Nome Original: DC Universe Presents #3 e #4
Editora/Ano: Panini, 2012 (DC, 2011)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 52 páginas
Gênero: Alternativo
Roteiro: Paul Jenkins
Arte: Bernard Chang
Sinopse:Boston Brand precisa de respostas e, para virar a mesa e descobrir as reais intenções da deusa Rama, ele fará qualquer coisa… Até mesmo torturar um anjo. E um adversário surpreendente e ameaçador surgirá em seu caminho para levá-lo ao mais insano passeio de montanha-russa de sua vida.
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Essa nova mini-série do Desafiador teve um começo promissor: personagem interessante, história cativante, ótimas sequencias, cenas e diagramações inusitadas de Bernard Chang (Superman, Mulher-Maravilha) e as belas capas de Ryan Sook (7 Soldados da Vitória). Porém, apesar de continuar uma boa leitura, a história decaiu um pouco e, se não fosse pelo protagonista, poderia se passar por algum arco de Hellblazer devido o clima “Lúcifer-demônios-etc”. Coincidentemente, Paul Jenkins (o roteirista) escreveu para a série do Constantine entre 1995 e 1998.
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Recapitulando, Boston Brand era um trapezista egoísta que, durante um de seus shows, foi assassinado. No “outro mundo” ele encontra a entidade Rama que lhe dá a oportunidade de voltar à Terra caso realize alguns estranhos objetivos: possuir o corpo de uma lista de pessoas para ajudá-las num determinado problema. Anos se passaram e Boston, cansado de pular de corpo em corpo, procura por Rama para tentar descobrir para quê ele precisa, realmente, fazer isso. A deusa não diz nada e, no fundo, percebe-se que ela esconde algo. Boston, então, resolve descobrir por conta própria o que está acontecendo e seu primeiro passo é visitar a boate Rocha Lunar, frequentada por vampiros, lobisomens e afins de Gotham, além de esconderijo da Bibliotecária, entidade que possui os “livros da vida”.
Desafiador #2 começa com Boston amarrando a Bibliotecária e procurando pelo livro que conta sobre sua vida. Infelizmente, ao encontrá-lo, percebe que está em braile, já que a velha é cega. Mesmo assim, não desiste de seu objetivo e ameaça destruir toda a biblioteca caso a mulher não diga algo que o ajude. Ela cede e diz para procurar pelo Filho da Manhã, um anjo caído que vive num Parque de Diversões de Gotham que é capaz de responder qualquer pergunta que possa ser formulada (com um preço a pagar, claro).
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O nome do arco (20 Perguntas) é referente ao desafio que Filho da Manhã dá à Boston: ele responderá 20 perguntas e, ao final, vai querer uma lembrança em troca. E todo esse “passa ou repassa” acontece numa montanha russa. Outros eventos interessantes são as lembranças das “outras vidas” de Boston e as próprias respostas do irmão do Lúcifer para algumas questões humanas.
Porém, não acontece nada de muito empolgante. O confronto com a Bibliotecária poderia ser maior, pois ela foi um dos personagens mais interessantes que apareceu, além de que se entregou muito facilmente. O “passeio” com Filho da Manhã foi bom, mas também nada de impressionante. O destaque da edição fica por conta dos recordatórios de Boston brincando com clichês de vilões e algumas piadas contadas por ele e demais personagens. Ao final temos, inclusive, um trocadilho com a famosa propaganda da MasterCard.
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Seguindo o modelo da primeira edição, a Panini colocou um extra no final: uma matéria especial contando sobre a criação do Desafiador e como foi seu início editorial, criada por Carmine Infantino e Arnold Drake, o desenhista e roteirista da que seria a “Deadman #1” (1967), respectivamente. Desafiador #2 possui capa couché, miolo pisa brite e traz as capas originais no miolo. Seu preço (um pouco mais caro que demais publicações mensais no mesmo formato) é devido sua tiragem menor e exclusividade para Comic Shops e grandes livrarias, um método que a Panini encontrou para viabilizar séries menos “comerciais”.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.