Nome Original: X-Men #128; Uncanny X-Men #408; Wolverine 2001; Wolverine #170
Editora/Ano: Panini, 2003 (Marvel, 2002)
Preço/ Páginas: R$6,00/ 100 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Grant Morrison; Joe Casey; Frank Tieri
Arte: Igor Kordey; Sean Phillips; Matthew Marsilia; Sean Chen
Sinopse: Novos X-Men: a Corporação X abre suas portas para servir como embaixada aos Homo superior com problemas. Mas isso inclui Fantomex, o maior criminoso mutante da Europa? E ainda: a volta de Vanisher e da Igreja da Humanidade! Wolverine: Logan sai em busca de Mauvais, o homem que quase o matou na prisão.
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X-Men #20 marca o início de uma nova fase nas publicações Panini, com novo formato (americano, menor que o utilizado anteriormente), capa mole e mais barato. Com os mutantes, porém, não há tanta novidade assim. Tanto Novos quanto Fabulosos X-Men começam a se reestruturar depois dos últimos ocorridos (fim de Cassandra Nova e da Tropa X, respectivamente), ambas explorando a nova popularidade dos mutantes junto ao público. As duas séries mantêm o ritmo adquirido nas últimas edições e são boas leituras. O que não se pode dizer da outra metade do mix, com duas histórias insossas do Wolverine.
Novos X-Men: Xavier abriu o jogo com a população e revelou ser mutante e quais são os objetivos de seu Instituto e Cassandra Nova está – aparentemente – morta. Com isso em mente, Morrison inicia essa nova fase no Novos X-Men com menos extravagâncias. O pessoal da antiga Geração X (que retornaram recentemente em Fabulosos) agora fazem parte de uma nova equipe do Instituto e recebem uma missão misteriosa da Corporação X, uma nova empreitada mutante semelhante à Corporação Batman. Enquanto isso Jean discute alguns assuntos com o Professor e recebe uma visita inesperada: Fantomex, um famoso assassino mutante, procurado pela polícia, exigindo asilo político no lugar. Vamos ver quais influências esse novo personagem trará.
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Para a infelicidade de alguns, os desenhos são de Igor kordey (Batman & Tarzan), com sua arte mais “exagerada” e sem finalização. Particularmente, gosto e acho interessante, além de lembrar os rostos “Beavis & Butthead” do Quitely, porém sem a mesma dinâmica na diagramação. Logo nas primeiras páginas, numa cena ampla cheio de pessoas, as camisetas com estampas do Sex Pistols e Ranxerox ajudaram na idéia do “muta-pop” atual ^^. Outros pontos interessantes à destacar são: o comentário de Xavier sobre os poderes da Jean, que são nível ômega (e a possível volta da Fênix Negra, por isso a capa) e a cena final, onde Ciclope desabafa com sua futura psicóloga.
Fabulosos X-Men: agora que os X-Men não são mais uma equipe secreta, a mídia possui várias dúvidas quanto à participação da empresa do Arcanjo em diversos assuntos, como o ultimo atentado na França e o bordel de onde Stacy saiu. Noturno está irônico devido sua retirada abrupta das montanhas e, num certo momento, nos lembra o velho Kurt, mais engraçado e menos “sacerdotal”. Os desenhos continuam com Sean Philips e as cores da Hi-Fi Design que, depois que Casey assumiu os roteiros, deram toda uma característica à série, se diferenciando de Novos X-Men. O tema principal dessa edição é o surgimento de uma droga que emula o gene mutante em quem a utiliza. Ela vem matando diversos jovens e chama a atenção da equipe. Um dos destaques é a Stacy X que, como ela mesma diz, precisa “ganhar um extra” (se prostituir). Também temos a volta de um velho inimigo dos X-Men.
Wolverine Annual 2001: depois de uma edição sem histórias do Wolverine, nesta #20 ele vem em dose dupla. A primeira trata-se do especial anual e a segunda de sua série regular, ambas interligadas. Um sem-teto é maltratado no transito e recebe ajuda de Logan que, com “peso na consciência”, tenta encontra-lo no dia seguinte para lhe dar algum axílio. Infelizmente, o velho não está em seu albergue e Wolverine descobre que vários mendigos estão desaparecendo pela cidade. Investigando o caso, descobre que o vilão Sanguinário está por detrás do assunto, a comando de Mauvais. Mais uma história sem grandes momentos e repleta de pancadaria sem sentido. Frank Tieri (Arma X) perdeu o rumo e vêm criando “roteiros-Wolverine”, aquela trama básica do personagem. O roteirista está no comando da série desde Wolverine #159 e seguirá até a edição #186. Os desenhos são de Mathew Marsilia (Zandra), bem “suja”, cheio de traços e estilizações. Particularmente, não é o tipo de arte que gosto. Interessante comentar que o poder de Sanguinário é transformar as pessoas em que toca em “zumbis”; ele faz isso com alguns mendigos e Wolverine sai decepando todo mundo – e a “consciência pesada”, onde fica?
Wolverine: X-Men #20 fecha com Wolverine #170 (teremos Frank Tieri por um bom tempo) e o início de um novo arco. Continuação direta da história anterior, descobrimos por que Mauvais está envolvido no desaparecimento dos mendigos e Sanguinário recruta outro velho inimigo Marvel: Rattus. Ambos cercam e atacam Logan num esgoto, enquanto Mauvais assassina vários participantes de um reality show ao vivo (chocando o Canadá) e inicia seu plano de vingança. Os desenhos são de Sean Chen (Nova), o mesmo do primeiro arco de Tieri na série, mas parece que ele também perdeu um pouco a inspiração e não traz aquilo que gostamos de ver em seu trabalho (essencial nessa edição): sangue. Essa história (assim como a anterior) tem tantas cenas de mutilação que fica difícil enumerar, porém sangue que é bom não tem. Sanguinário, por exemplo, tem suas duas mãos cortadas (para reaparecerem em seguida). Mauvais, para quem não lembra, é o cara que arrancou o olho do Wolvie no arco onde ele foi preso.
Essa edição vale por Novos X-Men e Fabulosos X-Men, que começam a tomar novos rumos, pois a outra parte do mix com o Wolverine foi muito mal. Logan, inclusive, só vem decaindo em suas histórias e espero que logo se recupere (com a série Arma X vindo aí) e que não se torne um “Cable” da vida. Como comentei no início, a Panini mudou para o formato americano (menor que o anterior), capa mole e o miolo ainda em papel de qualidade. Felizmente o preço diminuiu, de R$7,50 para R$6,00. Na sessão de cartas não houve nada de interessante e vale comentar que o título original de Wolverine Annual foi creditado errado.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.