Editora/Ano: Panini, 2012 (DC, 2011)
Preço/ Páginas: R$5,90/ 60 páginas
Gênero: Super-Herói/ Ação
Roteiro: Geoff Johns; Sterling Gates; Scott Kolins
Arte: Andy Kubert; Oliver Nome; Joel Gomez
Sinopse: Em seu encontro com Batman, Barry Allen é confrontado com a realidade do novo mundo em que vive e toma a decisão de obter seus poderes de volta. Porém, o custo para isso pode ser mais alto do que ele pode suportar. Ponto de Ignição – Kid Flash Perdido: o jovem velocista Bart Allen, mais conhecido como Kid Flash, se descobre em uma situação crítica em um futuro devastado e controlado por um dos maiores inimigos da humanidade. Ponto de Ignição – Flash Reverso: conheça Eobard Thawne, o responsável por tudo de ruim que ocorreu na vida do Velocista Escarlate.
Na terceira edição da mini-série principal que transformará todo o Universo DC não ocorre nada demais, além de um amontoado de idéias e acontecimentos alternativos jogados na cara do leitor. É reunido a segunda parte da série Flashpoint e outras duas histórias relacionadas: Kid Flash Perdido e Flash Reverso. Para quem já conhece a cronologia do Flash, não se surpreenderá com a última história, pois nela ocorre uma espécie de “flashback” no ponto de vista do vilão.
Em Flashpoint #2, a primeira história da edição, Barry Allen visita o Batman desta realidade e tenta convence-lo de ser o verdadeiro Flash, porém sem os poderes. Como mostrado na edição anterior, o Batman agora é o Dr. Thomas Wayne, pai de Bruce Wayne, pois na famosa tragédia onde seus pais são assassinados, em Batman – Ano Um, aconteceu algo diferente, onde quem morre é o pequeno Bruce.
Os dois conversam e, rapidamente, resolvem tentar refazer a realidade que conhecemos, assim Barry arrisca tomar um raio novamente pra recuperar seus poderes e Thomas fica na esperança da realidade mudar e seu filho viver, ao invés dele. Fora isso, é mostrado um panorama do que anda ocorrendo nesse novo mundo: Aquaman e Mulher-Maravilha sanguinolentos, matando todos que invadem seus novos territórios; Paris e Londres, respectivamente. Os destaques ficam para a Torre Eiffel e a Torre do Big Ben destruídas e a nova caracterização de alguns personagens, como do Exterminador. Fora isso, nada muito impressionante. O roteiro é do Geoff Johns (Sociedade da Justiça, Noite Mais Densa) com os desenhos de Andy Kubert (1602, Origem), que são muito bons. Mas está fraco, principalmente para uma mini-série de tamanha importância.
A segunda história da edição é Kid Flash Perdido – Parte Um, escrita por Sterling Gates (Supergirl) e desenhos de Oliver Nome (Mister Terrific). Não ocorre nada de mais e funciona apenas pra confundir a mente do leitor. O Kid Flash está numa realidade alternativa (por conta do fluxo cronológico alterado), em animação suspensa e sendo utilizado como cobaia para uma famoso vilão da DC. Ele desperta e encontra a nova Perseguidora Implacável e tentam fugir dessa realidade cheia de máquinas, algo bem Matrix. OK, e então? Essa é dúvida que fica depois de ler, pois não sabemos ainda se trata-se da mesma realidade em que Barry Allen está ou se é outra, o porque das mudanças no Perseguidor Implacável, etc. É muita coisa “alternativa” ocorrendo ao mesmo tempo. E quando se trata de realidades paralelas eu sempre fico com os dois pés atrás. Resta aguardar pra ver que relevância esta mini-série possui para acabar entrando no mix de Ponto de Ignição.
E finalizando, outra história paralela à série principal: Flash Reverso. À essa altura do campeonato, fica claro que o vilão Flash Reverso possui algum envolvimento nessa transformação da realidade e, nessa história, ele relembra como adquiriu o ódio que possui do Flash e o que tentou fazer para prejudica-lo com sua habilidade de viajar no tempo. Para quem já conhece a origem dos poderes de Barry Allen (contada duas vezes nessa edição), não verá grandes coisas, pois eu (que não conhecia profundamente) achei a narrativa mediana. O roteiro é do Scott Kolins (Flash) e o destaque fica para a arte. Enquanto os desenhos de Joel Gomez (Witchblade) são estranho numa primeira vista, as cores de Brian Buccellato (Sonja) são excelentes, abusando do vermelho, laranja e amarelo. Mesmo sendo bastante mediana, essa história acaba sendo mais importante que a do Kid Flash, pois o Flash Reverso pode ter realizado alguma “pequena” mudança no passado de Barry Allen, o que ocasionou essa transformação no Universo DC, dentre tantas outras teorias.
Mais duas edições para Ponto de Ignição chegar ao final e, então, termos o tão aguardado (e comentado) reboot da DC no Brasil. À tempo, uma das maiores dúvidas dos leitores é o que a Panini irá fazer com os mixes das revistas atuais, se serão alterados ou não, e quanto às séries mais “alternativas”, se terão espaço em tais revistas. Caso façam cagada, pelo menos a minha compra não será garantida.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.