[Especial] Shadowman Vol. 1: Ritos de Passagem!

Shadowman Vol. 1 - Ritos de Passagem Destaque 1

Arcos Principais: Ritos de Passagem (Birth Rites).
Publicação Original/ Brasil: Shadowman #1-4 (Valiant, 2012)/ Inédito.
Roteiro/ Arte: Justin Jordan e Patrick Zircher/ Patrick Zircher.

Shadowman Vol. 1 - Ritos de Passagem 1

Depois da Marvel e DC, o Universo Compartilhado da Valiant é um dos maiores (se não o terceiro maior) dos quadrinhos. A editora fez certo sucesso nos anos 1990, que você provavelmente lembrará pelos jogos que foram adaptados, como Turok e Shadow Man. Mas a editora só vingou mesmo em 2012, quando decidiu fazer um reboot e uma reformulação drástica de todas as suas revistas, colocando a Valiant de novo na linha de frente e batendo pra valer ao lado da Image, Dark Horse e companhia, com ótimas novas séries e sendo indicada a vários prêmios. Até mesmo aqui no Brasil tentaram emplacar o mix Universo Valiant em 2014, que continua sendo publicado de tempos em tempos, mas não vingou muito. Felizmente, a editora encontrou uma nova casa por aqui: a Social Comics; que vem publicando digitalmente suas séries. Um ótimo momento pra começar a acompanhar algum personagem! E de todas as séries que tem lá, acho que escolhi justamento uma das mais fracas. Shadowman é um herói com heranças Vodú, uma ótima estética, aquele ar sombrio de Nova Orleans, várias coisas que me chamaram a atenção. Mas esse primeiro arco, não sei… Review especial sem spoilers!

Shadowman Vol. 1 - Ritos de Passagem 2

RITOS DE PASSAGEM

Por fazer parte de um “reboot”, esse primeiro arco que vai das edições #1 à#4 precisa dar uma contextualizada no protagonista Jack Boniface e no que mudou de sua versão lá dos anos 1990 e começo dos 2000 para essa. E isso até que funciona bem. Jack é um jovem que volta pra Nova Orleans a fim de descobrir sobre seus pais, vivendo de emprego em emprego, acreditando ter sido abandonado por eles quando criança. Seu pai era o Shadowman, o hospedeiro do Loa das Sombras (Loas é uma espécie de espírito/ entidade da religião Vodú), mas havia morrido em batalha. Sua mãe lhe deixou um amuleto antes de desaparecer, pedindo para que ele nunca o tirasse. Mas Jack, irritado por descobrir que seus pais estavam envolvidos no crime (e sem saber de toda essa história esotérica), acaba jogando o amuleto no mar, ficando desprotegido e chamando a atenção do Mr. Twist e seus demônios, que querem matá-lo, já que é o atual hospedeiro do Shadowman. É nesse momento que o espírito do Loa toma o corpo de Jack, ele se transforma em Shadowman e chuta alguns traseiros.

Shadowman Vol. 1 - Ritos de Passagem 3

A história continua em algumas frentes: a missão do Mr. Twist em acabar com Jack e acumular algumas almas para liberar seu mestre, o antigo arquinimigo do pai de Jack, o Lorde Darke; a aceitação de Jack em ser o Shadowman, tentando entender tudo isso, como que controla o Loa e essas forças sobrenaturais; e  a dupla mágica Alyssa e Dox, que o encontram e decidem ajudá-lo. Há muitas cenas sangrentas, perseguições violentas, parasitas infernais entrando pela boca de seus hospedeiros, Terra dos Mortos com espíritos famintos e por aí vai. Tem um personagem, um macaquinho com roupas clássicas de Nova Orleans, que é super carismático, vivendo nessa Terra dos Mortos e meio que jogando dos dois lados. O roteiro é de Justin Jordan (Lanterna Verde: Novos Guardiões) e Patrick Zircher (Cable & Deadpool), com alguns destaques, como o momento em que Jack/ Shadowman conversa com o Shadowman do passado, comentando como o Loa pode ser uma maldição. Mas de maneira geral ele não empolga e o resultado é algo que já vimos várias vezes. A eterna luta entre o bem e o mal, o herói que luta contra seu lado demoníaco, os ajudantes clichês, a mesma história de portal que precisa ser aberto usando almas… vários pontos batidos. Já vimos isso em Spawn, Hellblazer, Motoqueiro Fantasma ou Hellboy.

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Os desenhos também são de Patrick Zircher, numa arte competente e charmosa, principalmente nos detalhes de Nova Orleans, na roupa do macaquinho falante e no uniforme do Shadowman, bastante moderno. E esse é o principal problema desse início da série: há muitas coisas boas e possibilidades, os Loas e as Veves são interessantes, os personagens são carismáticos, o clima de vodú é ótimo; mas não engata, com uma história básica e genérica de descoberta de poderes e bem Vs mal. Todo o reboot da Valiant foi bem criticado, de maneira geral, e talvez eu tenha dado o azar de começar por Shadowman, que é meio fraco. A série rendeu 16 edições e dois especiais, todas já disponíveis na Social Comics. O último arco é escrito pelo Peter Milligan, então espero que tenha melhorado!

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