Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Review] X-Men #13 !
Nome Original: X-Men #117; Uncanny X-Men #399 e #400
Editora/Ano: Panini, 2003 (Marvel, 2001)
Preço/ Páginas: R$7,50/ 100 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Grant Morrison; Joe Casey
Arte: Ethan Van Sciver; Tom Raney; Sean Phillips, Ashley Wood, Eddie Campbell, Cully Hamner, Javier Pulido & Matt Smith
Sinopse: O mundo agora conhece o segredo de Charles Xavier e seus pupilos. Mas que tipo de consequência isso trará para os Novos X-Men? Terá a ameaça de Cassandra Nova sido realmente eliminada? E ainda: Noturno, Arcanjo, Homem de Gelo e Câmara investigam uma casa muito suspeita em Nevada e enfrentam a ameaça do Supremo Pontífice e sua Igreja da Humanidade!
***
X-Men #13 traz uma história dos Novos X-Men, início do arco Geração Sem Germes, e duas histórias de Fabulosos X-Men, incluindo a edição comemorativa de número #400 desenhada por 6 artistas de estilos diferentes e com o dobro de páginas. Podemos considerar como um novo início na cronologia mutante, principalmente por lidar com o fato de que a identidade dos X-Men vieram à público, graças a revelação do Professor X, e da Escola sendo tratada como tal, lotada de alunos, além de forçar a temática de preconceito da série. Como avisado na edição anterior, a série do Cable saiu de vez do mix e a série do Wolverine só retorna na edição #14.
Iniciando o mix com Novos X-Men, de cara temos um Instituto Xavier cheio de alunos mutantes com os mais variados tipos de poderes e fisionomia, sendo que Ciclope, Jean, Emma e Fera viraram professores/ coordenadores, algo que vínhamos mais na escola da própria Emma e do Banshee, a Geração X. Além da inclusão de diversos personagens, como Bico, já nesse primeiro momento, teremos outros acrescentados mais pra frente, como as irmãs Stepford. Devido à revelação de Xavier, a humanidade está aflita com os mutantes, fazendo greve na porta da escola. Essa é outra “característica” que Grant Morrison irá explorar bastante durante sua fase com os X-Men. Os desenhos ficaram a cargo de Ethan Van Sciver (A Fúria de Nuclear), que seguirá na série até a conclusão deste arco, quando Frank Quitely retorna.
A chamada da capa, “um traidor entre nós”, refere-se à estranha ligação entre Cassandra Nova, vilã que exterminou a Nação de Genosha e quase matou os X-Men, com Professor Xavier. Fera descobre o segredo por detrás da ligação, arriscando a própria vida. A “revelação” é abrupta e também difícil de engolir, vamos ver como Morrison irá desenvolver a trama. Em paralelo, o Professor planeja uma viagem até a nação Shiar, governada por Lilandra (sua ex-namorada) para esfriar a cabeça. Wolverine aproveita o momento frágil de Jean e a beija. Qual será a reação de Ciclope quando descobrir?
A história seguinte é dos Fabulosos X-Men, a equipe formada por Arcanjo, Noturno, Homem de Gelo e Câmara, com participações do Wolverine. Warren participa de uma reunião em sua empresa, pois a Worthington Company está associada à uma estranha casa chamada X-Rancho. Interessante observar como a revelação das identidades estão sendo exploradas de outras maneiras. Não satisfeito com o retorno dado por seus diretores, Arcanjo e companhia vão investigar o local. O roteiro continua com Joe Casey (WildCats) e com a arte de Tom Raney (Stormwatch, Acadêmia Vingadores). A história do X-Rancho também é uma das mais interessantes: na realidade, o nome é uma faixada para um “bordel mutante”, onde as meretrizes possuem dons capazes de levar os clientes à novas sensações de prazer. Dentre as que aparecem, temos uma versão feminina do Blob; uma espécie de Hera Venenosa; uma cafetina que cospe fogo; e Stacy X, que possui pele de cobra e feromônios.
Em meio à investigação do Rancho, um grupo chamado Igreja da Humanidade ataca o local, matanto quase todo mundo com suas armas à laser e teletransportando em seguida. A sobrevivente é Stacy, que se une ao grupo. Imagino que o assassino do arco anterior, o Sr. Limpeza, faça parte desta mesma organização.
Em seguida, a edição comemorativa de Fabulosos X-Men (Uncanny X-Men, no original) que chega à edição #400. O roteiro continua com Casey, onde Stacy é transportada, sem querer, para a base da Igreja da Humanidade, humanos fanáticos que querem acabar com os Homo superior. Com ajuda da Cérebra, o grupo vai até o local e enfrenta a organização. A história é desenhada por 6 artistas, alternando no desenvolver de suas 50 páginas, o que pode incomodar um pouco. O destaque fica para Ashley Wood (Metal Gear: Solid), com sua arte bastante estilizada que ilustra quase todas as cenas dentro do castelo. Por não trazer créditos nem indicar qual página é desenhada por quem, fica difícil conhecer de cara os demais desenhistas. Lembrando que a arte de Fabulosos está mudando, praticamente, a cada edição.
Algo curioso é Satcy X, ao ser capturada e torturada, revelar fatos do passado dos X-Men com bastante detalhes. Ou ela já conhecia o grupo ou teve um “extensivo” com os veteranos em seu pouco tempo de convívio. A mutante também se revelou boa na luta e com personalidade forte, em parte lembrando a Medula (que sumiu, diga-se de passagem). As capas também merecem destaque.
A Panini mantêm o formato das edições anteriores, o famoso “formato panini” (maior que o americano), com capa cartonada e miolo com papel semelhante ao LWC. Formato este que seguirá até a edição 19, quando o título passa a ter o formato americano, miolo pisa e diminuição no preço. Não há nada de muito relevante na sessão de cartas e notícias, apenas uma reclamação de um leitor sobre a saída do Cable e sobre a mudança na equipe criativa da série do Wolverine, que além da saída de Frank Tiery e Sean Chen, será focada no lado pessoal de Logan. Uma boa edição dos X-Men, mais pela arte e “audácia” em algumas cenas, que pela história em si. Nos Novos X-Men, fica a expectativa do que a Nação Shiar é capaz caso ataque a Terra.