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O clímax ocorre quando essa tal transformação acontece e a equipe precisa enfrentar um gigante de 10 cabeças e diversos braços, cercado por milhares de demônios. A história não é necessariamente ruim, porém é muito batida, além de diversos furos. Ravena é sensitiva e não percebeu que tinha um demônio se passando pela Devastadora na equipe? O campo de batalha parece o Reino de Outworld do Mortal Kombat. A transformação de Rankor é digna do Toguro de Yu Yu Hakusho em sua forma 100%. Tudo bastante exagerado, mas o mais estranho é saber que a série tá na linha final e Solstício entra para a equipe. Pra quê?
A segunda e última história traz o vilão Superboy Primordial de volta, querendo assassinar o Superboy e destruir a Torre Titã para se vingar. Só que dessa vez ele não está sozinho, trouxe outros clones de Superboy e de outros vilões, iniciando uma batalha pela segurança do QG da equipe. Apesar da luta também ser legal, pra quem já conhece as histórias de heróis é mais do mesmo. Afinal, quantas vezes não vimos o vilão-que-tem-o-mesmo-poder-do-herói querer ser melhor que ele? Temos Inércia contra Kid Flash, Zoomestre contra Mutano, Persuasora contra Devastadora e por aí vai….
O melhor dessa segunda história, e também desse encadernado, é quando diversos heróis que já fizeram parte dos Novos Titãs chegam para defender a Torre, liderados por Robin, sendo até um pouco emocionante. O encerramento deveria ter essa pegada, de término de série mesmo, trazendo os membros antigos, algo nostálgico e épico. Mas o resultado é uma bagunça. Os ajudante sequer falam alguma coisa. Um ponto interessante é a kriptonita que o Superboy deixou com a Moça-Maravilha, sua ex, para ser utilizada em situações como essa. Agora, ele passou a pedra para a Devastadora.
Depois do atentado, vislumbramos como a equipe ficou, dando destaque ao conflito entre Ravena e Solstício, em como a energia das duas não se batem, além da relação amorosa entre os membros. A arte principal é feita pela Nicola Scott (Terra-2), muito boa, bastante dinâmica e bonita, destaque também para a capa de Phil Jimenez (Os Invisíveis), que traz os cinco Titãs originais cercados por outros jovens que já fizeram parte da equipe.
“Novos Titãs #2” é uma típica HQ de super-heróis, com diversos clichês do gênero, que não soube aproveitar muito do último momento da equipe. O acabamento é em papel LWC e miolo pisa-brite, o papel jornal. Logo depois que a série acabou, a DC resetou seu universo e criou os Novos 52, começando do zero toda sua cronologia. A nova reencarnação da equipe chegou ao Brasil em 2012 na revista Novos Titãs & Superboy, trazendo Robin Vermelho, Moça-Maravilha, Kid Flash, Superboy, uma nova Solstício e outros dois membros inéditos. Felizmente e infelizmente, também, foi uma boa abordagem da série mas sem nenhuma relação com o passado.

Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.