Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Review] Esquadrão Suicida & Aves de Rapina #2 !
Nome Original: Suicide Squad #2; Birds of Prey #2
Editora/Ano: Panini, 2012 (DC, 2011)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 52 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Adam Glass; Duane Swierczynski
Arte: Scott Hanna, Federico Dallocchio & Ransom Getty; Jesus Saiz
Sinopse: Esquadrão Suicida: a equipe precisa eliminar um estádio de futebol lotado. Mas o que encontra é uma turba enlouquecida, disposta a devorar todo mundo até não sobrar nada. Aves de Rapina: caos e morte é o que se encontram diante de Dinah e Ev depois do fatídico incidente no aeroporto. Agora, as duas correm para elucidar o mistério e punir os culpados. Para tanto, ambas contarão com o reforço de uma aliada hábil na espada… e um tanto perturbada.
***
Com a segunda edição das revistas exclusivas para Comic Shops e afins já podemos ter uma idéia de onde a Panini quer chegar. Seguindo o mesmo acabamento das mensais de banca (capa couché, miolo pisa) e custando um pouco mais caro, a editora compensa com um bom editorial. Na edição anterior houve uma matéria sobre a equipe Esquadrão Suicida e nesta contem sobre as Aves de Rapina, um diferencial que faz falta nas demais publicações de banca.
Apesar das duas séries que compõem o título terem temáticas distintas e não se relacionarem entre si (ao contrário de Novos Titãs & Superboy), a leitura está bastante agradável. Esquadrão Suicida continua “surpreendendo”, apesar de dar umas viajadas nessa edição; e Aves de Rapina mantêm o mesmo ritmo e traz uma inclusão interessante ao time, apesar de alguns erros.
Esquadrão Suicida: recapitulando, Amanda Waller é uma poderosa dentro do governo e mentora de uma equipe formada por vilões que, em troca de terem sua pena reduzida, aceitam realizar missões de alto risco. Eles possuem uma nano-bomba implantada no corpo que explode caso tentem fugir ou cometer qualquer coisa que ponha em risco o projeto. Inicialmente, é formado por Arlequina, Aranha Negra, Voltaico, Tubarão-Rei, Pistoleiro e El Diablo, todos com personalidades distintas e crises internas. Sua primeira missão é invadir um estádio infectado por um estranho vírus, eliminar todas as pessoas do local e saírem despercebidos.
Mas a situação foge do controle quando descobrem que o vírus transformou todos os civis em zumbis-tecnológicos e famintos. A origem da contaminação vêm de uma mulher grávida que, apesar de aparência delicada, se transforma num monstro. É o “chefe de fase”, como comenta Arlequina. O objetivo é um pouco estranho (mais zumbis em HQs?) e também não se explica os motivos do vírus, espera-se que o assunto seja melhor explicado futuramente. Mas os destaques ficam nos conflitos dos personagens e na violência.
A narrativa é bem descomprometida e Arlequina participa das melhores piadas. Nesse segundo número a equipe já sofre uma baixa e fica claro que Esquadrão Suicida seguirá uma linha mais “barra pesada”. A última cena lembra séries como The Boys (Garth Ennis), mas com censura, claro ^^. A chamada na capa diz que eles enfrentarão 60 mil zumbis, mas parece que só encontram uns 100 pelo caminho e olhe lá! Os desenhos da equipe são bem competentes e acompanham a história, assim como as caracterizações dos personagens, com destaque para as mordidas do Tubarão.
Aves de Rapina: após a morte do jornalista, Canário Negro e Sturnia resolvem investigar o caso e convidam a mortal Katana para participar do grupo. Com algumas pistas em mãos, vão à um hangar suspeito e encontram outra possível integrante. É a famosa fase de “recrutamento” de séries do gênero, porém ainda não ficou claro o objetivo da equipe, já que todas são procuradas pela polícia. O clima “As Panteras” continua, mas de uma maneira positiva.
Os desenhos de Jesus Saiz segue o padrão “super-herói” e não apresenta grandes novidades. Importante observar a sequencia da página 31 e 32: Sturnia está dirindo um veículo sozinha e, no quadro seguinte, está com a Canário ao seu lado. Ficou muito estranho. A inclusão de Katana pode deixar as coisas mais interessantes, pois além de sanguinária, é desequilibrada e conversa com sua própria espada que, segundo ela, possui o espírito de seu falecido marido.
Como comentei no inicio, há uma matéria de 3 páginas explicando a origem do grupo Aves de Rapina e sua passagem pelo Brasil, algo interessante para ler e conhecer melhor como era a série antes do reboot. Desse modo, a Panini nos apresentou as duas séries utilizando as últimas páginas de cada edição, vamos ver se terá novidades na próxima ou se irão cortar essas duas folhas. No geral, um bom mix para acompanhar, mas que precisa melhorar no que refere à “personagens profundos”, pois todos foram mostrados superficialmente.