Batman & Robin: Damian fugiu da mansão e resolveu seguir Morgan, vilão que banca o herói sem misericórdia. Bruce se desespera e, enquanto tenta procurar pelo filho, relembra sua história com Morgan e Ducard, seu pai, que o treinou nas artes marciais. O flashback é bom para enriquecer a trama. O destaque fica para Damian, o jovem rebelde que considera a morte do inimigo a melhor maneira de erradicar o problema. Ao final ele se vê de frente ao dilema que sempre perseguiu Batman: será que vale a pena matar? Como comentado em edições anteriores, será que se Coringa e Cia. estivessem mortos, Gotham seria um lugar melhor? Numa cena Morgan corta a capa do Robin, o que pode simbolizar a perca da identidade do “herói clássico”.
Batwing: uma história ágil, quase sem diálogos e até bem narrada, porém com pouco carisma. David e Bruce vão à inauguração da Fortaleza, antiga base operacional do grupo de heróis Reino (cujos membros vem sendo assassinados) e, como esperavam, o vilão Massacre chega ao local, ou melhor, seus enviados. Bem Oliver volta aos desenhos, com seu estilo mais realista e destaque para a cena em que David diz à sua colega policial, Kia, que só não foi morta por Massacre devido ser mulher. Irritada, ela aponta traços de machismo no herói.
Batgirl: a última edição fechou com a mãe desaparecida de Bárbara batendo em sua porta. Bem… o encontro das duas é narrado em algumas páginas, em flashback e pouco agregaram à história. Batgirl persegue uma família mafiosa e, do nada, os bandidos começam a dizer “338” e acabam se matando. Outra vilã chega ao local, com os mesmo sintomas insanos do “338” e a história vai se desenvolvendo, chegando até o Batman. Gosto muito da personagem, porém preciso admitir que ela vêm perdendo força nesse reboot. Seu acidente é comentado pela enésima vez e parece que Bárbara está brincado de super-herói. O Comissário Gordon, seu pai, pede à agente McKeena que encontre e prenda a Batgirl. As duas não se trombam, vamos ver no que vai dar.
Mulher-Gato: na última edição a vilã Alcance surgiu na vida de Selina e a lançou há quilômetros acima do solo, e agora vemos se a gatinha vai cair em pé. Claro que cai… Ela usa o chicote para se agarrar na viga de um prédio e se arrebenta toda, porém levanta e acaba com Alcance, levando dela uma sacola com meio milhão de dólares, pertencentes à um policial corrupto. Selina, apesar de tentar “se esconder”, acaba gastando horrores e chamando a atenção dos ladrões, que vieram atrás da grana. Parece que a Gata está brincando de ladrona, pois ser pega assim é muito aquém do que ela é capaz. Gosto dos rostos de Guillem March, mas continuo estranhando as suas “super-pernas”.
Capuz Vermelho e os Foragidos: vejo essa série como um jogo de videogame, com os belos gráficos de Rocafort e fases repletas de inimigos e chefões gigantes. Consigo imaginar, inclusive, os botões surgindo na tela quando Capuz se agarra à alguém. Na fase dessa edição temos menos coisas interessantes à comentar. Arsenal enfrenta o monstro Crux. Capuz enfrenta uma das Inomináveis, enquanto discutem sobre serem enganados ou não (?). Jason também relembra seu passado e comenta querer se vingar de Coringa, seu assassino, e do Batman, que não vingou sua morte. Crux chega a chamar Estelar de “cadela alienígena”, mais um apelido para uma das personagens mais querida dos Novos Titãs e bastante distorcida nesse reboot.
Asa Noturna: confesso que não entendi muito bem essa história. Para o arco que já vem ocorrendo, a única coisa que mudou é a descoberta da identidade de Saiko ao final. De resto, Dick investiga o sequestro de Jimmy Palhaço por um demônio invocado por Zohne, que deseja voltar com o namorado à qualquer custo. Não sei se isso vai ter alguma repercussão mais pra frente, mas fica a impressão de uma história “spin-off” no meio de um arco que vinha caminhando.
Batwoman: Labareda tenta impedir um vilão sozinha e acaba se ferindo gravemente, sendo levada ao hospital e “interrogada” pela detetive que está em busca da Batwoman. Apesar da identidade da moça ser secreta, não estando em nenhum banco de dados (graças aos truques do Batman), ela acaba informando sobre Kate que, enquanto isso, consegue encontrar a “Llorona” de verdade. A arte nessa edição consegue ser ainda mais fenomenal que nas anteriores, com quase todas as cenas em páginas duplas e traçados diferentes. Destaque para a sequencia inicial que mostra Labareda lutando/ apanhando, enquanto Kate e Maggie se rolam na cama!
A Sombra do Batman #5 traz algumas das capas originais no miolo, possui lombada quadrada e papel pisa brite, além de um resumo das séries na primeira folha. Infelizmente, pelo tamanho da revista, não há espaço para mais nada. Como dito no início, o destaque fica justamente para o “carro chefe” do mix: Batman & Robin, que ilustra as capas. Batwoman é uma série que a arte sempre fala mais alto, porém mantém uma história interessante e bem narrada. No mais, as demais foram bastante medianas.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.