Homem do Espaço: Todo o elenco da série continua atrás de Orson, um homem do espaço, e Tara, a menina desaparecida. Isso inclui a equipe de detetives, os repórteres do reality show, a prostituta virtual e sua turma, até mesmo Carter, outro homem do espaço, pago para capturá-la. A dupla resolve ir à “Terra Firme”, sair do ferro velho e do perigo que se encontram. A narrativa continua rápida, com os bons desenhos de Eduardo Risso, porém não apresenta nenhuma real novidade. O flashback no espaço tenta mostrar a possível revolta e separação de Orson e Cia.
Casa dos Mistérios: início do arco em cinco partes “Um Lugar Como o Lar”. Uma comissão de bruxas lideradas por uma Rainha e sua princesa visitam Fig e pedem abrigo na Casa, pois no dia seguinte irão se reunir com os Goblins para criarem um exército e conquistarem a Terra do Verão, antes dominada por elas. Particularmente, não entendi direito alguns detalhes: a princesa conversa com Fig como se fossem íntimas, pode ser que ela tenha aparecido no início da série; há uma espécie de prólogo passado na “Terra das Pelúcias”, com um coelhinho de pelúcia decidindo ir até o Espaço Entre pedir ajuda e tentar salvar sua terra natal (lembra o bichinho do conto na Terra das Nuvens, onde Moranguinho ficou preso). Agora é esperar e ver se serão detalhes relevantes no futuro. Fora isso, o clima “sitcom” de Casa dos Mistérios é bastante agradável, apesar de não surpreender como na edição anterior.
Vampiro Americano: história bastante ágil e um dos destaques na edição. Travis continua perseguindo Skinner Sweet em alta velocidade, usando a garota como refém, até que chegam num desfiladeiro. Entre as cenas temos flashbacks de Travis criança num manicômio. Destaque para tais momentos, principalmente o modo que foge do lugar, e para as cenas finais. A arte está excelente com os desenhos de Rafael Albuquerque, cheio de expressões, com direito à uma página dupla no estilo J. H. Williams III, e as cores de Dave McCaig (Vikings), com destaque para a tonalidade dos flashbacks.
Escalpo: apesar da expectativa de um novo arco, já que o final do último foi sensacional, temos uma história mais “paralela”, mas não menos interessante. Um casal de velhos passam por necessidades devido à saúde fragilizada e pela colheita mal sucedida. Longe da civilização e alvo de possíveis aviões, devido à localização, os dois resolvem ir à cidade para encontrar um hospital, porém a viagem foge do controle. A narração dupla no início é muito interessante, mostrando o ponto de vista dos dois personagens e de como reagem às adversidades, um dos destaques da história. A questão do orgulho, sempre presente em civilizações indígenas, é tratada de forma exemplar (como na cena da assinatura). Se não fosse alguns detalhes, poderia passar facilmente por uma one-shot.
Hellblazer: Nergal e Constantine finalmente chegam ao castelo de Rosacarnis na penúltima parte deste arco. A história segue o mesmo ritmo até John abrir a porta de sua ex numa entrada cínica e triunfal, impossível não simpatizar com o personagem nesse momento. Nergal, enquanto isso, rouba o corpo de seu irmão para dar uma surpresinha na festa. Rosa, claro, fica furiosa e quer acabar com todos eles. Hellblazer deu um salto e tanto da última história pra cá, espero que o final mantenha o ritmo. O fato do protagonista também não dar a mínima para seus “filhos” e Rosa tratar igualmente sua filha aumenta o clima tragicômico da série. Destaque para os desenhos de Leonardo Manco e as cores de Lee Loughridge, que deixaram a arte bastante cinematográfica.
Vertigo #34 fecha de forma satisfatória, com destaque para as divertidas Vampiro Americano e Hellblazer. Escalpo, como de costume, continua excelente, mas esperávamos mais “Escalpo”. As demais continuam no “ame ou odeie”. Mas um dos diferenciais nessa edição é o preview de O Inescrito, à parte da revista e em “formatinho”; uma boa sacada da Panini para fisgar futuros leitores para a série que substituirá Y – O Último Homem e Ex-Machina, ao lado de Sweet Tooth (cujo preview vem na ed. seguinte). Como havia comentado, eu fiquei com vontade de comprar esta última pela temática interessante e cores do Vilarrubia, que adoro. O Inescrito não estava nos meus planos, mas depois de ler esse preview (The Unwritten #1), fiquei super interessado ^^
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.