Nome Original: X-Treme X-Men #37, #38, #39 e #40; Exiles #33, #34, #35 e #36; X-Statix #14, #15 e #16
Editora/Ano: Panini, 2005 (Marvel, 2004)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 100 páginas cada
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Chris Claremont; Judd Winick; Peter Milligan
Arte: Igor Kordey; Tom Mandrake; Jim Calafiore; Mike Allred
Sinopse: X-Treme Men: Tempestade e Yukio terminam de resolver as pendências com a Arena e Masque, ao mesmo tempo que precisa enfrentar sua antiga rival Calisto. X-Táticos: a equipe precisa solucionar os diversos assassinatos aleatórios que andam tomando conta dos EUA. Exilados: enquanto Morfo e Sasquatch enfrentam a Arma X, Nocturna e Solaris vão à uma realidade já visitada, para depois encontrarem o Quarteto Fantástico momentos antes do acidente espacial.
***
Não sou muito fan de X-Treme X-Men, mas esse arco “Arena” protagonizado pela Tempestade e Yukio no Japão conseguiu se superar! Uma completa porcaria! Se não bastasse as reciclagens do Claremont, ainda temos a arte de Igor Kordey. Nessas 3 edições de X-Men Extra o que salva são os X-Táticos com a parodia da Lady Diana e os Exilados voltando à uma realidade já visitada.
X-Treme X-Men: sério… se eu ver Tempestade entrando numa Arena mais uma vez eu tenho um treco. Como mostrado na última edição, ela partiu pro Japão na tentativa de desmascarar Tullamore Voge e sua arena de gladiadores mutantes, mas acaba “gostando” da ideia e ficando no lugar como uma campeã. Yukio não concorda com isso, mas fazer o que? Enquanto as duas dormem, são atacadas por um cara grandão, destruindo tudo pra depois dizer que é o Fortão (integrante do extinto Ex-Factor, e que estava sumido). Quer dizer… bater na porta pra que?
Ele só queria dizer que Tempestade precisa sair da Arena, se não pode prejudicar os esquemas deles. E revela que, após o fechamento do X-Factor, teve que se virar como podia = é o novo guarda-costas da Lila Cheney (pop-star espacial e nova namorada do Míssil), além de tirar um por fora na Arena. Ele explica todas as regras do jogo, mas não consigo deixar de achar tudo um absurdo.
As coisas só pioram quando Tempestade precisa enfrentar outra campeã do jogo: Callisto! Agora com tentáculos no lugar dos braços, presente da mutante Masque (que pode modificar o corpo). Claremont deve ter algum fetiche com tentáculos, pois não é a primeira vez que faz isso (Selene e Jean Grey também já ganharam isso no passado). Gente, tentáculos! Masque ainda muda a fisionomia de Ororo várias vezes, além de torturá-la com dois capangas: Paraíso e Purgatório, capazes de causar prazer ou dor extremo ao inimigo, respectivamente. Resumindo, Paraíso gera um mega-orgasmo.
Esse foi o pior arco de X-Treme até agora, uma salada. O tal do Tullamore só aparece numa cena, só pra dizer que estava lá. O final de Masque é bem tosco e dá-se a entender que a fucking Arena continuou numa boa. Claremont trouxe vários personagens de volta, como Fortão e Callisto, mas se era pra deixar desse jeito era melhor ter usado outros. Na última página Tempestade, Yukio e Callisto relaxam numa sauna. Se ficava entre-linhas algum caso entre elas, a passadinha de tentáculo pelo pescoço da Ororo não deixa dúvida. Arrgh…
Na edição #40 inicia outro arco, agora focado em Elias Bogan, vamos ver no que vai dar. Um dos (poucos) pontos positivo aqui é a interação entre as outras séries X: Sábia comenta não conseguir entrar em contato com os Novos X-Men (estão lutando contra Xorn/ Magneto) e Míssil fala sobre o epic fail casamento de Polaris com Destrutor. E os desenhos de Igor Kordey? Tirando algumas sacadas interessantes, no geral são sofríveis. Os personagens não tem pescoço, todos tem 1,20m de altura, ele não cansa de fazer alguém entrar por uma porta (como a imagem lá em cima), sem contar nas roupas de fetiche. Meu deus, quase que uma afronta às capas d’Os Invisíveis.
X-Táticos: Henrietta Hunter é uma pop-star que voltou dos mortos, agora protegida pelos X-Táticos (mesmo contra sua vontade) e que reformula a equipe, se tornando a nova líder e queridinha da América. Ela é uma paródia à Lady Diana, sempre querendo se meter em boas causas e propondo a paz mundial. Na realidade era pra ser a própria Lady D, mas a Marvel achou pesado demais e Peter Milligan resolveu por mudar o nome, mas não as referências. A primeira história do grupo Vs os Eurotétricos é engraçada, com uma participação relâmpago do Homem-Aranha.
As duas seguintes são bem hilárias e foca na nova liderança de Henrietta e como o grupo vai enfrentar os “Assassinos Aleatórios”, que vem gerando várias mortes pelos Estados Unidos. Rolam piadas desde o Talibã ao Saddam. Lacuna volta a participar da revista e revela ser, mais uma vez, uma das melhores personagens da série. A ex-X-Tática e apresentadora sensacionalista consegue um documento que incrimina Spike Freeman e liga vários membros da equipe à questões polêmicas. Por ser apaixonada por Guy, tenta avisá-lo, mas acaba baleada e fica a dúvida se sobreviveu ou não.
Outros pontos interessantes (e não menos trash) é a entrada de um garotinho que teve as pernas amputadas numa mina como membro-honorário. E El Guapo, que tinha até certa relevância antes mas que caiu no esquecimento, e que também tem as pernas amputadas numa missão.Mórbido! Falando nisso, Henrietta e Falecida protagonizam uma cena bem engraçada quando ambas tentam entrar em contato com espíritos, cada uma com uma intenção. E finalmente alguém deu um jeito no Spike! Guy solta uma voadora e quebra seu pescoço. Será que é o fim do mentor da equipe?
Exilados: depois de enfrentarem os Vingadores Vampiros, os Exilados são separados pela primeira vez e transportados à realidades distintas graças ao encantamento de um dos vampiros. Na edição #38 o Morfo e Sasquatch enfrentam a Arma X, o Wolverine logo depois de ganhar o adamantium. É uma luta violenta, mas nada de muito extraordinário. Interessante que temos flashbacks da vida da Sasquatch na Tropa Alfa, revelando que não é mutante, além de casada com o Logan.
Destaque para a edição #39, focada em Nocturna e Solaris, que voltam pra realidade dos Vi-Locks (agora quase que totalmente recuperada). É a primeira vez que a equipe retorna à uma realidade. Antes tinha ficado nas entre-linhas que Solaris sentia alguma atração pela Mulher-Aranha, mas aqui fica bem explícito. É emociante quando as duas se reencontram. Elas ficam semanas nesse mundo, curtindo o novo namoro e até esquecendo da vida como Exilada. O autor desenvolve bem esse relacionamento, com direito até a beijo (algo raro). Nocturna tenta avisar pra não se prender tanto, mas é tarde demais quando são teleportadas. Solaris fica arrasada por perder seu amor. Outra vez.
De volta à “casa” do Corretor do Tempo, a equipe é reunida e ele explica o que aconteceu. Magia diz que ficou por 10 minutos num Oceano, enquanto Mímico ficou meses numa realidade dominada pela Ninhada. Mal dá tempo de fofocarem, são logo teleportados pra outro lugar: a nave do Quarteto Fantástico, minutos antes de receber radiação e ganharem poderes. Ao contrário do que conhecemos, aqui o Coisa vira um monstro de pedra descontrolado (Hulk?) e a equipe não pode deixar que ninguém morra. Estava com saudades do Mímico, pra mim o mais galã dessa época ^^. Pena que trouxe um ovo da Ninhada dentro dele… teremos cenas nojentas na próxima edição! Destaque para a transformação da Sasquatch, muito boa, e pela participação de Tony Stark e Otto Octtavius como cientistas.
Ainda estou com um pouco de trauma de X-Treme, que prejudicou e muito essas três X-Men Extra, afinal além de ser o carro chefe ainda ocupa metade da revista. Graças a Thor que só faltam mais 5 edições pra acabar!! X-Táticos infelizmente também vai chegar ao fim em breve. Okay que essa fase da Henrietta não é a melhor coisa da série, mas ela foi bem divertida até agora. Felizmente, ainda temos mais umas 10 revistas até acabar. Exilados é o único que vai continuar firme e forte por bastante tempo.
A partir de agora os reviews de X-Men e X-Men Extra serão de 3 em 3 edições.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.