Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Review] X-Men #16 !
Nome Original: X-Men #123; Wolverine #167; Uncanny X-Men #402 e #403
Editora/Ano: Panini, 2003 (Marvel, 2002)
Preço/ Páginas: R$7,50/ 100 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Grant Morrison; Frank Tieri; Joe Casey
Arte: Ethan Van Sciver e Tom Denerick; Dan Fraga; Ron Garney; Aaron Lopresti
Sinopse: Situações extremas exigem medidas extremas. Partindo desse princípio, Banshee criou a força de paz definitiva para os problemas mutantes: a Tropa X. Mas o que os X-Men acham dessa abordagem tão… radical? Novos X-Men: Cassandra Nova dominou o Império Shiar e vem rumo à Terra para empreender sua vingança contra Charles Xavier. Enquanto isso, Jean e seus companheiros tentam obter apoio da opinião pública à causa mutante. Wolverine: os maiores guerreiros do mundo reunidos numa arena para um combate mortal! Começa a saga Esporte Sangrento!
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Novos X-Men continua agradando, explorando o fato do Instituto ter se tornado uma “escola” para mutantes novamente. Estréia de um novo (e tosco) arco na série do Wolverine. Dose dupla de Fabulosos X-Men, agora com a participação da Tropa X, uma nova equipe mutante liderada por Banshee e a volta de vários personagens desaparecidos (Jubileu, entre eles!). A arte de cada história é feita por um desenhista diferente, perdendo um pouco o ritmo e, se comparada à última edição, também perdeu em qualidade.
Novos X-Men: Cassandra Nova dominou o corpo de Charles Xavier e o Império Shiar, enquanto a mente do Professor está preso no corpo da vilã em estado catatônico. Aguardando a ameaça iminente, Jean, Fera e Emma realizam uma coletiva de imprensa para explicar as funcionalidades e objetivos do Instituto. Porém, Hank descobre que a gripe que vem acometendo à todos esconde uma ameaça muito pior.
Morrison (Os Invisíveis) continua explorando o fator “escola” do Instituo e dá atenção especial à desbocada Angel e às irmãs Stepford, um grupo de loiras telepatas e protegidas de Emma Frost. Falando na Rainha Branca, ela é um dos destaques da história, graças aos seus conselhos nada ortodoxos, seu senso de humor e as investidas contra humanos preconceituosos. Ethan Van Sciver (A Fúria do Nuclear) volta a desenhar e, particularmente, gosto de sua caracterização para os personagens e seus cenários; sua arte é sempre bem detalhada. O band-aid no nariz quebrado da Emma ficou demais ^^.
Wolverine:depois da conclusão duvidosa de “Caçado”, é iniciado um novo arco (Esporte Sangrento) ainda com os roteiros de Frank Tieri e agora com os desenhos de Dan Fraga (Bloodstrike) em substituição à Sean Chen. Resumindo, Logan recebe um convite do misterioso Um Amigo (que o ajudou a sair da Jaula no arco anterior) para participar de um campeonato de luta no qual ele é o atual campeão. Ou seja, Wolverine participa mais uma vez de uma disputa sem pé nem cabeça, além do final deixar bem claro que Tieri perdeu o rumo e começa a reciclar as próprias idéias.
Temos a participação especial de vários personagens que não aparecem há um tempo, como Groxo (que, ao contrário da Mística, manteve sua versão modificada), Víbora e Anaconda. Os desenhos de Fraga, se comparados ao de Chen, parecem datados e não entusiasma. Importante comentar que a série está bem atrasada em relação às outras duas dos X-Men (5/6 meses de diferença) e que a qualidade narrativa está indo por água abaixo, assim como vinha ocorrendo com a série do Cable.
Fabulosos X-Men: as duas últimas histórias são de Uncanny X-Men. Anjo, Noturno, Stacy X, Câmara e Homem de Gelo visitam Banshee em Paris para investigarem a nova empreitada do ruivo: a Tropa X, mas não são recebidos da forma que esperavam. Sean Cassidy mudou bastante sua personalidade após a morte de Moira, o fechamento da Geração X (no qual era diretor ao lado de Emma Frost) e os atuais eventos envolvendo os mutantes, parece até outra pessoa. Deixou sua antiga e clássica capa de lado e adotou um uniforme mais “militarizado”.
O intuito de Cassidy é formar uma equipe capaz de impedir conflitos entre mutantes e humanos, mas de forma mais radical, não se importando com a espécie do causador do problema. Para isso, reuniu antigos criminosos como Blob e Avalanche. A primeira história é desenhada por Ron Garney (Wolverine: Arma X) e seu estilo é bem interessante, lembrando uma animação.
Na segunda história temos a inclusão de outros membros à Tropa X, com destaque para antigos alunos de Banshee e amigos de Câmara: Jubileu, M e Escalpo. Em paralelo há outro mistério (além da mudança em Cassidy) que paira no edifício do grupo: há um estranho ser escondido no porão. Os desenhos agora ficaram por conta de Aaron Lopresti (Ms. Marvel) e se mantêm na média.
Apesar da série ainda se tratar dos Fabulosos X-Men, a Tropa X que protagoniza as duas histórias. O destaque fica por conta dos personagens que nunca mais apareceram como, além dos já citados, Madrox e Radius. A Tropa em si não empolga tanto, já que se trata de MAIS um grupo mutante seguindo o sonho de Xavier à risca. Lembrando que a Mestra Mental apareceu na edição anterior e pode ter uma ligação com o que ocorre nessa história. No geral é uma edição legal, mas nem nada de mais.