Recapitulando, os 4 cavaleiros de bronze derrotaram os cavaleiros negros e enfrentam Ikki de Fênix, que usa seu golpe Fantasma (capaz de atordoar o inimigo e fazê-lo lembrar de seus piores momentos) em Hyoga, mas em seguida seu golpe é refletido e Ikki relembra seus dias na Ilha da Rainha da Morte, quando derrotou Jango, a morte de sua amiga e a conquista da armadura. Ocorrem outros flashbacks da vida do Cavaleiro de Fênix , como a infância na Fundação GRAAD.
Após os confrontos, surgem os Cavaleiros de Prata e Marin destinados a matar todos os de Bronze devido falharem em lutar por objetivos pessoais. Mestre Mu, o reparador de armaduras, tenta ajudar Seiya (o único ainda ciente), mas é impedido. A segunda metade do volume é focado na luta entre Misty de Lagarto e Seiya, com belas sequências de luta e momentos cômicos, pra não dizer o pior. A cena onde um deles cai na água, assim como os golpes, são bem sombreadas e bonitas, contrastando com a arte geral do mangá.
Outro destaque é a presença surpresa do Cavaleiro de Ouro Shaka de Virgem, um dos meus prediletos. Também temos a suposta revelação de que todas as crianças órfãs enviadas ao torneio possuem o mesmo pai, ou seja, são todos meio-irmãos. Fora isso, perdi as contas de quantas vezes os protagonistas estiveram entre a vida e a morte, quantas vezes foram perfurados, quantas vezes deram altas risadas de suas atitudes violentas honradas e outros “quantas vezes” mais. Mesmo assim, é uma série com forte apelo comercial e uma enorme base de fans.
Não posso terminar essa resenha sem comentar do ápice da edição: o momento em que Misty – um cavaleiro narcisista, que nunca sentiu dor e com o ego lá em cima – se sente incomodado com uma gota de sangue em seu rosto e decide tirar toda a armadura e se banhar no mar numa sequência pra lá de suspeita. Se não bastasse sua feição feminina, ainda foi censurada sua parte íntima, resultando num quase Cavaleiro-Travesti. Engraçado que lembro perfeitamente dessa cena no anime, também ^^ Não há extras nessa edição, apenas um pequeno texto sobre produção do anime.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.