Esquadrão Suicida: depois da primeira missão no Estádio, o Esquadrão está numa cidadezinha, carregando o bebê da cura para todo canto, até encontrarem o criminoso Cachorro Louco. No embate a equipe sofre outra baixa, ao mesmo tempo em que Waller os pressiona e a bomba-relógio em suas cabeças começa uma contagem regressiva para explodir. Arlequina aproveita a situação e tenta se aproximar do Pistoleiro, em métodos nada ortodoxos, claro.
O roteiro da série continua com Adam Glass, porém os desenhos dessa edição são de Cliff Richards (Titans). Apesar de bons, acabou perdendo um pouco da graça da arte das outras duas, pois Richards é mais “clean” que a equipe anterior. A agente Waller faz uma pontinha e seu visual também está diferente do apresentado inicialmente, estando mais “séria”. Será que a DC ainda não sabe que aparência dar a mulher ou foi alteração do desenhista? Em todo caso, creio que boa parte dos leitores preferem a velha Waller ranzinza de sempre. Arlequina protagoniza algumas cenas quentes com o Pistoleiro, além de outras em que parece uma demente (e não é no bom sentido). No final acontece a famosa “substituição” de séries do gênero, onde um membro morre e a companhia por detrás do assunto envia outro para ocupar o lugar. Estou lendo algo semelhante na série Exilados (X-Men Extra)
Aves de Rapina: na edição anterior o grupo composto por Canário Negro, Sturnia e Katana receberam mais uma integrante: a vilã Hera Venenosa. Infelizmente, ela possui assuntos inacabados com as outras garotas, o que causa confusão logo no começo da “formação”. Após as boas-vindas, elas partem para uma investigação num trem onde alguns passageiros podem ser a pista que precisavam para a conclusão do caso envolvendo o repórter e os soldados invisíveis. Porém nem tudo sai como planejado.
Essa é uma série que não agrada a todos. Sua arte é boa e agradável, mas muito “caricata” em alguns momentos, além de uma equipe formada apenas por mulheres e a narrativa lembrar filmes como As Panteras. Porém, ela até que está melhorando, ficando mais divertida e a adição de Hera Venenosa pode alavancar as coisas. Se não me engano é a primeira vez que ela aparece neste novo Universo DC e também traz algumas mudanças, como uma espécie de tatuagem no rosto.
Concluindo, Esquadrão Suicida deu uma retraída no roteiro e já dá pistas de que, no futuro, a trama pode se tornar repetitiva caso não seja bem explorada; e Aves de Rapina melhora um pouco, porém ainda falta um momento épico, algo que acho difícil de acontecer agora. A matéria que fecha a edição é sobre a Canário Negro, mostrando sua origem, poderes e trajetória. Assim como fez em Novos Titãs & Superboy, a Panini poderia ter aproveitado o momento e criar uma matéria diferente, sobre equipes formadas por mulheres ou algo do gênero, por exemplo. Ficha de personagem passa a impressão de tapa buraco, mas a inclusão não desaponta e agrega valor à edição.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.