Wolverine: Ogum, antigo mestre de Logan, volta na forma de espírito capaz de possuir o corpo das pessoas e, querendo vingança, tinha manipulado o Torneio. Víbora acompanha Wolverine na caçada, mas acaba sendo possuída, dificultando a situação para ele. É o fim deste arco, bem fraco por sinal, e cheio de erros. À começar pelo próprio torneio, com vários clichês de histórias do gênero, como ir eliminando oponente por oponente até chegar no óbvio.
A inclusão de Ogum de última hora também ficou estranho; e Víbora usando uniforme para enfrentar o vilão ficou parecendo a Lara Croft. Todo o prólogo sobre orgulho e honra samurai parece uma piada com o que Ogum se torna. A arte de Dan Fraga está bacana e o destaque fica por conta de Logan enfrentar a própria Víbora. De resto, um arco muito fraco.
Novos X-Men: Cassandra Nova invade e destrói a mente da Imperatriz Lilandra, causando uma crise no Império Shiar. Ciclope e Xorn, à bordo, tentam salvá-la e impedir a vilã, porém a nave começa a desmoronar. No Instituto, as irmãs Stepford e Angel tentam retirar o capacete que bloqueia os poderes de Emma e os Superguardiões reconhecem a mentira de Cassandra e resolvem ajudar os mutantes. Mais uma boa história dos Novos X-Men, com alguns destaques.
O embate entre Xorn e o guardião Força G é ótimo, assim como o diálogo entre Nova e Scott, comentando sobre sua esposa, Jean Grey. As novas pupilas da Rainha Branca e a durona Angel Salvatore foram boas adições à “equipe”, dando um ar mais “jovial” à franquia. As Stepford, inclusive, parecem as crianças do filme A Cidade dos Amaldiçoados ^^. São narradas três situações paralelas: o conflito no espaço, o plano de Emma no jardim e Jean, Fera e Wolverine dentro da Mansão. Nesse último, eles encaminham os civis à Sala de Perigo e Jean tenta alojar a mente do Professor em sua própria cabeça, pois o corpo de Nova está morrendo, mas as coisas fogem do controle quando a vilã chega ao local. A próxima história promete e, se ficar no mesmo nível da primeira briga entre ela e o grupo, já será ótimo. Os desenhos de Igor Kordey e cores da Hi-Fi Design sem uma arte finalização deram um “charme” à arte.
X-Men Unlimited: ao contrário das últimas edições, não há dobradinha de nenhuma série. No espaço vago colocaram duas X-Men Unlimited, voltada à histórias curtas e “paralelas” de personagens distintos que podem ser lidas isoladamente. A última vez que uma edição desta havia sido publicada foi em X-Men Extra #4. Geralmente trazem uma oportunidade para roteiristas e desenhistas explorarem sua criatividade e criarem narrativas mais alternativas dos mutantes.
A primeira se chama “Falta de Visão” e possui roteiro, desenho e cores de Brian Stelfreeze (Fallen Angel). Ciclope sai à paisana e é atacado por uma gangue de rua, curiosos para saberem a cor dos olhos do “cego”. Scott demonstra suas habilidades na luta, mesmo sem enxergar, e cita seus parceiros de equipe como instrutores. A arte de Stelfreeze é bem fora do comum e “pop”, lembrando o trabalho de Mike Allred (Madman), bastante interessante, porém a caracterização do Ciclope está estranha. Nada de mais, mas agradável.
A segunda se chama “A Grande Ilusão” e é protagonizada pele Mestre Mental. Ela ocorre no passado, na época em que a Fênix se tornou a Rainha Negra graças às ilusões de Wyngarde. Furiosa, ela embaralha a mente dele, que foge do clube e é perseguido pelas próprias ilusões. O roteiro é de Will Pfeifer (Catwoman) que traz algo interessante do vilão, mas que finaliza mal. Os fatos e ilusões poderiam ter ficado no “ar”, mas são explicados logo em seguida (o que fica redundante, já que a história é bem curta). Os desenhos são de Enrique Alcatena (Starblazer) e cores do Jung Choi – JC (Exilados), bem “vintage” e que remete bem ao clima da história.
Fabulosos X-Men: na última edição Mística apareceu (estava disfarçada de cópia do Madrox) e apunhalou Banshee, além de libertar a Mestra Mental. Agora as duas tomaram conta do GQ da Tropa X, enquanto Avalanche e Febril atacam Paris. Os Fabulosos X-Men tentam impedi-los e Jubileu e Escalpo tentam reassumir o controle no QG. Roteiro de Joe Casey, com bastante ação e boas cenas. Os desenhos de Aaron Lopresti estão excelentes, com diagramação dinâmica e cinematográfica; as cores do estúdio Hi-Fi completa a arte.
Torci o nariz para este arco com a Tropa X e Banshee, mas a narrativa melhorou bastante. A participação de Mística foi uma surpresa e sua parceria com Martinique muito provavelmente não dará certo, já que as duas não são confiáveis. Há um certo exagero (como a destruição da Torre Eiffel e Arcanjo usar um lança-foguetes), mas no geral foi muito boa. Cassidy, mesmo ferido, tenta resolver a situação de modo extremo: liberar o mutante que é praticamente um buraco-negro vivo. Outro destaque é a luta do Blob com a Escalpo usando seu poder de “mudar de pele” e Stacy X se vingando.
Wolverine continua como a série mais fraca do mix, porém Novos e Fabulosos salvam a edição, com boas histórias. A inclusão de X-Men Unlimited não atrapalha, mas também não acrescenta muito. Em seu lugar poderia ter colocado a história do Cable que ocorre no Brasil (e vem sendo pedida pelos leitores há um tempo). Na sessão de cartas é comentado por onde anda alguns desenhistas (irmãos Kubert, Joe Madureira) e uma recapitulada básica dos últimos acontecimentos.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.