[Review] Sombras !

Sombras-Shimamoto
Nome Original: Sombras
Editora/Ano: Opera Graphica, 1999
Preço/ Páginas: R$6,90/ 36 páginas
Gênero: Terror
Roteiro/ Arte: Júlio Y. Shimamoto
Sinopse: Quatro histórias completas em uma Graphic Novel memorável. Escrita e desenhada por Júlio Shimamoto, um dos maiores nomes do quadrinho nacional, Sombras é uma amostra sucinta ao mesmo tempo que representa o apogeu de seu trabalho. Ainda assim, sabemos com certeza que a história seguinte que você vai ler será ainda melhor…
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“Sombras” reúne 4 contos curtos escritos e ilustrados por Julio Y. Shimamoto, um ícone dos quadrinhos nacionais, principalmente do gênero terror, com títulos publicados pelas principais editoras desde a década de 1960. Dentre os temas trabalhados por “Shima”, o horror e o erótico são bastante freqüentes e, nesses mais de 50 anos de carreira, criou histórias para revistas como Calafrio, Volúpia e Quadrinhos Eróticos, entre diversas outras. Seu traço é inconfundível, trabalhando com o claro/ escuro como ninguém.

Nos últimos anos sua obra vem sendo compilada em alguns especiais como “Samurai” (2009) e “Shima” (2007), uma ótima iniciativa por parte das editoras em resgatar material clássico do autor. Então voltemos para Sombras, “graphic novel” com cara de independente lançada em 1999 pela Opera Graphica. No prefácio, Laudo Ferreira Jr. (Yeshuah) fala da importância de Shimamoto para os quadrinhos nacionais, seu poder sobre o preto/ branco e comenta dos 4 contos presentes na HQ, assim como o motivo de Shima em ter optado por excluir os balões de fala e trabalhar somente com textos soltos.
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Uma introdução bastante animadora e que gera certa expectativa no leitor, mas que, infelizmente, não é correspondia ao terminar de ler. Que Shima é um excelente quadrinista, sem dúvidas, mas estes 4 contos (Seguro, Fome, Samurai e Menecma) são medianos e foram prejudicados pela diagramação da HQ e uso de fonte muito grande, resultando em páginas bem “pesadas”. Apesar dos elogios no miolo, não considero Sombras um dos melhores trabalhos do artista.
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Sombras-Shimamoto-Seguro

Seguro: a primeira história mostra um homem tentando matar esposa colocando fogo em seu carro, fazendo com que pareça um acidente. Tudo isso para conseguir lucrar com seu seguro de vida, porém ocorre uma reviravolta no caso. Um conto simples, direto e sem rodeios. O desfecho soa estranho, mas a arte de Shima se sobressai.

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Sombras-Shimamoto-Fome

Fome: na época do descobrimento do Brasil, uma embarcação sofre com a falta de alimento e o Capitão resolve, todo dia, sortear um tripulante para sacrificar e servir de alimento para os demais. A situação fica tensa quando sobram apenas dois. Aqui já fica evidente o traço de Shima e seu estilo de narrar os acontecimentos no presente e sempre elaborar uma introdução satisfatória para situar o leitor no contexto da história. Considero Fome a melhor parte do álbum, com toques refinados de horror (canibalismo, tubarão devorando gente) que nos remete às séries Cripta e Heavy Metal.

Sombras-Shimamoto-SamuraiSamurai: o guerreiro Tatsu Yamane aprende uma técnica capaz de paralisar seus inimigos apenas com o olhar e, com isso, percorre seu país vencendo os mais diferentes adversários. Confiante demais, não percebe uma falha desta técnica. O conto possui uma história interessante, porém a diagramação adotada por Shima deixa os eventos um pouco confusos.

Sombras-Shimamoto-MenecmaMenecma: a introdução explica o que são “menecmas”, sósias de pessoas importantes contratados para passar por situações complicadas. Nos dias de hoje, um milionário dono de uma rede de mercados contrata Andersão, seu menecma, para sair com sua esposa enquanto ele dá uma escapada. Sequestradores entram na jogada e a situação fica difícil. Vemos um pouco do lado erótico de Shima em algumas cenas.

Fecha o álbum um texto de Mozart Couto (A Boa Sorte de Solano Dominguez) e uma galeria de arte com alguns dos trabalhos do artista. Sombras possui capa cartonada e miolo em off-set, todo em preto e branco. Assim como o contraste entre o preto e o branco de Shima, este álbum possui um ótimo editorial sobre sua carreira, porém não apresenta o melhor de seu trabalho. Alguns elementos da diagramação deixaram as páginas sobrecarregadas.

nota 7,5 q

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