[Review] Vertigo #32 !

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Nome Original: Spaceman #4; Scalped #33; House of Mystery #24; Hellblazer #209; American Vampire #22
Editora/Ano: Panini, 2012 (DC, 2011; 2009; 2010; 2005)
Preço/ Páginas: R$9,90/ 132 páginas
Gênero: Suspense/ Ação/ Alternativo
Roteiro: Brian Azzarello; Jason Aaron; Matthew Sturges; Mike Carey; Scott Snyder
Arte: Eduardo Risso; R. M. Guéra; Luca Rossi e Sam Kieth; Leonardo Manco; Rafael Albuquerque
Sinopse:Vampiro Americano: prepare a brilhantina! Vampiro Americano mergulha de cabeça nos anos 50. Quem é Travis Kidd? O que os misteriosos Vassalos querem com ele? E o que isso tudo tem a ver com Skinner Sweet? Descubra na primeira parte de Corrida da Morte. Escalpo:Dash Cavalo Ruim precisa tomar uma decisão que o perseguirá por toda a vida! E o povo da reserva tem que se preparar: os Hmong estão aos portões! Hellblazer:nas profundezas do inferno, John Constantine tem uma comunhão maldita e descobre mais sobre amigos e inimigos do que jamais imaginou! O Homem do Espaço: quando parecia que nada podia piorar, Orson ganha um caçador de recompensas na sua cola… e ele não é um detetive qualquer, mas outro homem do espaço! Casa dos Mistérios: alguém será assassinado. Assassinado pra valer! Mas… quem é o assassino?
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Desde que comecei a acompanhar o mix Vertigo (na #29), essa foi a melhor edição, com todas as séries acima da média. Escalpo, como sempre, mantêm sua qualidade e é, praticamente, o carro chefe do mix. Casa dos Mistérios fecha um arco e o artista convidado para a “historinha” (um dos destaques na edição) é John Bolton. Hellblazer e Homem do Espaço também não desapontam e trazem ótimas sequencias. Vampiro Americano, inclusive, surpreende e apresenta uma história totalmente diferente da anterior, com a ótima arte de Rafael Albuquerque (que também ilustra a capa).
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Vampiro Americano: o arco anterior começou na edição #29 (destinada a “novos leitores”) e apresentou, acredito, uma visão diferente da série. Após lermos imaginamos que o arco a seguir será numa linha mais werstern ou algo do tipo, porém somos surpreendidos nesse novo arco. Sai de campo o cenário indígena e entra uma Califórnia dos anos 1950, com novo protagonista e trama. Não sei se a série é itinerante mesmo, mas essa mudança fez toda a diferença. Travis é um caçador de vampiros de 19 anos, irresponsável e sem medo da morte. Ele próprio comenta sobre a juventude da época, sempre de forma negativa.
Travis namora em segredo uma moça cujos pais ela nunca apresenta, pois receia que eles não aprovem o relacionamento. Porém, há algo muito maior por detrás desse “receio” e o rapaz acaba colocando em prática suas técnicas de caça. Além disso, Travis busca um vampiro que matou todos aqueles que ama. Foi um ótimo inicio de arco, com seqüências de ação e morte empolgantes (com destaque para o embate com o casal). Rafael Albuquerque (Besouro Azul), o desenhista titular da série, é o grande responsável por esta dinâmica no roteiro.
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Escalpo: muita coisa acontece nessa edição, muita mesmo. Escalpo é uma série onde ocorrem várias tramas paralelas, como numa novela. Ter pegado o bonde andando não ajuda na compreensão, porém ela é muito envolvente e deixa o leitor curioso à cada história. A testemunha que pode acabar com o reinado de Corvo Vermelho e seu Cassino fugiu e agora tanto o cacique quanto Nitz (seu inimigo) fazem de tudo para encontrá-la. Em meio à tudo isso surge um velho chamado Apanhador que persegue Dashiell (o protagonista).
Há alguma coisa em Escalpo que me lembra a série Dallas (pode ser o cenário mais “árido”, não sei), mas todo esse clima “seriado” ficou excelente, ponto para Jason Aaron (Wolverine), o roteirista e para os ótimos desenhos do artista R. M. Guéra e cores de Giulia Brusco (Justiceiro). Sem contar que a história é bastante imprevisível, sempre pegando o leitor de surpresa. Nessa edição, por exemplo, a testemunha acaba sendo encontrada e os Hmong vão de encontro à Corvo Vermelho, para vingarem o dinheiro gasto na construção do Cassino e nunca pago.
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Hellblazer: terceira parte do arco “Na Terra Para Onde Vão os Mortos”, onde John viaja até o Inferno para resgatar a alma de sua irmã, com ajuda de Nergal. Na edição anterior o demônio se uniu ao corpo de Constantine para poder vencer o “clone” e, agora, Nergal aproveita o momento para relembrar do passado e da história de sua filha, Rosacarnis, que originou toda essa aventura. Uma espécie de “pausa” no arco para situar os leitores mais novos, pois é contado fatos das primeiras edições de Hellblazer. Só não sei dizer até que ponto essas “lembranças”, de fato, apareceram na primeira saga da série, pois Rosacarnis foi recentemente inserida na cronologia.
Os desenhos de Leonardo Manco (Máquina de Guerra) são ótimos, com destaque para o cenário infernal, a mobília e o figurino de “época”. As cores são de Lee Loughridge (Fábulas), “pesadas” e escuras, diferente de seu trabalho em Casa dos Mistérios. Outros acontecimentos interessantes são: a presença do “primeiro entre os caídos”; comentários da guerra entre Céu e Inferno; a messias Zed, violentada por John há muito tempo atrás; e o fato do tempo na série ser igual ao real, ou seja, desde sua criação em 1988 até à presente história (de 2005) se passaram 17 anos de cronologia.
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Casa dos Mistérios: então Fig realmente teve um irmão (Moranguinho), o deixou na Cidade das Nuvens e fez de tudo para que desaparecesse da memória de todos, inclusive seus pais. E agora que as coisas estavam melhorando, Abel mata o moço e é levado à forca pelos goblins. O arco se encerra em meio a essa confusão e uma possível guerra contra a Concepção se aproxima.
O conto dessa edição se chama “Comédia Romântica (Com Cadáveres)” e pouco tem haver com a história principal sendo, inclusive, mais interessante que a mesma. A narrativa é inusitada (com recordatórios em estilo roteiro de cinema) e mostra uma moça que precisa ir no casamento da irmã, porém não tem parceiro, decidindo ir num ponto turístico e esperar alguém lhe chamar para sair. Porém quem ela encontra não é bem o que aparece (inclusive ela mesma não é o que parece) e as cenas à seguir são repletas de sangue, morte e humor. O roteirista Matthew Sturges (João das Fábulas) brinca bastante com os clichês dos filmes que deram origem ao título. Os desenhos são de John Bolton (Sandman Apresenta: As Fúrias) com seus contornos fortes e traços bem característicos.
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Homem do Espaço: Orson salvou a pequena Tara das mãos de seqüestradores e a levou para casa, longe dos holofotes, já que a menina é praticamente um produto de entretenimento e está no alvo de várias pessoas. Porém o que era pra ser segredo vai por água à baixo quando Lily, uma prostituta virtual que costuma se exibir para Orson, descobre o paradeiro dela de que ele, na realidade, é um Homem do Espaço. Se não bastasse dois agentes investigarem o sumiço da menina para seus possíveis pais e outro Homem do Espaço fazer o mesmo, agora Lily e outras pessoas estão na jogada.
Essa é uma série interessante pela temática futurística e seus mistérios, como o que fez essa sociedade decair, o real valor de Tara; e o paradeiro dos outros Homens do Espaço. Apesar de um pouco confusa no início, parece que as coisas estão se encaixando melhor e se tornando mais empolgantes. Apesar de este futuro ser a já batida sociedade apocalíptica, arruinada, capitalista e com pessoas viciadas em tecnologia, algumas jogadas de Brian Azzarello (Coringa) fizeram a diferença, como a nova linguagem (cheia de gírias próprias) e o reality show dos órfãos (no mínimo polêmico, se existisse). E a arte de Eduardo Risso (100 Balas) é sempre bem vinda.

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Vertigo #30 traz 5 séries distintas em suas 130 páginas e vale cada centavo investido. É o mix com maior aproveitamento da Panini atualmente e, nesta edição em particular, todas as séries estão ótimas e até as que não agradam a todos, como Casa dos Mistérios e Homem do Espaço, podem ser lidas tranquilamente. E também com o melhor acabamento: sessão de cartas, todas as capas originais, um “Anteriormente” para cada série e 10 páginas com previews de outras publicações Vertigo. Parece que tudo flui suavemente, ao contrário de A Sombra do Batman, que custa R$5,00 mais caro (ok, são 7 séries) e tudo parece abarrotado.
nota 8,5 h 

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