A Revolutionary Comics foi uma editora fundada em 1989 por Todd Loren e tinha como principal objetivo a publicação de quadrinhos biográficos de personalidades famosas. Sua revista mais conhecida e, também, praticamente sinônimo da própria editora foi a Rock N’ Roll Comics que, à cada edição, mostrava a biografia de uma banda ou “rockstar” diferente. Sua primeira edição, de 1989, foi protagonizada pelos Guns N’ Roses e lançada de forma independente, mas logo caiu no gosto dos fans e esgotou todas as cópias, sendo reeditada várias vezes alcançando a expressiva marca de 150 mil cópias vendidas.
A Rock N’ Roll Comics foi lançada mensalmente e, num determinado período, quinzenalmente. Passaram diversas bandas de peso e algumas outras que pouco tem haver com rock. Ao total durou 65 edições (duas banidas e nunca lançadas), indo de 1989 ao final de 1993, pouco antes da editora fechar as portas. Estampando a frase “Material 100% Não Autorizado” em suas capas, a revista causou certo sucesso e polêmica em sua época.
Seu formato seguia o padrão magazine, 32 páginas e miolo preto e branco (alguns coloridos) e, no início, se inspirava no humor estilo MAD e parodiava diversos momentos históricos das bandas. Rapidamente se tornou uma das mais vendidas no meio independente, o que chamou a atenção da mídia e dos próprios artistas retratados. Enquanto alguns apoiavam, como Frank Zappa e Kiss, chegando à incluir a revista em seus CDs (Motley Crue), outros chegaram a processar a Revolutionary. Entre os casos mais famosos estão o New Kids On The Block e o Skid Row, que proibiram a publicação. Devido à diversas falhas e o clima de paródia das primeiras revistas, não é de se espantar a posição das bandas, porém o nível “técnico” da Rock N’ Roll foi evoluindo.
A três edições que se seguiram (Metallica, Bon Jovi e Motley Crue) manteram as vendas e a revista chegou a dividir espaço em vendas com as edições de super-heróis do mainstream. Durante suas mais de 60 edições houve alguns “arcos” de histórias. O The Doors foi o primeiro a estrear as edições continuadas, tendo sua biografia publicada em 2 edições. Em seguida vieram Ozzy Osbourne e o Black Sabbath (2 Ed.), Greatful Dead (3 ed.), Bob Dylan (3 Ed.) e U2 (2 Ed.) Foram lançados, também, diversos spin-offs, edições especiais e a repetição de bandas, com “upgrades”.
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Todd Loren, o criador da série e também principal roteirista, além de fundador da editora, foi assassinado em 1992 e sua morte continua um mistério até hoje. Devido aos inúmeros problemas que obteve com algumas bandas, suposições de assassinos não faltam. Após sua morte, com a troca de editoras, a Revolutionary Comics expandiu sua linha e lançou outras revistas com temática parecida como a British Invasion, Hard Rock Comics, Alternative Comics e Star Jam Comics. Em 1994 a editora fecha as portas e, em sua carreira, lançaram cerca de 300 títulos. Dentre suas biografias passaram artistas como Queen, Elton John, Madonna, Michael Jackson, Scorpions, David Bowie, Janis Joplin, The Cure, AC/DC, Van Halen, Prince, Sex Pistols, Alice Cooper e muitos outros.
As capas de Rock N’ Roll Comics foram criadas por diversos artistas diferentes, sem um padrão a seguir, além da clara inspiração na banda-título. Alguns se destacaram por utilizar diagramações inusitadas e releituras de discos, enquanto outros criavam algo simples. O grande mérito da série, porém, está em sua galeria de capas, que traz muitas das bandas e artistas que qualquer roqueiro curte. A reprodução de logos e símbolos das mesmas também agradam. Scott Jackon foi o capista que mais ilustrou para a RR Comics, em cerca de 40 edições. Ele não possui trabalhos em grandes editoras como a Marvel e DC, tendo feito a capa para a maioria das edições da Revolutionary Comics e para outras editoras menores durante o início da década de 1990.
Confiram o restante das capas da Rock N’ Roll Comics e procure aquela com sua banda preferida. Clique nas imagens para ampliar. *As edição #8 (Skid Row) e #61 (Yes) nunca foram lançadas.
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Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
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