Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Review] X-Men #20 !
Nome Original: X-Men #128; Uncanny X-Men #408; Wolverine 2001; Wolverine #170
Editora/Ano: Panini, 2003 (Marvel, 2002)
Preço/ Páginas: R$6,00/ 100 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Grant Morrison; Joe Casey; Frank Tieri
Arte: Igor Kordey; Sean Phillips; Matthew Marsilia; Sean Chen
Sinopse: Novos X-Men: a Corporação X abre suas portas para servir como embaixada aos Homo superior com problemas. Mas isso inclui Fantomex, o maior criminoso mutante da Europa? E ainda: a volta de Vanisher e da Igreja da Humanidade! Wolverine: Logan sai em busca de Mauvais, o homem que quase o matou na prisão.
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X-Men #20 marca o início de uma nova fase nas publicações Panini, com novo formato (americano, menor que o utilizado anteriormente), capa mole e mais barato. Com os mutantes, porém, não há tanta novidade assim. Tanto Novos quanto Fabulosos X-Men começam a se reestruturar depois dos últimos ocorridos (fim de Cassandra Nova e da Tropa X, respectivamente), ambas explorando a nova popularidade dos mutantes junto ao público. As duas séries mantêm o ritmo adquirido nas últimas edições e são boas leituras. O que não se pode dizer da outra metade do mix, com duas histórias insossas do Wolverine.
Novos X-Men: Xavier abriu o jogo com a população e revelou ser mutante e quais são os objetivos de seu Instituto e Cassandra Nova está – aparentemente – morta. Com isso em mente, Morrison inicia essa nova fase no Novos X-Men com menos extravagâncias. O pessoal da antiga Geração X (que retornaram recentemente em Fabulosos) agora fazem parte de uma nova equipe do Instituto e recebem uma missão misteriosa da Corporação X, uma nova empreitada mutante semelhante à Corporação Batman. Enquanto isso Jean discute alguns assuntos com o Professor e recebe uma visita inesperada: Fantomex, um famoso assassino mutante, procurado pela polícia, exigindo asilo político no lugar. Vamos ver quais influências esse novo personagem trará.
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Para a infelicidade de alguns, os desenhos são de Igor kordey (Batman & Tarzan), com sua arte mais “exagerada” e sem finalização. Particularmente, gosto e acho interessante, além de lembrar os rostos “Beavis & Butthead” do Quitely, porém sem a mesma dinâmica na diagramação. Logo nas primeiras páginas, numa cena ampla cheio de pessoas, as camisetas com estampas do Sex Pistols e Ranxerox ajudaram na idéia do “muta-pop” atual ^^. Outros pontos interessantes à destacar são: o comentário de Xavier sobre os poderes da Jean, que são nível ômega (e a possível volta da Fênix Negra, por isso a capa) e a cena final, onde Ciclope desabafa com sua futura psicóloga.
Fabulosos X-Men: agora que os X-Men não são mais uma equipe secreta, a mídia possui várias dúvidas quanto à participação da empresa do Arcanjo em diversos assuntos, como o ultimo atentado na França e o bordel de onde Stacy saiu. Noturno está irônico devido sua retirada abrupta das montanhas e, num certo momento, nos lembra o velho Kurt, mais engraçado e menos “sacerdotal”. Os desenhos continuam com Sean Philips e as cores da Hi-Fi Design que, depois que Casey assumiu os roteiros, deram toda uma característica à série, se diferenciando de Novos X-Men. O tema principal dessa edição é o surgimento de uma droga que emula o gene mutante em quem a utiliza. Ela vem matando diversos jovens e chama a atenção da equipe. Um dos destaques é a Stacy X que, como ela mesma diz, precisa “ganhar um extra” (se prostituir). Também temos a volta de um velho inimigo dos X-Men.
Wolverine Annual 2001: depois de uma edição sem histórias do Wolverine, nesta #20 ele vem em dose dupla. A primeira trata-se do especial anual e a segunda de sua série regular, ambas interligadas. Um sem-teto é maltratado no transito e recebe ajuda de Logan que, com “peso na consciência”, tenta encontra-lo no dia seguinte para lhe dar algum axílio. Infelizmente, o velho não está em seu albergue e Wolverine descobre que vários mendigos estão desaparecendo pela cidade. Investigando o caso, descobre que o vilão Sanguinário está por detrás do assunto, a comando de Mauvais. Mais uma história sem grandes momentos e repleta de pancadaria sem sentido. Frank Tieri (Arma X) perdeu o rumo e vêm criando “roteiros-Wolverine”, aquela trama básica do personagem. O roteirista está no comando da série desde Wolverine #159 e seguirá até a edição #186. Os desenhos são de Mathew Marsilia (Zandra), bem “suja”, cheio de traços e estilizações. Particularmente, não é o tipo de arte que gosto. Interessante comentar que o poder de Sanguinário é transformar as pessoas em que toca em “zumbis”; ele faz isso com alguns mendigos e Wolverine sai decepando todo mundo – e a “consciência pesada”, onde fica?
Wolverine: X-Men #20 fecha com Wolverine #170 (teremos Frank Tieri por um bom tempo) e o início de um novo arco. Continuação direta da história anterior, descobrimos por que Mauvais está envolvido no desaparecimento dos mendigos e Sanguinário recruta outro velho inimigo Marvel: Rattus. Ambos cercam e atacam Logan num esgoto, enquanto Mauvais assassina vários participantes de um reality show ao vivo (chocando o Canadá) e inicia seu plano de vingança. Os desenhos são de Sean Chen (Nova), o mesmo do primeiro arco de Tieri na série, mas parece que ele também perdeu um pouco a inspiração e não traz aquilo que gostamos de ver em seu trabalho (essencial nessa edição): sangue. Essa história (assim como a anterior) tem tantas cenas de mutilação que fica difícil enumerar, porém sangue que é bom não tem. Sanguinário, por exemplo, tem suas duas mãos cortadas (para reaparecerem em seguida). Mauvais, para quem não lembra, é o cara que arrancou o olho do Wolvie no arco onde ele foi preso.
Essa edição vale por Novos X-Men e Fabulosos X-Men, que começam a tomar novos rumos, pois a outra parte do mix com o Wolverine foi muito mal. Logan, inclusive, só vem decaindo em suas histórias e espero que logo se recupere (com a série Arma X vindo aí) e que não se torne um “Cable” da vida. Como comentei no início, a Panini mudou para o formato americano (menor que o anterior), capa mole e o miolo ainda em papel de qualidade. Felizmente o preço diminuiu, de R$7,50 para R$6,00. Na sessão de cartas não houve nada de interessante e vale comentar que o título original de Wolverine Annual foi creditado errado.