Nome Original: Batman & Robin #2; Batwing #2; Batgirl #2; Catwoman #2; Red Hood & the Outlaws #2; Nightwing #2; Batwoman #1
Batman & Robin: a história continua explorando o relacionamento de Bruce e Damian, pai e filho. É mostrado a origem do Robin e o treinamento que obteve de Talia Al Ghun, sua mãe. Ele segue sério e “marrento”, mas já deu uma aliviada numa missão com o Batman. Alfred tenta ajudar seu patrão em se aproximar do filho, já que ele sente dificuldades até em elogiar Damian após um bom feito. Os desenhos de Patrick Gleason continuam bons, bastante dinâmicos e com belas tomadas. Interessante notar que num quadro mostram a dupla encarando o Coringa, que ainda não deu as caras por aqui. No final, Bruce está comprando um cachorro para dar à Damian (sim, a série possui um clima todo “família”) e acaba encontrando um antigo rival.
Batwing: o vilão Massacre assassinou todos os policiais da delegacia e acerta David Zavimbe de surpresa, perfurando-o. Machucado, fica impossibilitado de lutar e prosseguir na investigação. Em outro lugar, Massacre ataca um ex-integrante de uma equipe de super-heróis da África, atualmente professor, e Batwing tenta persuadir seu mentor para voltar à ação. A narrativa é ágil e, se não empolga o leitor, também não desaponta. O destaque fica por conta dos desenhos de Bem Oliver e cores de Brian Reber, com traços realistas e sequencias cinematográficas. A arte se assemelha à essas adaptações de filmes para quadrinhos, porém Oliver “falha” na criação de fundos, quase inexistentes na maioria dos quadros. A violência presente na primeira edição ainda está presente, deixando a história mais realista, com destaque para quando o braço de um personagem é cortado.
Batgirl: sequencia direta da edição anterior, o vilão Espelho foge do quarto de hospital e deixa a policial McKenna e Batgirl na cena do crime. Bárbara o persegue, mas acaba perdendo por estar fora de forma, já que suas pernas ainda não estão 100%. A policial quer vingança pela morte do parceiro e promete ao Comissário Gordon que prenderá a Batgirl (sua filha). A série mantêm o ritmo da edição anterior e continua explorando as conseqüências da paralisia que a protagonista sofreu; ela, inclusive, faz um comentário sobre o “milagre” que a fez andar novamente. O fato dela ter caído num golpe do Espelho, tentando ser boazinha, ficou muito estranho; mas é desculpada depois da surra que acaba levando ^^. Dentre as séries do mix, é uma das que estou curtindo.
Mulher-Gato: a história já começa mostrando Selina e Bruce deitados no chão, seminus (não tiraram todo o uniforme) logo após transarem. Isso mesmo, nada de pudores nos Novos 52, inclusive a própria Selina comenta sobre o ato. Pondo de lado este momento íntimo do casal, a Mulher-Gato rouba um quadro cobiçado pela máfia russa para se vingar de um chefão que violentou uma antiga colega (mostrado na edição anterior). O plano consiste em entrar numa festa de Bruce Wayne disfarçada de convidada e informar a cada uma das máfias que o quadro se encontra lá e que entregará em troca de uma quantia em dinheiro, deixado em lugares separados. Quando as rivais se encontrarem, a confusão está armada. A narrativa, apesar de apelar em alguns momentos, dá uma melhorada. Guillem March é ótimo em desenhar rostos, porém comete erros anatômicos em várias cenas, com posições impossíveis. Essa versão mais “solta” e violenta da Mulher-Gato está interessante, principalmente nos momentos finais, quando as conseqüências do plano atingem sua amiga Lola.
Capuz Vermelho e os Foragidos: eis a série mais criticada do mix. Estelar, Arqueiro Vermelho e Capuz Vermelho viajam até Supéria para vingarem a morte de Ducra. É contada a origem do Capuz, de quando ainda era Robin e sobre Talia Al Ghun (bom para quem não entendeu a personagem em Batman e Robin). A arte de Kenneth Rocafort é boa, bem “suja”, cheia de traços e ágil. Mas as qualidades param aqui. Apesar de funcionar como uma série descomprometida, Scott Lobdell poderia ter deixado a Estelar com os Novos Titãs e não tê-la transformado numa coadjuvante de terceiro escalão. Há vários momentos a lá “American Pie”, com comentários dos dois rapazes sobre a moça e uma cena no avião que, além de erros de continuidade, não acrescenta à narrativa. O resultado final é uma história confusa que tenta facilitar alguns fatos, mas complicando outros.
Asa Noturna: Raya, a acrobata do circo Haley visita Dick e o convence a ir para Atlantic City, pois o Sr. Haley precisa ter uma conversa urgente com ele, já que está morrendo. O herói não perde a oportunidade e começa um caso com a moça na viagem. O velho quer dar o Circo à ele, pois seria de direito dos seus falecidos pais, além de conhecer a identidade secreta do Asa Noturna. Voltando para casa, recebe uma ligação de Saiko, vilão da primeira edição, informando que capturou Haley e que conhece a verdade do herói; fazendo-o retornar à Atlantic City e enfrentá-lo. A arte de Eddy Barrows continua boa, com belas sequencias de acrobacias (como escapando de uns mísseis) e a história mantêm a média, deixando em aberto o futuro do Circo. A identidade de Saiko ainda é segredo, mas suspeito que seja o parceiro da Raya.
Batwoman: começa, de fato, a série de Kate Kane nos Novos 52. Elogiada por sua arte arrojada, a história também é competente. Várias crianças estão desaparecendo e outras encontradas afogadas, algo que a população local está chamando de “maldição da Chorona”. O mito da Chorona é muito popular no México e em sua versão mais difundida fala de uma mulher que afogou os filhos, se matando em seguida e, desde então, seu espírito tem vagado para reencontrar seus filhos. A história começa com a Batwoman salvando uma família mexicana do espírito de uma mulher, porém os filhos do casal somem após o combate. A policial Maggie Sawyer junto do Comissário Gordon investigam este e os outros casos de sumiço de crianças. J. H. Williams III criou várias sequencias com diagramação estilizada, a maioria em página dupla e com as ótimas cores de Dave Stewart. A arte é, sem dúvidas, excelente.
Kate, seguindo o exemplo do Batman, também possui uma parceira mirim: Bete Kane, conhecida por Labareda e ex-Novos Titãs. Em meio a um treinamento, elas acabam topando com o Coronel Kane, pai de Kate. Os dois discutem e um pouco do passado da heroína é contado. Interessante notar uma cena onde Kate vai à delegacia e observa uma foto de Renee Montoya no mural. Antes do reboot, Montoya havia assumido a identidade do Questão e mantinha um relacionamento com a Batwoman, porém esse fato ainda não foi comentado nos Novos 52, deixando uma dúvida se ela morreu ou não. Mas logo após ver a foto, ela convida a policial Sawyer para um encontro ^^. É a série com maior destaque do mix, tanto em arte quanto em roteiro.
A Sombra do Batman traz 7 séries de personagens carismáticos que, pelo menos duas, irão agradar o leitor. Eu, por exemplo, estou curtindo Batgirl e Batwoman, enquanto Catwoman está melhorando (sim, adoro série com mulheres) e as demais se mantêm na média. E pelo que ando lendo, o pessoal está gostando de Asa Noturna e Batman & Robin. Mas por outro lado essa quantidade se torna um dos defeitos do mix, pois passa a impressão da Panini ter abarrotado todas elas em 148 páginas, sem espaço nem para as capas originais.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.