Nome Original: X-Men #117; Uncanny X-Men #399 e #400
Editora/Ano: Panini, 2003 (Marvel, 2001)
Preço/ Páginas: R$7,50/ 100 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Grant Morrison; Joe Casey
Arte: Ethan Van Sciver; Tom Raney; Sean Phillips, Ashley Wood, Eddie Campbell, Cully Hamner, Javier Pulido & Matt Smith
Sinopse: O mundo agora conhece o segredo de Charles Xavier e seus pupilos. Mas que tipo de consequência isso trará para os Novos X-Men? Terá a ameaça de Cassandra Nova sido realmente eliminada? E ainda: Noturno, Arcanjo, Homem de Gelo e Câmara investigam uma casa muito suspeita em Nevada e enfrentam a ameaça do Supremo Pontífice e sua Igreja da Humanidade!
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X-Men #13 traz uma história dos Novos X-Men, início do arco Geração Sem Germes, e duas histórias de Fabulosos X-Men, incluindo a edição comemorativa de número #400 desenhada por 6 artistas de estilos diferentes e com o dobro de páginas. Podemos considerar como um novo início na cronologia mutante, principalmente por lidar com o fato de que a identidade dos X-Men vieram à público, graças a revelação do Professor X, e da Escola sendo tratada como tal, lotada de alunos, além de forçar a temática de preconceito da série. Como avisado na edição anterior, a série do Cable saiu de vez do mix e a série do Wolverine só retorna na edição #14.
Iniciando o mix com Novos X-Men, de cara temos um Instituto Xavier cheio de alunos mutantes com os mais variados tipos de poderes e fisionomia, sendo que Ciclope, Jean, Emma e Fera viraram professores/ coordenadores, algo que vínhamos mais na escola da própria Emma e do Banshee, a Geração X. Além da inclusão de diversos personagens, como Bico, já nesse primeiro momento, teremos outros acrescentados mais pra frente, como as irmãs Stepford. Devido à revelação de Xavier, a humanidade está aflita com os mutantes, fazendo greve na porta da escola. Essa é outra “característica” que Grant Morrison irá explorar bastante durante sua fase com os X-Men. Os desenhos ficaram a cargo de Ethan Van Sciver (A Fúria de Nuclear), que seguirá na série até a conclusão deste arco, quando Frank Quitely retorna.
A chamada da capa, “um traidor entre nós”, refere-se à estranha ligação entre Cassandra Nova, vilã que exterminou a Nação de Genosha e quase matou os X-Men, com Professor Xavier. Fera descobre o segredo por detrás da ligação, arriscando a própria vida. A “revelação” é abrupta e também difícil de engolir, vamos ver como Morrison irá desenvolver a trama. Em paralelo, o Professor planeja uma viagem até a nação Shiar, governada por Lilandra (sua ex-namorada) para esfriar a cabeça. Wolverine aproveita o momento frágil de Jean e a beija. Qual será a reação de Ciclope quando descobrir?
A história seguinte é dos Fabulosos X-Men, a equipe formada por Arcanjo, Noturno, Homem de Gelo e Câmara, com participações do Wolverine. Warren participa de uma reunião em sua empresa, pois a Worthington Company está associada à uma estranha casa chamada X-Rancho. Interessante observar como a revelação das identidades estão sendo exploradas de outras maneiras. Não satisfeito com o retorno dado por seus diretores, Arcanjo e companhia vão investigar o local. O roteiro continua com Joe Casey (WildCats) e com a arte de Tom Raney (Stormwatch, Acadêmia Vingadores). A história do X-Rancho também é uma das mais interessantes: na realidade, o nome é uma faixada para um “bordel mutante”, onde as meretrizes possuem dons capazes de levar os clientes à novas sensações de prazer. Dentre as que aparecem, temos uma versão feminina do Blob; uma espécie de Hera Venenosa; uma cafetina que cospe fogo; e Stacy X, que possui pele de cobra e feromônios.
Em meio à investigação do Rancho, um grupo chamado Igreja da Humanidade ataca o local, matanto quase todo mundo com suas armas à laser e teletransportando em seguida. A sobrevivente é Stacy, que se une ao grupo. Imagino que o assassino do arco anterior, o Sr. Limpeza, faça parte desta mesma organização.
Em seguida, a edição comemorativa de Fabulosos X-Men (Uncanny X-Men, no original) que chega à edição #400. O roteiro continua com Casey, onde Stacy é transportada, sem querer, para a base da Igreja da Humanidade, humanos fanáticos que querem acabar com os Homo superior. Com ajuda da Cérebra, o grupo vai até o local e enfrenta a organização. A história é desenhada por 6 artistas, alternando no desenvolver de suas 50 páginas, o que pode incomodar um pouco. O destaque fica para Ashley Wood (Metal Gear: Solid), com sua arte bastante estilizada que ilustra quase todas as cenas dentro do castelo. Por não trazer créditos nem indicar qual página é desenhada por quem, fica difícil conhecer de cara os demais desenhistas. Lembrando que a arte de Fabulosos está mudando, praticamente, a cada edição.
Algo curioso é Satcy X, ao ser capturada e torturada, revelar fatos do passado dos X-Men com bastante detalhes. Ou ela já conhecia o grupo ou teve um “extensivo” com os veteranos em seu pouco tempo de convívio. A mutante também se revelou boa na luta e com personalidade forte, em parte lembrando a Medula (que sumiu, diga-se de passagem). As capas também merecem destaque.
A Panini mantêm o formato das edições anteriores, o famoso “formato panini” (maior que o americano), com capa cartonada e miolo com papel semelhante ao LWC. Formato este que seguirá até a edição 19, quando o título passa a ter o formato americano, miolo pisa e diminuição no preço. Não há nada de muito relevante na sessão de cartas e notícias, apenas uma reclamação de um leitor sobre a saída do Cable e sobre a mudança na equipe criativa da série do Wolverine, que além da saída de Frank Tiery e Sean Chen, será focada no lado pessoal de Logan. Uma boa edição dos X-Men, mais pela arte e “audácia” em algumas cenas, que pela história em si. Nos Novos X-Men, fica a expectativa do que a Nação Shiar é capaz caso ataque a Terra.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.