[Especial] Trindade Rebirth: Espaço Morto!

Arcos Principais: Espaço Morto (Dead Space).
Publicação Original/ Brasil: Trinity #7-11 (DC, 2017)/ Inédito.
Roteiro/ Arte: Cullen Bunn e Francis Manapul/ Francis Manapul.

O primeiro arco da revista Trindade nesse Rebirth, trazendo o trio Batman, Superman e Mulher-Maravilha como protagonistas, foi muito interessante. Além da arte sempre sensacional do Francis Manapul (Flash, Ponto de Ignição), acertou em apresentar essas personagens ao público, trazendo uma trama que envolvia a Hera Venenosa e a Clemência Branca, que se originou da Clemência Negra, numa viagem pelo inconsciente, onde Manapul aproveitou pra revirar o passado da Trindade. As edições #7-11 formam o segundo encadernado da série, porém não com a mesma qualidade. Enquanto as edições #7-8 foram escritas pelo Cullen Bunn, com histórias paralelas, as edições #9-11 voltam às mãos do Manapul, no arco Dead Space (Espaço Morto). Fica a impressão de uma saladinha. Review especial sem spoilers!

A ALIANÇA PROFANA

A edição #7 é protagonizada por uma trindade, mas não a dos heróis. No lugar, vemos Ra’s Al Ghul, Lex Luthor e Circe. Respectivamente, alguns dos maiores inimigos do Batman, do Superman e da Mulher-Maravilha. O trio se une pra investigar os Poços de Pandora, que possui certa ligação com o Poço da Lázaro. Claro que nesse interim há muita desconfiança e quebra-pau. O foco da história é mostrar como esses poços agem, podendo criar anomalias a partir do consciente de quem estiver perto, além de colocar esses três meio que predestinados a isso. Particularmente, é legal por vê-los reunidos, mas fora isso é algo que já vimos antes. Principalmente no desfecho.

SUPERMAN RENASCE: CONSEQUÊNCIA

Já na edição #8 temos um pouco das consequências do arco Superman Reborn, que vinha se desdobrando nas revistas do Superman e Action Comics. Dentro do contexto desse arco, ou seja, se você acompanhou, poderá entender o que acontece. Pelo contrário, a edição é uma completa bagunça no meio desse encadernado. Com o Rebirth, o Superman dos Novos 52 morreu e um novo Clark Kent surgiu. Esse arco trata sobre isso, explorando a questão dos multiversos. Mas assim, no meio do nada, é bizarro. Tudo começa com o Superman confuso, pensando que algo está errado no tempo, em suas memórias etc. Acha que foi manipulado a vida toda. O Batman e a Mulher-Maravilha possuem pontos de vista diferentes da situação, mas tudo complica quando outros Batmen e outras Mulheres-Maravilha começam a surgir do além. Tudo com muita porradaria, claro.

ESPAÇO MORTO

Passado essas duas edições, Manapul volta pros roteiros e arte, criando um arco em três partes que começa bem, declina e depois toma um fôlego. Como comentei, essa história do Superman Reborn fica boiando, porque no início da edição #9 já estão os três bem tranquilos no mesmo lugar onde ocorreu as situações com a Clemência Branca, percebendo que as ilusões podem não ter sido tão ilusões assim. Mas quando você pensa que a narrativa será algo mais pé no chão, tratando o relacionamento entre os três, eis que uma raça alienígena invade a Torre de Vigilância da Liga da Justiça, desmembrando o Cyborg e dominando os Lanternas Verdes e o Aquaman, sobrando só o Flash pra contar a história. Mas antes de ser desligado, o Cyborg conseguiu mandar um sinal pra Trindade, que se teleportam pra lá, no meio do caos.

Uma máquina alienígena trouxe uma outra raça alienígena, um tipo de parasita que se adapta facilmente e consegue dominar seu hospedeiro grudando na cara deles (algo como os Aliens), porque estavam incomodando seu planeta natal. A ideia era utilizar a Torre de Vigilância como contêiner, jogando-a contra a Terra e se livrando desses bichos. Simples assim! Sem contar que eles se espalham como vírus. Então temos a Mulher-Maravilha enfrentando essa máquina; o Batman com o Cyborg a tira colo, tentando salvá-lo; e o Superman no espaço, tentando segurar a Torre. Pra piorar, os Lanternas e o Aquaman estão possuídos. A arte de Manapul é sempre muito bonita, com traços bem definidos, tudo muito bem contornado e brilhando, com ótimas sequências em página dupla. Mas a história é bem qualquer coisa. Mais uma com algo que já vimos várias vezes. Alienígenas invadindo algum QG e dominando seus integrantes? Quer dizer…

Eventualmente eles descobrem que a situação não é assim tão simples, mas o estrago está feito. O desfecho do arco, porém, é muito bom. Traz um tom de heroísmo que gosto muito, quando vemos o herói dando o máximo de si pra impedir algo, recebendo ajuda e mostrando como é importante o trabalho em equipe. Perto do final os dois Lanternas protagonizam uma cena muito bonita. E o Superman, claro, que sempre banca o mártir máximo. Essa segunda parte da revista Trindade termina inferior à primeira, que foi mais concisa. Tanto pela troca de autores, quanto pelas histórias desconexas, sem contar em certos clichês, deixando o leitor um tanto perdido.

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