Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Review] Ponto de Ignição #3 !
Editora/Ano: Panini, 2012 (DC, 2011)
Preço/ Páginas: R$5,90/ 60 páginas
Gênero: Super-Herói/ Ação
Roteiro: Geoff Johns; Sterling Gates; Scott Kolins
Arte: Andy Kubert; Oliver Nome; Joel Gomez
Sinopse: Em seu encontro com Batman, Barry Allen é confrontado com a realidade do novo mundo em que vive e toma a decisão de obter seus poderes de volta. Porém, o custo para isso pode ser mais alto do que ele pode suportar. Ponto de Ignição – Kid Flash Perdido: o jovem velocista Bart Allen, mais conhecido como Kid Flash, se descobre em uma situação crítica em um futuro devastado e controlado por um dos maiores inimigos da humanidade. Ponto de Ignição – Flash Reverso: conheça Eobard Thawne, o responsável por tudo de ruim que ocorreu na vida do Velocista Escarlate.
Na terceira edição da mini-série principal que transformará todo o Universo DC não ocorre nada demais, além de um amontoado de idéias e acontecimentos alternativos jogados na cara do leitor. É reunido a segunda parte da série Flashpoint e outras duas histórias relacionadas: Kid Flash Perdido e Flash Reverso. Para quem já conhece a cronologia do Flash, não se surpreenderá com a última história, pois nela ocorre uma espécie de “flashback” no ponto de vista do vilão.
Em Flashpoint #2, a primeira história da edição, Barry Allen visita o Batman desta realidade e tenta convence-lo de ser o verdadeiro Flash, porém sem os poderes. Como mostrado na edição anterior, o Batman agora é o Dr. Thomas Wayne, pai de Bruce Wayne, pois na famosa tragédia onde seus pais são assassinados, em Batman – Ano Um, aconteceu algo diferente, onde quem morre é o pequeno Bruce.
Os dois conversam e, rapidamente, resolvem tentar refazer a realidade que conhecemos, assim Barry arrisca tomar um raio novamente pra recuperar seus poderes e Thomas fica na esperança da realidade mudar e seu filho viver, ao invés dele. Fora isso, é mostrado um panorama do que anda ocorrendo nesse novo mundo: Aquaman e Mulher-Maravilha sanguinolentos, matando todos que invadem seus novos territórios; Paris e Londres, respectivamente. Os destaques ficam para a Torre Eiffel e a Torre do Big Ben destruídas e a nova caracterização de alguns personagens, como do Exterminador. Fora isso, nada muito impressionante. O roteiro é do Geoff Johns (Sociedade da Justiça, Noite Mais Densa) com os desenhos de Andy Kubert (1602, Origem), que são muito bons. Mas está fraco, principalmente para uma mini-série de tamanha importância.
A segunda história da edição é Kid Flash Perdido – Parte Um, escrita por Sterling Gates (Supergirl) e desenhos de Oliver Nome (Mister Terrific). Não ocorre nada de mais e funciona apenas pra confundir a mente do leitor. O Kid Flash está numa realidade alternativa (por conta do fluxo cronológico alterado), em animação suspensa e sendo utilizado como cobaia para uma famoso vilão da DC. Ele desperta e encontra a nova Perseguidora Implacável e tentam fugir dessa realidade cheia de máquinas, algo bem Matrix. OK, e então? Essa é dúvida que fica depois de ler, pois não sabemos ainda se trata-se da mesma realidade em que Barry Allen está ou se é outra, o porque das mudanças no Perseguidor Implacável, etc. É muita coisa “alternativa” ocorrendo ao mesmo tempo. E quando se trata de realidades paralelas eu sempre fico com os dois pés atrás. Resta aguardar pra ver que relevância esta mini-série possui para acabar entrando no mix de Ponto de Ignição.
E finalizando, outra história paralela à série principal: Flash Reverso. À essa altura do campeonato, fica claro que o vilão Flash Reverso possui algum envolvimento nessa transformação da realidade e, nessa história, ele relembra como adquiriu o ódio que possui do Flash e o que tentou fazer para prejudica-lo com sua habilidade de viajar no tempo. Para quem já conhece a origem dos poderes de Barry Allen (contada duas vezes nessa edição), não verá grandes coisas, pois eu (que não conhecia profundamente) achei a narrativa mediana. O roteiro é do Scott Kolins (Flash) e o destaque fica para a arte. Enquanto os desenhos de Joel Gomez (Witchblade) são estranho numa primeira vista, as cores de Brian Buccellato (Sonja) são excelentes, abusando do vermelho, laranja e amarelo. Mesmo sendo bastante mediana, essa história acaba sendo mais importante que a do Kid Flash, pois o Flash Reverso pode ter realizado alguma “pequena” mudança no passado de Barry Allen, o que ocasionou essa transformação no Universo DC, dentre tantas outras teorias.
Mais duas edições para Ponto de Ignição chegar ao final e, então, termos o tão aguardado (e comentado) reboot da DC no Brasil. À tempo, uma das maiores dúvidas dos leitores é o que a Panini irá fazer com os mixes das revistas atuais, se serão alterados ou não, e quanto às séries mais “alternativas”, se terão espaço em tais revistas. Caso façam cagada, pelo menos a minha compra não será garantida.