspira muito no Exorcista, principalmente com as cenas na frente da casa e até mesmo nas falas do Constantine. Além da Trindade tradicional, da de vilões (Circe, Luthor e Ra’s) e dessa Mística, o próprio Capuz surge num outro trio, o da sua equipe: ele, Bizarro e Artemis. Todos possuídos, também. Apesar dessa pequena confusão, as coisas vão se acertando e o leitor não fica perdido.

O roteiro de Rob Williams (Miss Fury) e os desenhos de V Ken Marion (Hal Jordan e a Tropa dos Lanternas Verdes) trabalham juntos e ajudam a criar um contexto de super-herói, mesmo. Algo que as vezes sinto falta nas histórias. Aquela sensação de que as coisas vão dar mal, colocando à prova o heroismo dos personagens. Algo que, principalmente neste arco, é essencial, já que a Circe procura sua alma de volta e, para isso, precisa encher os Poços com as maiores qualidades humanas. E não tem nada comparada à Trindade nesse aspecto. Então é ótimo ver Gotham sendo ameaçada por demônios, o Bizarro e a Artemis super-poderosos arrebentando todo mundo e os três fazendo o possível. Numa cena, em que o Superman caiu e o Batman precisa voltar pra Batcaverna averiguar alguma “cura” pra possessão, a Mulher-Maravilha fala pra deixar tudo na mão dela, que ela dá conta, riscando com a espada uma linha no chão, dizendo que enquanto ela viver, ninguém ultrapassará essa linha. Foda!

Outro ponto que merece destaque é a interação entre as personagens. O Capuz possuído, num determinado momento, começa a jogar na cara do Batman várias verdades, lembrando do tempo em que ainda era um Robin, o “pior de todos”, que ninguém gostava dele, que o próprio Morcego o deixou morrer nas mãos do Coringa, que se sentiu aliviado. Um diálogo bem chocante. Só pra lembrar, o Jason  surgiu nos anos 1980 e não foi tão popular, chegando a ganhar uma votação pela DC, questionando se ele deveria morrer ou não (o resultado já deu pra ver qual foi). O Superman também ganha um bom subtexto, destacando o quanto o mundo teve sorte dele ter sido encontrado por pessoas boas, por sempre se controlar e nunca se deixar explodir. Como comentei, é um arco que consegui sentir momentos realmente grandiosos, mesmo com a trama tratando de algo que não é tão novidade assim (imortalidade, dominar o mundo, possessão…). Há uma cena em que a Zatanna consegue, mesmo inconsciente, usar seus poderes pra ajudar o Constantine. Numa outra, o Batman diz que não adianta abater a Mulher-Maravilha e o Superman, pra não o subestimarem. Muita emoção! O final também não deixa a desejar, reforçando os ideias heroicos. É um arco divertido, com várias cenas ótimas, mas que ao mesmo tempo em que coloca o herói lá em cima, também traz alguns pontos bem exagerados e batidos, que pode ser um empecilho pra alguns.

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