X-Treme X-Men: por algum motivo essa série não me convence, mesmo com desenhos de Salvador Larroca e fortes personagens como Tempestade e Vampira. A equipe foi criada para procurar os diários de Sina, pois poderiam prejudicar mutantes e humanos se caísse em mãos erradas. A inclusão de um novo integrante (Pássaro Trovejante) e os poderes descontrolados da Vampira foram uma boa adição, além de se “esconderem” de Xavier e Cia. Nas primeiras 9 edições + a mini-série na Terra Selvagem aconteceu de tudo, menos os diários (ok, um pouco). O “arco” da Sábia e o Clube do Inferno foi interessante, mas no geral parece que as coisas vão ocorrendo aleatoriamente pela série; e agora que começa uma nova fase, parece não ter mudado muito.
Gambit comenta com o grupo que precisa de uma pedra preciosa que Tempestade carrega consigo (presente de sua mãe), pois ela faz parte de uma coleção que, unidas, poderão destruir a Terra… Eis que surge um monstro e captura a pedra, Gambit e Salva-Vidas, indo para Madripoor ativar essas tais preciosidades. O único destaque da história é Sábia tentar ativar os poderes latentes de Davis que, coincidentemente, são ideias para esta missão de resgate. Vampira, observando a cena, imagina se ela também é capaz de “desligar” o gene X de algum mutante.
Exilados: conclusão de outra missão dos Exilados. Desta vez, o objetivo do grupo era salvar David Richards (o mutante mais poderoso dessa realidade) dos Sentinelas para, logo em seguida, descobrirem que é necessário mata-lo. Por ser uma criança, a moral de toda a equipe é colocada em teste. Para complicar, estão em conjunto com a Arma X (que também “trabalham” para o Tallus). Enquanto uns já querem matá-lo logo, outros pensam em outra solução, mas a confusão já está armada e a porradaria rola solta. O destaque fica para a participação especial do Corretor do Tempo, que só aparece em situações problemáticas. Não houve muitas novidades nessas duas últimas histórias, com exceção, talvez, do Dentes-de-Sabre da realidade de Blink.
X-Force: na última história houve algumas novidades como a nova integrante Falecida e o relacionamento entre Vivissector e Adiposo, e continua agradando nessa edição. No espaço, a equipe enfrenta os Rangers de Bush com diversas crises internas e se surpreendem com a chegada da CIA (que deveriam salvá-los) que manda Sr. Sensível, Anarquista e Vai Nessa espaço a fora. O destino dos três, então, fica incerto. Será que a X-Force perderá mas membros?
O interessante aqui é Peter MIlligan explorar o lado “pop” dos mutantes. Sendo a equipe mais famosa do momento, diversos fãs dessa nova X-Force fazem vigília às lojas especializadas, com medo que algum integrante morra (para alegria dos comerciantes, que venderão muito) e o sensacionalismo da mídia em cima da situação. Adiposo e Vivissector comentam, inclusive, se precisarão fazer algum gesto de afeto na frente do público, se isso irá alavancar a equipe ou não.
Ícones X-Men – Câmara: conclusão desta ótima mini-série. Recapitulando, Starmore foi enviando numa missão inusitada: um grupo de mutantes é morto numa Universidade que acabara de incluir uma “cota para mutantes” em suas regras. O FBI deu por fechado o caso, porém o assassino ainda não foi pego. Câmara se disfarça de aluno e faz suas investigações, surgindo diversos suspeitos: o colega de quarto que não gosta de mutantes, a jovem Amber cujo poder é um segredo, a namorada de um dos mortos que sobreviveu misteriosamente, um grupo barra pesada que pega no pé dele. O clima de suspense lembra filmes de terror com colegiais (Pânico), mas pelo lado bom. O desfecho também não desaponta e ficamos na dúvida até os momentos finais, quando dizemos a famosa frase: “como não percebi isso antes?”. O roteiro é de Brian K. Vaughn, o mesmo de Y – O Último Homem e Ex-Machina.
A arte é excelente, com os desenhos de Lee Fergunson (G. I. Joe) e cores de Jose Villarrubia (Sweet Tooth). Os poderes do Câmara nunca foram tão estilizados e impressionantes, um dos principais destaques na arte. Interessante comentar que a série abre espaço para temas como segregação mutante, o sistema de cotas, intercâmbio e se os meios justificam o fim. Volto a dizer que ela deveria ter saído no mesmo formato de Ícones X-Men: Noturno, em formato especial e não em mix.
X-Men Extra #19 agrada por trazer o Câmara e X-Force, já que X-Treme X-Men volta ao lugar-comum das séries mutantes e Exilados não surpreende. Na sessão de cartas e novidades há a notícia que Lady Di seria a mais nova integrante dos X-Statix; esse fato gerou polêmica nos EUA e hoje sabemos que não foi pra frente. Engraçado que o editor lembra que Joe Quesada (Editor-Chefe da Marvel na ocasião) havia dito que não ressuscitaria ninguém em sua gestão ^^. Outro ponto a comentar é a carta de um leitor reclamando que as histórias mutantes estão muito “realistas” e questiona se a discriminação ao gene X não é tema suficiente para os roteiristas. Dentre seus exemplos ele cita a “aceitação homossexual, atual moda nos EUA” (referência à Solar dos Exilados), nem preciso comentar minha opinião sobre isso, fica a impressão que não pode haver gays em histórias de super-heróis. Mas voltando à sugestão dele, nessa época eram lançadas oito títulos dos mutantes por mês (4 em X-Men e 4 em X-Men Extra) e viriam mais dois para o mix Arma X, sem contar edições especiais e o que não é publicado por aqui. Acho que não daria para todos eles tratarem do mesmo assunto.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.