Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Review] X-Men Extra #4
Editora/Ano: Panini, 2002 (Marvel, 2000/ 2001)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 100 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Kurt Busiek; Chris Claremont; Joe Pruett
Arte: Jerry Ordway; Leinil Francis Yu; Brett Booth
Sinopse: Os defensores da Terra enfrentam um desafio duplo: impedir que o crescimento incontrolável de Ego destrua nosso planeta e forçar o Conselho Intergaláctico a revogar a decisão de transformar nosso sistema solar numa prisão. Mas, para isso, eles terão de expor a manipulação dos misteriosos Ruul e derrotar Ronan, o Acusador. É a sensacional conclusão de Segurança Máxima!
Chegamos ao final da saga Segurança Máxima que, sinceramente, não vi sentido algum em sua existência. Seu início já foi complicado e sua conclusão fica no mesmo patamar, não havendo melhoria. A Panini só poderia informar em qual ordem se lê essa revista junto da X-Men, pois os eventos dessa edição ocorrem antes de X-Men #4.
Resumindo os acontecimentos: o Conselho Intergaláctico decidiu que o planeta Terra é perigoso demais e decidiu torna-lo uma “prisão” para os piores bandidos do espaço. Enquanto as ruas viram um caos, o planeta-vivo Ego é “incubado” num hospedeiro e enviado pra cá, começando a se enraizar na terra e dominar tudo que vê pela frente. O Quarteto-Fantástico e alguns membros dos Vingadores vão até a região para impedir que Ego tome toda a Terra. Lembrando que é revelado, logo no início da história, que os Krees estão por detrás de tudo. Novidade?
Como é de se esperar, a saga termina aqui, sem grandes efeitos colaterais. Os X-Men reveem o Bishop e se unem para conseguirem um método de acabar com Ronan e Ego. O destaque fica para a participação dos outros heróis da Marvel. Estão praticamente todos aqui: Thor, Homem de Ferro, Homem-Aranha, Hulk, Quarteto Fantástico, entre muitos outros, inclusive menos famosos, como Serpente da Lua e Quazar. Tem até um momento heroico do Surfista Prateado, tentando se sacrificar para salvar a Terra. Mas é completamente fail e sem clima.
Segurança Máxima é isso: uma saga que tenta unir todo o Universo Marvel, numa pseudo-tentativa de acabar com o mundo e colocar seus maiores heróis do mesmo lado para salvar o dia. Mas tudo é tão clichê e sua finalização é tão banal que não faz sentido (Ego dominou 60% do planeta e ficou por isso mesmo?). E olha que estamos falando de uma história de 2000! De lá pra cá quantas vezes isso se repetiu? Aposto que não foi apenas uma vez….
A própria Panini admitiu, na sessão de cartas, a confusão que está a cronologia dos X-Men nesse período, como também a mudança de visual de alguns personagens, como da Mística, que havia se transformado numa versão mais próxima dos filmes, mas que nunca mais foi utilizada. É… Com o fim de Segurança Máxima temos, de mais importante, a volta de Bishop e Charles Xavier ao grupo principal. Apesar de ser um título dos X-Men, essa edição é mais interessante por conter outros heróis da editora do que pelos próprios mutantes. É legal ver alguns personagens mais “underground” entrarem na porrada, mesmo que temporariamente.
Na parte artística, o destaque fica pela diferença no traço dos três desenhistas. O primeiro, Francis Yu (Invasão Secreta, Novos Vingadores), é mais delimitado e atual; enquanto o de Brett Booth (Thundercats, Quarteto Fantástico) é mais retrô, mais “rabiscado”. Já os de Jerry Ordway (DC Universe, LJA), o artista principal da saga, consegue manter um certo equilíbrio entre o atual e o antigo. No geral, são bons, com destaque para Yu e as cenas com vários heróis de Ordway. As cores também foram feitas por artistas diferentes.
No fim das contas, chega ao fim uma saga sem muita importância, pelo menos por enquanto. A próxima edição trás um arco completo, Sol Negro, com a presença de Magia e roteiros de Claremont, além de páginas extras. Esqueci de comentar o momento Power Rangers do Ronan, o Acusador. Enquanto todos pensavam que ele estava derrotado, eis que ele fica gigante! Só lendo pra crer.