X-Treme X-Men: o exército de Khan invadiu Madripoor e ameaça toda a Terra. O Presidente dos EUA decide reunir os Vingadores para combatê-lo e, enquanto isso, os X-Treme X-Men já estão no lugar. A Víbora enlouquece e tenta acabar com esta guerra com outra guerra, além de Shaitan, um monstro dessa raça de alienígenas, atacar ferozmente a equipe. Chris Claremont continua com seus pequenos-grandes arcos, onde tudo acontece de forma exagerada, mas que pouco se aproveita no resultado final.
A presença rápida dos Vingadores nos faz crer que essa ameça de Khan realmente seja algo poderoso e que pode afetar os X-Men, mas no fundo sabemos que este arco irá acabar e nada dele será bem utilizado, igual o que já vem acontecendo nas últimas histórias. Um exemplo rápido é o vilão Vargas, que matou Psylocke e sequer deu as caras depois. Uma personagem importante como ela não merecia um fim tão tosco. Alguns diálogos e recordatórios (que não são poucos) soam forçados demais, como o ataque da Víbora e o final. Mais um rei estranho quer ter Tempestade como sua rainha?
Exilados: o grupo é transportado para uma realidade onde Namor e seus soldados invadiram a Latvéria e ameaçam dominar o mundo. Agora, eles precisam ajudar o Doutor Destino, mesmo contra a vontade de alguns membros, para poder salvar a Terra. O destaque fica por conta do Mímico, que recorda de sua pacífica realidade, onde não existe preconceito contra mutantes nem contra os outros heróis, tudo muito bom. Ele, inclusive, recebeu ajuda do Professor X e acabou se tornando líder dos x-men originais. Fora isso, nada de muito empolgante acontece, além de Namor e Destino entrarem mudo e saírem calado.
X-Force: Anarquista, Sr. Sensível e Vai Nessa disputam no dado quem irá ficar na nave e, provavelmente, morrer no espaço, já que a nave-salva-vidas só cabe duas pessoas e, no máximo, o Dup também. Já na outra grande nave, Adiposo está entre a vida e a morte, causando raiva e comoção em Vivissector, que discute com Spyke. A briga é encerrada quando a pequena nave retorna e fica a dúvida sobre quem veio e quem ficou para trás. Mais perdas para a X-Force?
Percebe-se que Peter Milligan, apesar de manter seus aspectos característicos, vêm deixando a trama da X-Force mais “amena”, sem aquela confusão toda do começo. Chega um momento em que pensamos “ah, deu tudo certo para os membros pela primeira vez!”, porém somos surpreendidos logo na sequência. Infelizmente, desta vez sentirei falta da perca de um certo membro. Por outro lado, a relação entre Vivissector e Adiposo está sendo bem explorada, sem grandes alardes. Vale lembrar que esta é a penúltima edição da X-Force que, em breve, dará lugar à um título exclusivo da equipe.
X-Men Unlimited #33: história curta protagonizada pelo Blob. Dukes vai ao México procurar sossego e, assistindo à um rodeio, é importunado por um grupinho e não precisa dizer que a porradaria rola solta. Felizmente, ela é bastante divertida e o final é interessante, quando um cara franzino consegue “vencê-lo”. O roteiro é de Steven Grant (Badlands – O Fim do Sonho Americano) e o destaque fica por conta do desenhista Sean Phillips (Criminal, Marvel Zombies), com sua arte bem estilizada e ágil, além de ter utilizado poucas cores, com predominação do amarelado numa técnica semelhante à aquarela (se não for).
X-Men Unlimited #34: fecha a edição outra história curta, agora protagonizada pela Kitty Pride e criada pela mesma equipe de X-Treme X-Men: Chris Claremont e Salvador Larroca. É a volta da Lince Negra às histórias X – já que a moça resolveu sair da equipe após a morte de Colossus e entrou numa Universidade para tentar uma vida normal – e prelúdio para sua próxima minissérie: Mekanix. A arte de Larroca sempre é competente e o destaque fica por conta de Kitty tentar localizar seu pai pelas últimas filmagens do atentado de Genosha (que parece uma piada, à essa altura do campeonato). O restante da trama é o já batido sofrimento da personagem sobre as pessoas que amava ter morrido e que o os x-men viraram um mártir, além dos intermináveis recordatórios de Claremont. O estopim para voltar a usar seus poderes é o tradicional “acidente que obriga o herói a salvar as vítimas”. Kitty trabalhando como garçonete female-fatale num bar também ficou estranho
Como disse, uma edição sem grandes acontecimentos. A curta história do Blob pode ser considerado o ponto alto do mix, ao lado da X-Force. Esperava mais desse “prelúdio” da Kitty Pryde, afinal de contas ela está sumida a bastante tempo e merecia uma volta triunfal. Uma curiosidade é ela comentar que fazem 5 anos que entrou para os X-Men. Levando em consideração que sua estréia foi 1980 e esta história seja de 2002, dá pra notar como a linha do tempo Marvel é “diferente” ^^. No mais, X-Men Extra #20 marca a mudança no acabamento das mensais Panini, passando a ser em formato americano.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.