Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Review] X-Men #19 !
Nome Original: X-Men #126 e #127; Uncanny X-Men #407; X-Men Unlimited #32
Editora/Ano: Panini, 2003 (Marvel, 2002)
Preço/ Páginas: R$7,50/ 100 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Grant Morrison; Joe Casey; Joe Pruett
Arte: Frank Quitely; Sean Phillips; Mike Deodato
Sinopse: Novos X-Men: depois de derrotar a poderosa Guarda Imperial, Cassandra Nova realiza sua investida final contra os Filhos do Átomo. Mas como derrotar um inimigo aparentemente invencível? E ainda: adaptando-se à liberdade e à vida com os X-Men, Xorn precisa aprender a lidar com a tragédia, o preconceito e a intolerância contra os mutantes. Os Fabulosos X-Men: após o fiasco da Tropa X, Noturno reencontra um velho amigo e reavalia sua vida e seu papel na equipe. De quebra, você confere ainda uma história do teleportador alemão desenhada pelo brasileiro Mike Deodato!
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O destaque da edição fica para a conclusão da fase com a Cassandra Nova em Novos X-Men. A vilã finalmente invade o Instituto e Jean, Ciclope, Fera e companhia fazem de tudo para detê-la. Em seguida Xorn, o mais novo membro da equipe, encara uma missão e lembra de seu passado. Em Fabulosos X-Men Noturno repensa sua vida após o fiasco da Tropa X e as conseqüências do atentado em Paris. Fecha a revista uma história de X-Men Unlimited, também estrelado por Noturno. A série do Wolverine não aparece como nas edições anteriores.
Novos X-Men: é o fim dessa fase com a Cassandra Nova, com várias consequencias para a equipe. Xorn e Ciclope conseguem escapar da Nave Shiar antes da explosão, levando consigo Lilandra e seu conselheiro. Na Terra, Jean passa por dificuldades graças aos nano-sentinelas em seu corpo e por ter absorvido a mente do Professor Xavier, enquanto o corpo de Nova morreu. No jardim Cassandra derrota os Guardiões Shiar e entra na escola para destruir todos; Fera e Wolverine liberam seu lado selvagem e tentam conter a mulher, apesar de estar no corpo de Charles.
Os desenhos são de Frank Quitely, que iniciou a “era Morrison” dos mutantes, fechando em boa forma essa primeira fase do roteirista. Sua arte dispensa comentários, muito dinâmica, rápida e com belos enquadramentos, além dos rostos “Beavis & Butthead” ^^. Apesar do tema sério (afinal, Nova pode destruir tanto Charles quanto o resto dos mutantes do mundo), o clima é descontraído, sendo uma leitura bastante divertida. Emma Frost dá o ar da graça e protagoniza algumas belas cenas, tanto sozinha quanto com “suas meninas”, as Irmãs Stepford. Angel Salvatore e seus comentários ácidos também colaboram com o clima. Porém, faltou aquela sensação épica que sentimos ao ler “E de Extinção”, mas não deixa de ser uma boa história.
Novos X-Men: a edição seguinte dessa fase Morrison é estrela pelo Xorn, novo membro do grupo e que teve papel fundamental na conclusão do caso “Cassandra Nova”, porém nem há comentários sobre isso. Ele precisa ajudar um jovem mutante que se transformou num monstro, deixando a população local em pânico. Com seu poder de cura, ele espera poder resolver a situação, mas policiais e outros humanos se envolvem. Os desenhos são de Bill Sienkiewicz, muito bonitos por sinal, com destaque para a entrada da Fênix. Apesar de interessante e explorar mais o novo personagem, ela destoa do que vem sendo contado em Novos X-Men.
Fabulosos X-Men: a empreitada de Sean Cassidy e sua Tropa X não deu certo, e as consequencias disso foram muitas. Com a sabotagem de Mística e Mestra Mental, Banshee teve a garganta perfurada e está fora de ação; Paris foi destruída; a imagem dos mutantes e dos x-man envolvidos foram prejudicados; Solar morreu; entre outras coisas. Noturno conseguiu salvar Câmara de uma bomba, porém se teleportou para uma casinha numa montanha, habitada por um antigo colega de circo. Lá ele repensa tudo que aconteceu, se realmente vale a pena toda essa vida agitada. Os desenhos são do Sean Phillips (Criminal), seguindo o padrão da série, com quadros grandes e narrativa ágil, apesar de seus contornos “manuais”. Starsmore comunica, mentalmente, Stacy X sobre o que ocorreu e pede um resgate, apesar de Kurt querer ficar um tempinho mais. A relação entre a nova mutante e Câmara ficou mais próxima nessa história, apesar das atitudes dela estarem mais para uma “Jubileu” (rebelde…) do que quando estreou. Seus descontentamentos podem ser usados como desculpa para tirá-la da equipe mais tarde, mesmo ela sendo bem interessante.
X-Men Unlimited: o Noturno também protagoniza essa história. Nela, Kurt se confessa à um padre, mas uma briga de gangues na rua invade a igreja e o mutante acaba se revelando. Nenhum grande destaque, apesar do bom desenvolvimento. O roteiro é do Joe Pruett, autor que roteirizou boa parte das X-Men Unlimited publicada até aqui (na série Premium da Abril), com os desenhos de Mike Deodato (Capitão América). O interessante é terem utilizado o uniforme antigo do Noturno, dando a entender que a história ocorre no passado.
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No geral, outra boa edição de X-Men. A conclusão dessa fase dos Novos X-Men poderia ter sido mais épica, mas não desagrada. Fabulosos continua na mesma média, felizmente, e o tapa buraco de X-Men Unlimited funcionou bem. Interessante comentar algumas coisas da sessão de cartas: um leitor criticou o trabalho de Morrison, levando em consideração a violência e bizarrices que o autor colocou na trama; e outro criticou a arte sem finalização de Igor Kordey. Morrison revitalizou os personagens de forma extrema e, para o bem ou para o mal, isso dinamizou mais a história; não tenho o que reclamar, pelo contrário, a adição de Emma Frost, a mutação secundária e etc foram boas sacadas. Quanto a Kordey, concordo que é uma arte pouco polida, mas ainda agradável.