[Especial] The Li’l Depressed Boy Vol. 1: Ela é Fascinante!

Lil Depressed Boy Vol 1 - Destaque 1

Arcos Principais: Ela é Fascinante (She is Staggering).
Publicação Original/ Brasil: The Li’l Depressed Boy #1-4 (Image, 2011)/ Inédito.
Roteiro/ Arte: S. Steven Struble/ Sina Grace.

Lil Depressed Boy Vol 1 - 1

The Li’l Depressed Boy foi uma série da Image publicada em 2011 e que durou 16 edições, protagonizada pelo garoto LDB e suas angústias, procurando um meio de sair da rotina monótona. Escrita por S. Steven Struble (Chew), é uma série que levanta diversas questões que afetam boa parte das pessoas, como a depressão, a solidão, a frustração, paixões não correspondidas, o peso do dia a dia e por aí vai. E de uma maneira muito interessante e inteligente. A série foi compilada em 4 encadernados e ganhou alguns especiais. Esse review comenta o primeiro deles, She Is Staggering (edições #1-4), sem spoilers!

Lil Depressed Boy Vol 1 - 2

ELA É FASCINANTE

Tudo começa com LDB questionando sua própria vida, das coisas que (não) está fazendo, procurando um motivo para viver. As coisas começam a melhorar quando, num encontro com seu melhor amigo, Drew Blood, ele acaba conhecendo por acaso uma garota que logo desperta sua atenção, por ser descolada, conhecer sobre jogos e música. E assim ele dá início à uma série de encontros nada formais com ela, cada vez se impressionando (e gostando) mais. São idas ao boliche, restaurante e até festa, em todos ele se sente confortável em sua presença, mas ainda assim um peixe fora d’água com todo o resto, desde a situação de um “encontro” até tentar se enturmar com os amigos da garota na festa. E de alguma maneira, ele se reconhece nela.

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Esse é o fio da meada desse primeiro volume, que é até calmo, sem grandes emoções. O trunfo da série está em como Struble trabalhou o personagem de maneira que ele seja de fácil identificação com o leitor. Começando que LDB é o único que não possui feições humanas, ele parece um boneco de estopa (como daquela animação “9“), seu rosto possui pouquíssimas expressões. Isso evita que ele caia no estereótipo que temos de personagens depressivos, nerds e reclusos, aumentando sua “universalidade“: ele pode ser qualquer um, seja branco, negro, magro, gordo… Isso é muito interessante e o grande diferencial. Sem contar que ele não tem um nome propriamente dito, ele é simplesmente o “LDB”.

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Os desenhos são de Sina Grace, um dos principais editores da Image (Walking Dead, Invencível), que consegue explorar esse contraste entre o “boneco” em meio às figuras humanas mais expressivas, numa narrativa sequencial clean e fluida, tornando a leitura muito tranquila. Um ponto interessante é quando ele e Drew se dão conta que não sabem o nome da garota, fazendo de tudo para descobrirem sem serem deselegantes. Como gosto muito de xxxHOLIC, não pude deixar de fazer uma relação: Yuko, logo no começo do mangá, fala da importância de sabermos o nome das coisas/ de dar nomes as coisas, aumentando sua individualidade e seu poder sobre elas. Aqui é justamente o oposto, ao não ter nome, o personagem acaba sendo mais universal ainda, um livro “aberto”. Li’l Depressed Boy acaba chamando atenção por sua temática, que acredito que todo leitor irá se identificar num nível maior ou menor, por tratar, entre outras coisas, a decepção e como lidar com ela. Além da figura do “boneco” poder ser interpretada de diversas maneiras por cada um. Mas é uma série bastante “indie“, com a fórmula games + rock + introversão afiada e sem grandes turbulências, com exceção do final, que traz uma boa reviravolta!

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