[Review] Arma X – A Origem de Wolverine !

Arma X

Nome Original: Marvel Comics Presents #72 à #84; Uncanny X-Men #205
Editora/Ano: Panini, 2003 (Marvel, 1991/ 1985)
Preço/ Páginas: R$12,90/ 120 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Barry Windsor-Smith/ Chris Claremont
Arte: Barry Windsor-Smith
Sinopse: Conheça Logan, um homem atormentado, violento e sem perspectiva. Seqüestrado por uma misteriosa organização, ele está prestes a se tornar mais do que um simples ser humano. Seu destino é transformar-se na maior máquina de combate do mundo. O assassino perfeito. Uma verdadeira arma.

***

*Recentemente essa história foi republicada em Arma X – Edição Definitiva pela Panini em 2013 e pela Salvat em 2014*

“Arma X” é uma daquelas HQs que já nasceu clássica e se tornou um marco tanto na história do Wolverine quanto na dos X-Men e é, até hoje, um dos melhores trabalhos de Barry Windsor-Smith. Publicada originalmente em 1991 pela revista Marvel Comics Presents, chegou ao Brasil no ano seguinte pela Abril dentro de seus mixes e em 1995 num encadernado em formatinho. Somente em 2003 a Panini republica a história em seu formato original, com as cores e balões refeitos e com uma aventura extra. O review é desta edição, porém a história saiu mais duas vezes como explicado lá em cima.

Arma X página 1

Wolverine é o x-man mais famoso de todos, o único com uma revista própria com mais de 100 edições (tanto nos EUA quanto no Brasil). Ele apareceu pela primeira vez em 1974 na revista do Incrível Hulk e em 1975 se juntou aos X-Men. Seu passado sempre foi um mistério, até que em 1991 (mais de 15 anos depois) o Sr. Barry Windsor-Smith, já conhecido pelo seu trabalho com o Conan, resolve dar uma luz ao personagem e criar o que seria quase que a origem perfeita do herói. Quase porque todos sabemos o quanto a cronologia do mutante foi revirada…

Em “Arma X” Logan é sequestrado e obrigado a participar do Experimento X, que visa mesclar o adamantium (o metal mais forte do mundo) ao esqueleto humano. E como Logan possui o dom mutante da regeneração, o processo foi um sucesso. O Professor, líder do projeto, inicia uma série de testes para torná-lo numa marionete e um possível super-soldado, o assassino perfeito. Com diversas baterias pelo corpo e fios passando por todo lugar, Logan mata lobos, ursos e até pessoas em seus testes. Tudo parece caminhar normalmente, até que ele desperta e instala um caos no completo da Arma X.

Li essa história pela primeira vez no encadernado em formatinho da Abril (como líamos essas edições? hahah), e pude comparar a qualidade do material agora num papel melhor e maior. Trata-se, talvez, de uma das aventuras mais violentas e sangrentas do Wolverine. É sangue pra todo lado e sem nenhuma misericórdia! É o típico “criatura que volta-se contra o criador”. A narração é frenética e ficamos aflitos em querer saber no que tudo isso vai dar.

Arma X página 3

Windsor-Smith escreveu a história, desenhou, arte-finalizou e inclusive coloriu. Um belo de um artista completo. As cores são um dos pontos que mais admiro aqui, por serem vibrantes e bastante retrô. Abusando do azul, rosa, verde, roxo… O traço dele é bastante característico, também, com bastante expressividade. Um outro ponto interessante da narrativa é o fato de ter poucos balões e quase tudo ser dito por recordatórios, caixas de texto coloridas, com cada cor representando um membro dentro do complexo. No início o leitor pode até se perder, mas logo se acha.

O realismo também é recorrente, principalmente quando precisam instalar uma bateria em Logan, para que possa ser controlado à distância. Quanto maior for a distância, maior terá que ser a bateria, prejudicando assim a mobilidade da vítima.

Barry Windsor-Smith fez várias inclusões na cronologia do Wolverine, começando pelas garras de Adamantium que, nessa HQ, foram implantadas pelo experimento. Outro ponto interessante são os implantes de memória, que torraram com a cabeça dele. Dois fatos inéditos para a época e até plausíveis, mas que não envelheceram bem com o tempo. Hoje em dia as garras de Wolv são, na verdade, de ossos. Então caso tirem o adamantium de seu corpo (o que já aconteceu) ele continuará com elas. Os implantes de memória foram VASTAMENTE utilizados para qualquer desculpa dos roteiristas, implicando em vários furos cronológicos. O que torna “Arma X” aquela origem quase que perfeita.

Arma X página 4

Isso me faz lembrar da discussões em torno da cronologia mutante no cinema, que está toda cagada. Apenas um reflexo das HQs, que é quase a mesma coisa ^^. Apesar de alguns pontos serem modificados, ela foi usada como pano de fundo para diversas outras histórias, como a origem do Diretor da “nova” Arma X no começo dos anos 2000, um ex-soldado que teve o rosto desfigurado por Logan ao fugir do complexo e deseja vingança.

Importante comentar que estamos nos anos 1990, época em que o visual das HQs se tornaram a coisa mais importante de uma história, onde as mulheres ganharam dois metros só de perna, biquínis como uniforme e os homens ficaram marombados e mega-equipados (Cable?). E nada disso está presente em “Arma X”, muito pelo contrário. Logan está grande, mas ainda assim bem realista.

O visual dele com as baterias e nu se tornou clássico, sendo utilizado sempre que retratam o passado como Arma X. Particularmente, adoro. Chega de gostosonas por aí, mostrem mais Wolverine correndo peladão na neve!

Essa edição da Panini é em capa cartonada, papel LWC e traz ainda uma história extra: a primeira luta entre Wolverine e Lady Letal, publicada em 1985 com roteiro de Chris Claremont e arte do próprio Barry. Já comentei sobre ela no review de Marvel + Aventura #1, lá em 2011 quando foi republicada. Ela é bastante bonita visualmente, com destaque para o início, quando Yuriko está na Loja de Corpos da Espiral e as duas conversam sobre a transformação cibernética que sofreu. É uma das passagens que mais gosto dos X-Men.

Arma X página 2

Entretanto, a fim de comparação, o modo de narrar do Claremont (como sempre falo por aqui nas reviews de X-Treme X-Men) é muito datado, são balões DE MAIS! São pensamentos de mais para coisas óbvias. Barry é tão conciso, que chega a ser gritante essa diferença.

Finalizando, essa é uma edição must-have de qualquer fan dos mutantes, uma de suas melhores histórias. Mesmo não sendo tão oficial assim essa origem, continua valendo muitas coisas e tantas outras entram em discussão para tentar encaixá-la aos tempos de hoje. Quem não tem essa versão, aproveita para adquirir o relançamento pela Salvat ou Panini.

nota 10 ;

Comments

comments

Conte-me o que achou do artigo :)