Novos X-Men: Fantomex, o assassino mais procurado da Europa, invadiu o prédio da Corporação X e pediu asilo político a Jean e Charles, enquanto vários helicópteros cercam o local e estão dispostos a usar tudo que tiverem para capturar o cara. Os três acabam fugindo num disco voador (?) e indo à casa de Fantomex, onde vive com sua mãe. Ele conta sobre o grupo de x-men que estão em missão num túnel onde está sendo testado um novo tipo de tecnologia e vírus capaz de matar todos eles. O professor fica cauteloso e quer saber sobre a nova ameaça, além de pensar num plano para tirar Monet, Syrin e companhia do túnel. Mas Fantomex só entregará as informações em troca de alguns favores.
Esse novo personagem é bastante misterioso, com um poder que ainda não entendi bem (gera fumaça e luzes?) e seu transporte é um disco voador! Em momento algum ele tira a máscara, que o protege dos poderes telepáticos de Jean e Charles. Essa nova ameaça se chama “Arma XII”, uma espécie de continuação da Arma X que conhecemos, cujo intuito é evoluir o DNA humano para poder exterminar os mutantes. Um comentário interessante é da fortuna de Charles, bem alta! A arte continua com Igor Kordey, que difere um pouco do visual costumeiro dos personagens, mas bastante ágil. A sequencia inicial com os helicópteros é muito boa.
Fabulosos X-Men: Arcanjo e sua equipe tentam encontrar Telford Porter, o Vanisher, atual líder de um cartel da droga capaz de afetar o DNA humano e conceder dons mutantes por tempo limitado, além de diversos efeitos colaterais, que está matando vários jovens. Fica evidente o conflito entre Warren e Logan, já que seus métodos de investigações são bem distintos: enquanto o Anjo caminha com calma, Wolverine quer logo detonar os centros de tráfico. Com a ajuda de Stacy X eles conseguem enganar Porter e virar o jogo. A Igreja da Humanidade faz uma ponta e revela que seu líder possui um plano misterioso para Noturno, que ultimamente anda muito pensativo.
O destaque fica para Stacy e seu poder com os feromônios, simplesmente demais. Há toda uma sensualidade em torno da personagem, além de que daria uma bela anti-heroína, seu comentário sobre expandir o X-Rancho (um bordel mutante, de onde veio) seria uma boa. Vanisher tira um sarro com seu antigo uniforme, dizendo que parecia um alface ambulante; mostrando o teor mais “real” das histórias mutantes, que largaram os trajes coloridos com a vinda dos filmes. Interessante comentar que, assim como em Novos X-Men, as equipes estão enfrentando uma humanidade revoltada com os mutantes, criando todo tipo de fórmula para se compararem, tanto na questão dos poderes quanto na parte genética. Uma frase de Vanisher explica muito bem esse momento dos X-Men: “eles querem ser como nós… afinal, estamos na moda!”. A arte continua ótima.
Wolverine: dose dupla da série, momento em que X-Men #21 começa a decair. A primeira história faz parte do “mês silencioso” da Marvel, onde não há diálogos nem recordatórios. Recapitulando, o vilão Mauvais foi para o Canadá conseguir mais poderes, graças aos Deuses do Norte, além de ter mordido algumas pessoas. Logan chega ao local e começa o quebra-pau; o Wendigo também aparece e o trio se espancam na neve página após página, sem nenhuma novidade. O único destaque fica para uma curta cena onde a Lady Letal, meditando, recebe a visita de alguns ninjas e, depois de fatiá-los, veste seu tradicional traje. Como de costume, qualquer história dos X-Men passada no Canáda tem, além do Wendigo, a presença da…
Tropa Alfa, é claro, aparece na conclusão do arco para ajudar Logan a destruir a torre de energia de Mauvais. Aqui o roteirista explora a mitologia do país e a ligação dos Deuses do Norte com a Pássaro da Neve e, quando as coisas começam a ficar mais interessantes, a história acaba. O argumento poderia ter sido melhor desenvolvido, pra não deixar essa impressão de “deus ex machina” no final, além de confuso. Aurora e a própria Pássaro da Neve tem suas personalidades exploradas, mas tudo rápido demais. A arte de Sean Chen é competente, mas o uso de um mesmo cenário somado à fraca história comprometeram seu traço. Até o uso do sangue, tão característico quando assumiu os desenhos, sumiram; será que a Marvel censurou as cenas violentas?
Em suma, Novos e Fabulosos X-Men continuam interessantes e ótimos para se acompanhar, enquanto Wolverine é mais do mesmo. A estratégia de adiantar a cronologia é válida, mas acaba comprometendo o resultado final da revista, infelizmente. X-Men #21 possui capa mole, miolo LWC, as capas originais e sessão de cartas. No mês seguinte (outubro de 2003), a Panini começa a publicação da mensal Arma X, expandindo o universo dos mutantes e que se transformaria, mais tarde, na mensal do Wolverine. Mais uma revista para ler ^^
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.