[Review] Kama Sutra !

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Nome Original: Le Kama Sutra
Editora/Ano: Conrad, 2010 (Norma Editorial, 1997)
Preço/ Páginas: R$44,90/ 72 páginas
Gênero: Erótico
Roteiro/ Arte: Milo Manara
Sinopse: Parvati e Lulu correm um perigo mortal ao encontrar o espírito de Shiva, um legendário saxofonista, preso em um objeto bastante incomun. É o cinto de Vatsyayana, feito pelo todo-poderoso Prajapati com a pele do próprio pênis. Sob ameaça de Kali, a destruidora, as duas amigas deverão vencer quatro provas, colocando em prática as milenares técnicas do Kama Sutra.

 
Acredito que todos conhecem ou já ouviram falar em Milo Manara, um dos mestres em se tratando de quadrinhos eróticos. Sua carreira é formada por diversos títulos clássicos unindo o fantástico ao erotismo, passeando pelo surrealismo, como em Click e Revolução (ambos lançados aqui pela Conrad). Seu traço é bastante característico e suas mulheres são reconhecidas de longe, sempre com cabelos ao vento, lábios carnudos e expressões de eterno ecstasy. Suas beldades em cenas sensuais, sem dúvida, é o ponto mais forte em Manara.


Kama Sutra foi lançado, originalmente, em 1997 e apareceu por aqui em 1998 pela editora L&PM. Com o passar do tempo o título foi se tornando cada vez mais raro e encontrado por preços abusivos. Já pelos anos 2000 a Conrad começa a publicar os álbuns de Manara e, em 2010, o relança em capa dura e miolo couchê pelo custo de R$44,90.  Além do ótimo acabamento, a editora poderia ter incluído uns extras.
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Parvati, a protagonista, dirige tranquilamente sua motocicleta quando um par de homens lhe assediam e, perdendo a concentração, acaba batendo em um motoboy, que deixa cair um pacote e dá o fora. A loira, sem escolha, acaba levando o pacote pra casa e resolve abri-lo. Para sua surpresa, há um estranho cinto em forma de pênis dentro que, no decorrer da trama, descobrimos que possui a alma do saxofonista Shiva, ídolo de Parvati. Lulu e seu primo nerd são chamados para verem o estranho cinto, mas o verdadeiro dono do dito cujo aparece e começa uma perseguição pela dupla de garotas. Para se livrarem da confusão elas terão que realizar 4 provas à mando da deusa Kali.


História não é o ponto forte de Kama Sutra, pois ocorre bem rápida e é um tanto quanto simplória, não havendo profundidade nem explicações para o que ocorre, com Parvati correndo pelada na maior parte do tempo e pelas situações atropeladas. Por envolver mitologia hindu, um pouco sobre o tema seria bem vindo, também. Dentre as passagens de Parvati e Lulu temos as cenas de sexo mais bizarras (e criativas) que se possa imaginar, chegando a ser cômico, algo bem “Manara”. Destaque para a parte com a travesti e do balanço, incríveis.

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Se Kama Sutra não investe no roteiro, o mesmo não se pode dizer da arte, sempre ótima, de Milo Manara. De início já podemos perceber algumas jogadas visuais do artista, como definir bem os traços dos personagens e deixar o fundo mais embaçado e, quando quer mostra-lo, cria detalhes e panorâmicas lindas. Toda a sensualidade de suas “heroínas” está presente, de maneira explícita, e o autor não tem medo de “falar” sobre tabus nas cenas de sexo, desde sadismo à masoquismo. As páginas “vermelhas”, com as posições do Kama Sutra, divididas em 16 quadros são excelentes, com uma movimentação e leveza incríveis; podemos até imaginar os gemidos e outros sons do casal, mesmo sem possuir balões.


Mesmo assim, Manara não explora outras cenas, abusando de grandes quadros pelas páginas, evitando muitos detalhes e deixando a trama muito rasa (como nas provas). Se comparado à outras de suas obras ou com sua arte na série Bórgia, Kama Sutra parece bem simples. 
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Como de costume, o acabamento da Conrad para edições de luxo é ótimo, em capa dura e miolo couché, mas pelo alto preço espera-se a inclusão de alguns extras, como esboços ou comentários sobre o próprio Kama Sutra original ou da mitologia hindu, ainda mais por se tratar de uma republicação. No mais, é uma leitura rápida e agradável, com algumas surpresas no caminho, mas que não figura entre os melhores trabalhos do autor.

nota 6,5 x

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