Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Review] Ponto de Ignição #2 !
Editora/Ano: Panini, 2012 (DC, 2011)
Preço/ Páginas: R$5,90/ 60 páginas
Gênero: Super-Herói/ Ação
Roteiro: Geoff Johns
Arte: Scott Kolins & Francis Manapul; Andy Kubert
Sinopse: Enquanto o Barry Allen da outra Terra tenta retirar os poderes do Kid Flash, Patty Spivot se encontra à mercê do Flash Reverso. No entanto, a jovem é salva pelo Flash no último instante. Longe de ser derrotado, o Professor Zoom faz mais uma vítima fatal e, com todo o poder que agora detém, transforma radicalmente toda a realidade. Um novo mundo se descortina à frente do outrora Homem Mais Rápido do Mundo… e não parece um lugar que ele gostaria de viver. Ponto de Ignição começa pra valer!
Finalmente é lançado a mini Flashpoint (Ponto de Ignição) na segunda revista de Ponto de Ignição. Deve soar estranho, mas na primeira edição foi publicado duas histórias do Flash, que funcionam como “prévia” para o evento que “mudará o Universo DC”, como a Panini expôs na capa. Apesar de menos páginas, mantêm o mesmo formato: capa couché e papel LWC, além de uma introdução para situar o leitor.
A primeira história é The Flash #12, dando continuidade aos eventos envolvendo Barry Allen, Kid Flash, Perseguidor Implacável e a descoberta do Flash Reverso. O roteiro é do Geoff Johns (Sociedade da Justiça, Lanterna Verde), o mesmo da mini-série principal, e a arte do Scott Kolins (DC Universe: Legacies) e do Francis Manapul (Witchblade, Adventures Comics) que, particularmente, gosto muito. O Flash tenta impedir o Perseguidor (que é uma versão de Barry num universo paralelo) a matar o Kid Flash e, ao mesmo tempo, o Flash Reverso encontra a Spivot. Ou seja, é uma bela mistura de personagens velocistas. A arte foi bastante feliz em representar toda essa velocidade, abusando do vermelho e amarelo, sendo o ponto alto da história.
Em seguida, o primeiro capítulo de Ponto de Ignição. Barry acorda na mesa de seu escritório e percebe que as coisas andam diferentes. Ele está tratando um caso que não conhece, sua mãe ainda está viva, ele não é casado com Íris e, o pior, também não possui mais seus poderes. Assim como ele nunca foi o Flash e a Liga nunca existiu, além de ouvir falar de alguns heróis e inimigos que estão com a personalidade bastante alteradas. Pelo que parece, somente ele percebe que as coisas estão diferentes e decide ir atrás do Batman.
Enquanto Barry pega um carro e enfrenta o trânsito para encontrar Bruce, temos um vislumbre de Gotham City, que se tornou uma espécie de Las Vegas. Batman está perseguindo uma capanga do Coringa e não possui medo nenhum em matar, numa das melhores cenas da edição. O Cyborg surge e convida Batman para participar de um grupo que tentará salvar a Terra das ameaças do Aquaman e da Mulher-Maravilha, que mataram milhões na Europa ao tentar levar seus territórios (Atlântida e Themyscira, respectivamente) à superfície da Terra. Entre os outros integrantes da equipe estão alguns personagens famosos, como o Capitão Marvel, Flautista, Capitão Frio e Abin Sur, além de outros mais desconhecidos, como Shade e Garota Elemental. Alguns assumiram identidades diferentes.
Não vou mentir, muitos personagens que apareceram eu não conheço, mas os fans mais antigos devem reconhecer as referências utilizadas por Johns. O ataque do Aquaman foi publicado em Universo DC #20 e espero que não seja necessário ler para entender essa mudança na cronologia, pois a revista custa R$14,90 !! Se não será um prejuízo…
A arte é do Andy Kubert (1602, Origem), muito boa por sinal, apesar deu preferir a do Manapul. Seus traços não possuem grandes características e seguem o padrão das revistas de super-heróis, porém se destacam nas páginas duplas, excelentes, e na caracterização dos personagens. A narração de Johns também ajuda muito.
Apesar de manter a qualidade das histórias da edição anterior, os leitores ainda estão esperando algo mais surpreendente, afinal de contas, teorias de realidades paralelas não são mais novidades. Felizmente, a mini-serie já iniciou e agora é aguardar pra ver se essa nova realidade vinga de vez. A Panini irá lançar um especial do Ponto de Ignição em breve, com algumas minis que explicam as novas personalidades de certos personagens.