X-Treme X-Men: mais uma parte da saga Vs. Khan, que vem se arrastando há algumas edições. Claremont inclui tantas coisas em sua trama e não consegue desenvolver bem praticamente nenhuma delas, tornando o roteiro de X-Treme bastante batido. Temos alguns momentos “Startrek” na nave de Khan; Tempestade consegue aniquilar as concubinas assassinas e invejosas; Gambit tenta escapar da câmara de energia; Vargas enlouquece. Dois momentos merecem destaque: o encontro de Vargas com Vampira, totalmente anti-clímax; e o plano de Khan em enviar o poderoso Shaitan disfarçado de Tempestade para enganar os demais X-Men…. quando Tessa já sabe da farsa *fuén*. A arte de Larroca merece elogios pelas cenas de ação e suas roupas.
Exilados: depois de 17 edições, Judd Winick resolve dar uma resumida na trajetória da equipe, com os principais acontecimentos e mortes (de Magnus e Pássaro Trovejante). Depois de uma missão bem sucedida, o Tallus dá tilt e transporta os Exilados ao Mojoverso, uma das poucas (ou única) realidade que é “única” para todas as outras. Mojo captura Morfo, antiga estrela da TV local, e o obriga a se tornar comediante novamente. Mojo + Morfo é risada na certa, tornando esta edição uma das mais hilárias, garantindo frases como “vagabunda de vários braços” (para Espiral) e referências ao palhaço Bozo. Percebe-se que de uns arcos pra cá Winick vem dando espaço ao Morfo e ao lado comédia da série, e de uma ótima maneira!
X-Táticos: o tema principal continua sendo a tentativa da O-Force em impedir o jovem mutante Arnie de dominar uma cidadezinha, mas Allred se concentra em apresentar o atual status quo dos personagens. Se a trama em Exilados vem ficando mais divertida, X-Táticos passa pelo oposto: deixando a anarquia de lado e sendo mais “presa”. Não que isso seja ruim, porém era o diferencial da série. Os integrantes da equipe se dispersam e vemos o que cada um está passando, como o problema contratual de Vênus Dee Milo com a O-Force; Vivissector bêbado e pensando sobre a homossexualidade; Adiposo enfrentando o desdém da família e a perca dos poderes; e Tike e Falecida querendo curtir a vida adoidado. Apesar dos contras, continua sendo (ao lado de Exilados) o ponto alto do mix.
Mekanix: começa com Kitty contando como se livrou das acusações da polícia e limpando as pichações de seu apartamento com ajuda de vários amigos, entre eles um dos integrantes do grupo Pureza (e possível traidor). Mais pra frente ela e Karma enfrentam o ataque de um sentinela/ inseto da Amazônia, se não me engano é um daqueles surgidos na fase de Cassandra Nova em Novos X-Men. Nada de muito interessante… Mekanix veio com a proposta de reapresentar Kitty Pryde que estava sumida, mas vem flopando e trazendo tramas-padrão dos mutantes. Não curto tanto os desenhos de Juan Bobillo, mas as capas dessa mini são muito estranhas.
Na sessão de cartas um leitor comenta sobre X-Treme X-Men e a sua (ex) missão principal: encontrar os diários perdidos de Sina. Já falei por aqui que essa perca de foco foi um dos responsáveis por deixar a série confusa. Inclusive o editor confessa que ela virou uma salada. E se não fosse o bastante, temos a notícia de que entre março à junho de 2004 (edições 27-30), o mix trará duas histórias de X-Treme X-Men por edição…
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.