Nome Original: Ex Machina #21 ao #25
Editora/Ano: Panini, 2010 (WildStorm, 2006)
Preço/ Páginas: R$16,90/ 128 páginas
Gênero: Alternativo/ Ação
Roteiro: Brian K. Vaughan
Arte: Tony Harris
Sinopse: O ex-super-herói Mitchell Hundred segue em sua ingrata jornada como prefeito de Nova York e as coisas esquentam muito na prefeitura quando a questão da política antidrogas pega fogo e uma série de roubos envolvendo a imagem do Corpo de Bombeiros surge pra jogar ainda mais gasolina na situação. E ainda nesta edição: uma história do passado de Hundred volta para assombrá-lo e ficamos sabendo mais sobre a infância de Bradbury!
***
Este volume de Ex Machina traz um extra bastante interessante, um artigo que mostra qual era a proposta original de Brian K. Vaugh para a série. Sua ideia era trabalhar numa trama de super-herói misturada à política narrada através de três histórias paralelas, em cada arco: uma com foco em ficção (Trama A), a segunda com fundo político (Trama B) e a última é o novelismo, tratando das intrigas e romances da vida das personagens (Trama C). Interessante ver o backstage da série, das ideias e negociações antes mesmo de ir pro papel.
Fumaça e Fogo traz esses três elementos numa ótima edição de Ex Machina. O Prefeito Mitchell enfrenta a polêmica em torno da legalização da maconha, sendo colocado contra a parede, já que deu uma entrevista em que deduzem que é a favor. Esse seria o plot político do arco, trazendo questões como a guerra às drogas, os benefícios e malefícios. E é sempre bom ver a maneira como Vaughan trata de assuntos considerados tabus sem ser panfletário.
O plot ficcional traz uma das melhores cenas da série. Sempre comento nos reviews de Ex Machina que a série é ótima, mas que carece de momentos WOW que te tiram do lugar. Nesse volume, Mitchell entra em “curto-circuito” ao receber uma notícia, dando pane total e interferindo na rede elétrica do ambiente ao seu redor. Uma cena muito boa e que abre possibilidades, já que até agora seus poderes nunca passaram por algo “grave”.
Já o terceiro plot, o dos relacionamentos, é mostrado o passado sombrio de Bradbury e como se tornou o guarda-costas e melhor amigo da Grande Máquina. Kremlim, antigo aliado do super-herói, também aparece pra contar como virou as costas pra Mitchell, não concordando com sua decisão de largar a carreira heroica para a política.
A trama geral é muito boa, apresentando as qualidades narrativas do autor, de ser bastante verossímil e com uma base teórica bastante forte. Um cara está utilizando um uniforme de bombeiro para invadir apartamentos e roubar/ atacar moradores. Além de trazer uma má imagem para o Corpo de Bombeiros, Mitchell precisa encobertar amigos, lidar com as acusações pró-maconha e com a possível traição de January Moore, que está tramando contra o prefeito.
Um ótimo volume de Ex Machina, com a arte incrível de Tony Harris e Tom Feister, com as cores de JD Mettler. Cenas bonitas, uma narrativa empolgante e ágil. Destaque para as cenas fortes, que não faz rodeio para o leitor, como a mulher que ateia fogo em si mesma em frente à Prefeitura.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.