Nome Original: Exiles #52, #53 e #54; Astonishing X-Men #8, #9 e #10; Excalibur #11, #12 e #13; X-Men: Kitty Pryde – Shadow & Flame #1, #2 e #3
Editora/Ano: Panini, 2006 (Marvel, 2005)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 100 páginas cada
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Chris Claremont; Joss Whedon; Tony Bedard; Akira Yoshida.
Arte: Aaron Lopresti & Cliff Richards; John Cassaday; Jim Calafiore & Mizuki Sakakibara; Paul Smith
Sinopse: Surpreendentes X-Men: a volta de Colossus e a entrada de Nick Fury e a SHIELD no caso da Cura! Exilados: a equipe enfrenta o Homem-Impossível e viajam para uma dimensão onde o Mímico é conhecido pelo nome “Grande M”, um assassino letal. Excalibur: Magneto e Charles se unem pra reerguer Genosha, mas ainda enfrentam inúmeros obstáculos: o principal deles, talvez, a chegada de uma Feiticeira Escarlate doente.
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Contagem regressiva para a Dinastia M! Os Surpreendentes X-Men protagonizam um arco apenas épico contra a Sala de Perigo; Excalibur conta com Magneto e Professor X para o prólogo de Dinastia M, mas continuam sem muito entusiamo; a mesma coisa com Exilados, com um arco bem tosco enfrentando Ego, o planeta vivo. Estreia da mini Kitty Pryde: Fogo e Sombras, com a gata enfrentando fantasmas do passado no Japão (“novidade”).
Surpreendentes X-Men: disparada a melhor série X desse período, traz um plot muito interessante envolvendo a Sala de Perigo. Até hoje ela foi usada por praticamente todos os mutantes do Instituto e, podemos concluir, que ela tenha em sua memória dados de todos eles, seja de táticas quanto de poderes. Ela faz parte dos X-Men desde sempre, praticamente, e possui em seu código uma barreira que a impede de matar qualquer um, já que seus “hologramas” são de luz sólida (se não me engano). Agora, se esse código fosse quebrado e ela tomasse consciência própria? É essa a nova trama criada Joss Whedon, que é fenomenal. A Sala de Perigo, além de ganhar vida e passar a controlar todos os mecanismos eletrônicos do Instituto, também isola os alunos em seu ambiente e deixa os X-Men sem contato com o mundo exterior.
A narrativa rápida deixa tudo muito dinâmico e as frases de efeito torna tudo épico. Sem exageros, esse foi um dos melhores arcos desde que venho resenhando os mutantes. “Perigo“, como passou a ser chamada, dá uma surra em todos os X-Men. Sofre do mal de todos os vilões, o de querer “ser compreendida”, mas algumas de suas explicações são muito boas. Quando ela fala sobre imaginação, na ed. #54 por exemplo, é animal: ela foi criada para matar, é um ambiente hostil, mas seu criador colocou rédeas sobre ela. O que gera uma contradição, e a “contradição é a semente da consciência“/ “As coisas não se conectam. Eu quero, mas não posso ter. Eu sonho em ter. Eu imagino.”
As lutas não ficam pra trás. Ciclope provando porque é o líder do grupo soltando uma mega rajada destruidora; Kitty e Colossus sendo trespassados por uma lança sem dó nem piedade. E mais um momento de mistério relacionado à Emma: Perigo diz saber seu segredo. Qual será? Espero que isso não fique no ar como a questão do corpo dela ser esse mesmo ou não. Sem contar quando ela se transforma em diamante e Perigo ameaça perfurá-la! Claro que, depois de destruir tudo, Perigo vai atrás de seu “pai”. Sim, o Professor Xavier em Genosha. Mas além de seu criador, também é o único que nunca lutou na Sala de Perigo. Muito ansioso pelas próximas edições!
Excalibur: apesar dos pontos altos, essa série deixa bem a desejar. O arco principal é focado no Anjo abrindo mais uma empresa em prol de auxiliar mutantes (pseudo Corporação X, tá bombando o modelo) em Zanzibar, um país pequeno da África. Mas a festa de abertura é interrompida pelos ataques dos Armeiros, uma trupe genérica. Callisto e Cia. descobrem o ocorrido e se teleportam pra ajudar Anjo e Escalpo. A Víbora tá no meio, também, com segundas intenções a favor do Clube do Inferno. O que desenrola é uma típica luta dos X-Men, mas com momentos hilários. Esses Armeiros são ridículos. A Callisto com tentáculos já é bizarra, sem um dos braços, então… Tudo bem tosco, com direito a uma Mulher Gavião realness (o Anjo segurando um martelo e atacando).
No final, depois de várias porradas, os X-Men acabam vencendo, nada de mais. As coisas só voltam a engrenar quando Magneto (bipolar como sempre) assume ter salvado a Feiticeira Escarlate do evento conhecido como Vingadores – A Queda e pede a ajuda de Xavier para salvá-a, já que a moça não tá bem do juízo. Enquanto isso o próprio Charles envia seu espírito sua mente até a casa de Dr. Estranho, pedindo sua ajuda na empreitada. Vamos ver no que vai dar. Hilária a parte em que comentam sobre a inutilidade dos poderes do Mercúrio, irmão gêmeo da Wanda.
Exilados: adoro a série, mas amiga… assim não dá pra te ajudar! Por que criar um arco trazendo um dos piores personagens de todos os tempos, que sempre está presente nas piores histórias? Estou falando de Ego, o planeta ridículo vivo. A equipe é transportada para uma realidade onde a Terra foi contaminada por uma amostra de Ego, se tornando um planeta vivo, enquanto o próprio Ego está a caminho. Esta Terra cria sentinelas para defender o solo e gerou um cérebro gigante em seu interior. Tudo é muito tosco, e não é um tosco engraçado. Começando pelos Sentinelas com cabeça hexagonal (wtf!?), passando pelo cérebro gigante e culminando na pior cena do arco: quando a Terra cria dois olhos e uma boca e começa a conversar com Ego. G-zuis.
Também aparecem os Celestiais pra um papo cabeça, mas no fim esse arco foi um dos piores da série. Tudo que li com o Ego é ruim, começando por Segurança Máxima nos primórdios de X-Men pela Panini. A única coisa interessante que acontece é um dos Celestiais deixar no ar que os Exilados não arrumam as realidades, e sim as estragam. Depois de 50 edições, seria uma boa essa mudança. Lembrando que já faz algumas edições que a credibilidade do Corretor do Tempo vem sendo questionada. A segunda história é menos pior, mas ainda assim bem sem graça. Quando a compra de uma rosquinha pode decidir o futuro do planeta.
Kitty Pryde – Fogo e Sombras: mini série em 5 edições escrita por Akira Yoshida (Conan – Os Demônios de Khitai) e desenhada por Paul Smith (A Era de Ouro). A história é super batida: mais uma vez um x-man é convidado para ir ao Japão e acaba enfrentando inimigos do passado. E olha… como a Kitty e o Wolverine (apesar deste não estar presente) gostam do Japão! A Lince Negra leva seu dragão Lockheed no intuito de encontrar uma outra dragão, antiga paquera dele. Mas acaba caindo numa armadilha da Trilha do Destino, um grupo de ninjas que idolatram Ogun (famoso mestre morto por Kitty e Wolverine numa antiga e clássica história).
Apesar da história não ser nenhuma novidade, ela também não é ruim. Legal ver a extensão dos poderes da Kitty, que consegue praticamente voar. Os desenhos são ágeis e não deixa a narrativa lenta ou enfadonha, todas as páginas de flashback são lindas. Só vale lembrar que numa cena a personagem tá com uma roupa, no outro quadro está com uma diferente, depois volta a ter a roupa original e fica nessa. No final das contas, mais uma vez o mix de X-Men Extra é segurado por Surpreendentes X-Men. Exilados caiu feio com o planeta Ego; e Excalibur fica no chove e não molha. Será que com a Dinastia M a série vai engrenar de vez?
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.