Interessante comentar o “boom” que o programa Arma X gerou nessa época. Além de sempre presente na série solo do Wolverine, o programa também estava aparecendo em Novos X-Men. A proposta dessa nova minissérie é trazer de volta velhos personagens em situações de risco extremo. Bem… temos os personagens esquecidos e a violência, mas o resultado chega a ser cômico. O Diretor tem uma nova equipe de mutantes e pede à eles que tentem recrutar outros, por bem ou por mal, para propósitos ainda misteriosos.
Sauron: a primeira história é protagonizada pelo dinossauro Sauron, responsável por tentar capturar a Emma Frost e Jack, um telepata novo. Karl Lykos tem síndrome de Hulk, sempre falando em 3ª pessoa, além de um bobalhão. O roteiro é de Buddy Scalera (Deadpool), cheio de situações “wtf?”; o encontro de Sauron com a Rainha Branca é hilário. Os desenhos são de Karl Kerschl (Secret Six), bem “redondos” e chega a lembrar o estilo do Frank Quitely. Perto do final somos apresentados à Jack, um mutante que se “despedaça” e pode ler mentes. O encontro chega a ser mais nonsense que o anterior. Todo esse clima “comédia” deixa a história leve e carismática, mas tira toda a credibilidade da série.
Selvagem: a segunda história é protagonizada pelo Selvagem, um mutante mistura de Gremlim com Nosferatu, responsável por capturar a Aurora, recentemente sequestrada e colocada num manicômio. Ela ficou um pouco desorientada (além de careca) e não foi relutante. Os dois já tiveram um romance no passado e ele fica relembrando, fugindo da missão. O roteiro é de Matt Nixon (Motel Hell), e é praticamente um “A Bela e a Fera”. Em paralelo temos Dentes-de-Sabre tentando capturar o Solaris. Os desenhos são de Ethan Van Sciver (Novos X-Men), com cenas detalhadas e bastante sangue.
Arma X #1 custa R$2,90, possui 52 páginas e miolo pisa-brite. Possui um editorial e as capas originais reproduzidas em tamanho normal. Apesar do clima cômico, a arte de ambas histórias é boa e se destacam; fica a expectativa da próxima edição, com a volta da Medula e descobrir se esse será o ritmo da série ou se ficará “séria”.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.