Logo no início descobrimos que Raven sabotou alguns arquivos da Dra. Moira Mactaggert e acabou descobrindo uma maneira de fazer com que o vírus afete apenas os humanos que não possuem o gene X, ou seja, todos os não-mutantes. E ela, com o apoio de Dentes-de-Sabre, testam a nova arma num cruzeiro, com sucesso! Satisfeita, decide ir até à Ilha Muir acabar com a raça da doutora.

Ao mesmo tempo, o Senador Kelly faz seu discurso e é atacado pela Irmandade de Mutantes (Blob, Avalanche e Post). Alguns X-Men estão no local para protegê-lo. Contar mais da história seria spoiler, mas é nessa edição que Moira afirma conhecer a cura para o vírus Legado, porém ela está bastante debilitada por conta do ataque de Mística, precisando de um elo psíquico com o Professor, na tentativa de passar seus conhecimentos pra ele; e pode ser que, finalmente, a disputa pela presidência de Kelly termine.
Sem contar que também ocorrem três supostas mortes: de um vilão, devido ao vírus; e de dois humanos importantes na trama. Só resta esperar pra saber se continuarão mortos :] No início da história temos uma interessante panorâmica sobre os demais grupos de mutantes assistindo ao discurso de Kelly, como a Geração X, a X-Force, Magneto e os próprios X-Men. Foi bom lembrar que alguns ainda existem. *A Geração não aparece há tempos, Magneto e a X-Force também andam esquecidos.
Mesmo sendo uma edição razoável, está acima da média se comparada com as anteriores. O fato do planeta ter virado uma prisão, como mostrado em Segurança Máxima, sequer é comentado, o que também é bom, já que a saga foi um fiasco. Os destaques ficam para Mística, que rouba a cena quando aparece; e os momentos finais, quando a parte mental de Charles, Jean, Nate e Moira se encontram, bastante “emocionante”.
E Todos odeiam Raven. Ela explodiu um cruzeiro; detonou a Ilha Muir; atirou em Lupina; tentou matar a própria filha; deixou Moira à beira da Morte; e ela ainda faria mais, se não fosse impedida! Na edição anterior era a Rapina que estava atacando tudo e todos numa nave e nesta é Raven quem parece louca. E isso cai perfeitamente na personagem, ainda mais se lembrarmos da sua rixa com Kelly. *Ela já tentou assassinar o senador, sem sucesso.
A parte editorial da Panini continua ótima, com cartas e novidades. Apesar de mostrar os lançamentos dos EUA, ela poderia se focar no que será publicado aqui, pois parte do material informado não chegará ao Brasil (além de poder conter spoilers). Porém, continua valendo a pena ler. Na história do Cable há um erro gritante na arte de algumas páginas, que está com os traços todos desalinhados em relação às cores. Não sei se foi erro do original ou de impressão 🙁 Falando em arte, ela continua seguindo o mesmo padrão das anteriores, com destaque para os desenhos de Salvador Larroca e Francis Yu.
É uma edição que fecha vários pontos e abrem novas possibilidades para a trama. A cura do vírus Legado, que já vem assolando os mutantes há algum tempo, pode finalmente ser encontrada; o Senador Kelly e sua corrida contra os mutantes pode ter chegado ao fim; Cable e Bishop finalmente estão no tempo “normal”; entre outros detalhes, como Mística estar no Instituto Xavier, já que foi ferida e capturada pelos X-Men, e a possível perca de poderes que Rahne terá que enfrentar. No final, são tudo suposições (que podem dar em nada, também, como na saga anterior…), mas que conseguiram criar certa expectativa e mais fôlego na história.

Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.