Direção/ Ano: Wilfred Jackson, 1937
1937 foi o ano de estréia do badalado Branca de Neve, considerado o primeiro longa metragem animado. Os curtas que antecedem esta data funcionaria como teste para a superprodução do longa, explorando novas técnicas de animação. O Velho Moinho possui diversas qualidades, mas sua excelência não está no roteiro, um pouco batido diga-se, mas em toda a parte técnica, inovando em diversas áreas.
Na história, o velho moinho é o personagem principal, mostrando como é a vida dos animais que moram nele e ao redor. Tudo muito pacato e simpático, até que surge uma tempestade que ameaça destruir tudo, prejudicando diretamente os animais. Há cenas musicais, de amor, de medo e de comédia. Os destaques ficam para os sapos cantores e para o casal de pássaros, principalmente quando a “mãe” se desespera. As sacadas no musical são excelentes (como dos gafanhotos).
Voltando à parte técnica, a Disney sai na frente mais uma vez e inova: é utilizado múltiplas câmeras de captação, avançado e complexo sistema de cores, luz, sombra e rotação em 3D para gerar sequencias incríveis, como da própria chuva, dos trovões, o reflexo no lago, a teia de aranha, luminosidade, ventos, além da caracterização animal. Sem dúvidas, um curta muito bem desenvolvido. Se tornou clássico rapidamente e alguns de seus personagens, como o próprio moinho, já figuraram em outras animações Disney.
Super recomendado, principalmente pelo seu valor histórico. Porém, ao telespectador comum, é apenas uma animação bem desenvolvida, a falta de uma história mais linear acaba prejudicando o resultado final.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.