Vampiro Americano: início de um novo arco em duas partes, ainda na década de 1950. Calvin é um dos poucos vampiros da “nova geração” e encara a sociedade que o descrimina por ser negro. Sendo taxonomista, é um observador nato. Passando por uma cidade, acaba caindo na armadilha de uma nova espécie de vampiros/ lobisomens. Com os ótimos desenhos de Roger Cruz (X-Men Primeira Classe), é uma história bastante consistente e interessante, principalmente por explorar o racismo e interligar de forma eficaz a profissão do rapaz com os acontecimentos.
Escalpo: com narrativa frenética, a série é unânime na escolha dos leitores. Joseph, o índio “gay”, é o narrador e comenta sobre o que Shunka, o braço-direito de Corvo-Vermelho, fez após descobrir sua morte. Shunka é o típico personagem marrudo, quieto e imprevisível, ao mesmo tempo em que se tornou um gay atípico. Após a morte de Joseph, ele passa por uma mistura de ódio, vingança, liberdade, amor. Libera tudo isso matando o pessoal do Cassino rival. Apesar do vocabulário pesado e cenas violentíssimas (com destaque para a “pisada na cabeça), o final surpreende. É interessante observar que o autor incluiu um tema sempre polêmico em HQs (homossexualidade) num personagem durão e não li reclamações dos leitores, justamente pela qualidade narrativa.
Casa dos Mistérios: Fig resolveu abandonar a Casa e viajar com as Bruxas para as Terras de Verão… Cain comemora, enquanto o affair dela lamenta. A história paralela é desenhada pelo incrível Phil Noto (Jonah Hex), só que menos inspirado. Não sei muito bem o que está acontecendo na série (tirando a parte dos Goblins e Bruxas), essas tramas paralelas estão se atropelando.
Hellblazer: depois dos últimos acontecimentos, Const fica chateado por não ter salvo a alma de Cheryl =/. Ele relembra sua infância, quando sofria “bulliyng” de um fortão do bairro e de como conseguiu vencê-lo. O começo é estranho, principalmente se comparado às histórias anteriores: a narrativa é mais leve, os desenhos de Frazer Irving (7 Soldados da Vitória) são suaves e deixa de lado o bizarro e grotesco. Ficou legal, provou que Constantine é bom de lábia desde criança.
Homem do Espaço: não entendi muito… assim como em Casa dos Mistéios, é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Orson se uniu ao outro Homem do Espaço, os flashbacks ainda continuam, o pessoal da TV quer causar e por ai vai. Sem contar que as adaptações linguísticas não ajudam. A arte, porém, segue muito boa.
Escalpo continua sensacional, enquanto Vampiro Americano e Hellblazer não desapontam. Já Casa dos Mistérios e Homem dos Espaço deixaram a desejar nessa edição, e eu curto a Casa! A Panini publicou um preview de “Vertigo Especial”, um mix com histórias avulsas da editora… entre elas a sensacional, brilhante, lisérgica Mate Seu Namorado! Infelizmente, ainda não chegou às bancas.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.