[Especial] Jovens Vingadores: Parceiros Mirins e Assuntos de Família!

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Arcos Principais: Parceiros (Sidekicks), Identidades Secretas (Secret Identities) e Assuntos de Família (Family Matters)
Publicação Original/ Brasil: Young Avengers #1-12 e Young Avengers Special (Marvel, 2005)/ Poderosos Vingadores #27-34, Avante Vingadores #1-5 (Panini, 2006).
Roteiro/ Arte: Allan Heinberg/ Jim Cheung, Andrea Divito, Neal Adams e outros.

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Os Jovens Vingadores, como o próprio nome já diz, é uma equipe de super-heróis adolescentes que se inspira nos Vingadores, a maior equipe da Marvel. E como já é de praxe em títulos assim, os personagens também se inspiram/ copiam os poderes e habilidades de suas contra-partes adultas. A primeira série da equipe estreou em 2005 e durou 12 edições, reaparecendo em diversos especiais e crossovers até 2013, quando ganha uma nova mensal como parte dos eventos da Marvel NOW!, mas também com pouco tempo de vida: apenas 15 edições. A equipe é conhecida pelo clima jovem e diversificado, incluindo um casal homossexual, que garantiu à série um prêmio GLAAD (organização que premia e destaca representantes LGBTs). Acabei com grandes expectativas, mas o resultado foi um pouco frustrante. Este review comenta as 12 edições da primeira série + o especial de 2006, com possíveis spoilers.

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O ponto alto de Jovens Vingadores está na personalidade diversificada de seus membros. Não são apenas adolescentes banais com crises superficiais, quase todos apresentam preocupações e dramas interessantes em maior ou menor grau. O grande problema desse primeiro ano, ao meu ver, foi cair nos clichês de super-heróis e combates desinteressantes. Logo de início somos apresentados ao grupo, que adota o nome de “Jovens Vingadores” e passa a sair com certa frequência na mídia, o que chama  a atenção dos Vingadores. A série ocorre logo após os eventos de A Queda, então toda a equipe dos Maiores Heróis da Terra está sucateada e a própria Mansão dos Vingadores está em ruínas.

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Na história, o Rapaz de Ferro vem do futuro para tentar reunir uma equipe de jovens habilidosos para reconstruir os Vingadores e deter Kang, pois em sua linha do tempo ele próprio se transforma no Kang. Utilizando dos restos do Visão, morto n’A Queda, ele localiza o transmorfo Hulkling, o feiticeiro Wiccano e o super-soldado Patriota. Após falhar em suas primeiras missões, se unem ao grupo a Estatura e a Gaviã Arqueira, duas heroínas que possuem relação com outros dois falecidos n’A Queda: a primeira é filha do Homem Formiga e a segunda pega as habilidades do Gavião Arqueiro.

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Cada um se destacando à sua maneira e enfrentando o próprio Kang, o Conquistador no início, ganhando ajuda do Capitão América. Nesse conflito, os Vingadores percebem que a equipe é jovem de mais para isso e os proíbem de continuar na ativa, ameaçando encontrar e contar aos pais dos adolescentes todo o ocorrido. Apesar de um pouco estranho (e até infantil), isso rende várias cenas interessantes. A Jessica Jones, grávida de Luke Cage, também faz várias pontas boas, simpatizando com os jovens.

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O Rapaz de Ferro, apesar de ser o criador da equipe, tem vida curta: as primeiras 6 edições é focada na batalha contra Kang, que quer levar o Rapaz de volta ao seu futuro e garantir sua própria existência. É uma grande ladainha de vai e volta e brincadeiras com o espaço tempo, com Rapaz de Ferro cravando uma espada em Kang, matando-o. Mas como isso altera boa parte da História, já que Kang é um vilão importante e responsável por grandes eventos, o Rapaz de Ferro se sente na obrigação de voltar ao seu futuro e se tornar o Kang que conhecemos, garantindo, assim, a existência de alguns heróis.

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A história não me convenceu, mas funciona como ponto de partida. O Rapaz de Ferro sai de cena, mas a programação original do Visão toma controle de sua armadura, criando um “androide jovem”. Semanas se passam, com a equipe ainda sofrendo com a perda do colega e as ameaças do Capitão América, mas Kate Bishop (a Gaviã Arqueira) é destemida e não quer dar o braço a torcer. Ela também é a milionária do grupo, comprando um armazém e garantindo aos outros novos codinomes e uniformes. Toda super-equipe precisa de seu milionário, como Tony Stark financia os Vingadores, temos o Batman na Liga da Justiça e até o Anjo nos X-Men. Descobrimos, assim, que é difícil ter um super-grupo pobre.

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Os eventos que seguem nesse primeiro ano da série tentam abordar as personalidades de cada membro, tomando como ponto de partida a revelação aos pais. Eli Bradley é neto de um super soldado, conhecido como o “Capitão América negro”. Todos acreditam que a origem de seus poderes se dá por essa linhagem, mas na realidade Eli utiliza da droga HCM – Hormônio de Crescimento Mutante para adquirir suas habilidades. Seu plot trata de vício, sendo bem interessante.

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O Super Skrull e um exército Kree/ Skrull chegam para levar Teddy Altman, o Hulkling, que possui origens de ambos os lados e capacidade de se transmorfar e super força, apesar dele não saber. Seu namorado é Billy Kaplan, o Wiccano, que possui poderes semelhantes ao Thor e também da Feiticeira Escarlate. Ele, junto de Thomas Sheperd, são “filhos” da própria Feiticeira Escarlate, numa confusa história que não cabe comentar agora, pois não é tratada ainda nesse momento da série.

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A subtrama do casal também é boa, deixando primeiro no ar que são namorados e depois já mais explícito, o que é um diferencial. Thomas Shepard também é recrutado pela equipe, fugindo de uma espécie de presídio. Ele tem a mesma aparência de Wiccano, suspeitando que sejam gêmeos, mas com as habilidades semelhantes ao Mercúrio, além de uma vontade de matar como a de Magneto. Ô família problemática! A trama com o Super Skrul é o que finaliza esse primeiro ano, com direito a um retcon de Mar Vell, o Capitão Marvel, e a origem da famosa Guerra Kree/ Skrull.

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Cassandra Lang, a Estatura, possui a mesma habilidade de seu pai, conseguindo aumentar ou diminuir de tamanho mas sem precisar utilizar o capacete. A Gaviã Arqueira é, assim como o Gavião Arqueiro, uma humana sem poderes ou modificações, uma das integrantes com maior determinação. O Visão também consegue se destacar e pode abrir várias possibilidades, por ser “ingênuo”.

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Todos os Jovens Vingadores são interessantes, como comentei, mas o desenvolvimento da trama é um pouco batida. Como uma série com heróis adolescente cujo ponto alto é a relação entre eles, poderia ter pulado Kang, mais uma invasão Skrull e a rotineira guerra entre as raças alienígenas. O roteiro é de Allan Heinberg, mais conhecido por escrever para grandes séries de TV como The O.C. e Sex and The City, também é o co-roteirista do filme da Mulher-Maravilha. Por ser abertamente gay e incluir a diversidade em Jovens Vingadores, conseguiu levar o assunto ao grande público com personagens cativantes, o que é difícil. Hoje está em alta tanto o debate quanto o protagonismo das minorias em HQs, mas há 10 anos Heinberg já trouxe um casal gay, mulheres fortes e um herói negro, todos com grande importância para a trama. Apesar de pouca duração, a série conseguiu boas críticas e é lembrada por suas qualidades.

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Logo após seu fim, ganhou um especial com a participação de diversos artistas, mostrando Jessica Jones sendo a “mãezona do rolê” e conversando e conhecendo melhor o passado de cada um deles. Uma edição que achei muito boa, principalmente por tratar desse lado humano da série. Fiquei frustrado por não ter gostado tanto quanto esperava, mas possui diversas qualidades. O problema, pra mim, foi o excesso de histórias batidas e clichês do gênero, como o integrante rico que banca tudo, os retcons e a falta de grandes momentos.

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